quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Aniversário do Wesley. Cap 01

Vini me esperava em frente a casa de Wesley quando estacionei o carro.

- Até que enfim! - Ele reclamou, abrindo a porta pra mim.

- Eu tive que dar minha placa na entrada do condomínio, você sabe como é. - Desci, o cumprimentei com um abraço e um beijo no rosto. - Tudo bem?

- Sim. Jurei que você não viria. - sorriu.

- Eu disse que viria, é o aniversário do Wesley. - Coloquei a mão na cintura, fingindo indgnação.

- Essa sua faculdade sempre ocupa seu tempo. - Apenas sorri e não rebati, já que realmente é verdade.

- Bate uma foto minha, seu falador. - Fiz pose.

- Do meu celular né, folgada?! - Apenas ri e ele tirou o celular do bolso, bateu a foto em seguida. - Pronto.

- Obrigada, amorzão. - Beijei seu rosto. - Espera só um minuto, o presente dele tá dentro do carro. - Rapidamente peguei o presente e então entramos. Vini me passou a foto pelo whatsapp e antes mesmo de chegar no jardim, onde está acontecendo toda a festa, eu postei:
                           nigth 😚

Logo chuveu comentários dos fã clubes do meu irmão, e até alguns meus. Tento entender qual o motivo de tamanha admiração por mim. Ele é o jogador, eu sou apenas uma estudante de arquitetura.
Assim que chegamos no jardim, encontrei várias pessoas! Grande parte conhecidos, colegas, amigos. Alguns eu nunca vi. Vini me levou até Thyane, com o braço em volta do meu ombro, enquanto falava que planejava passar a noite com a Deisy.

- Flor, você veio! - Thyane me recebeu em um abraço carinhoso.

- Eu disse que vinha. Tudo bem?

 - Tudo sim e com você?

- Tudo ótimo. - Vinícius já havia sumido. Cumprimentei Paula, esposa do Matheus da dupla Matheus e Kauan. Ela é amiga de algum tempo. Nos abraçamos e logo começamos uma animada conversa. Odete, o amigo e funcionário gay do Wesley, se juntou a nós. Ele é um amor. Entramos no assunto: defeitos de homens. Isso rendeu muito! Logo eu gargalhava das palavras que ouvia.

Depois de um tempo, eu decidi procurar o aniversariante que se quer me viu chegar. Ele estava na rodinha dos cantores. A maior parte eu já conheço e falo. Mesmo com um pouco de vergonha, eu fui até ele. Assim que me viu, logo abriu os braços, fazendo todos os olhares se voltarem para mim.

- Thaila, meu amor! - Me abraçou apertado.

- Parabéns, lindão! Tudo de mais lindo pra sua vida sempre. Tudo que tinha pra falar já disse durante a ligação de mais cedo. Agora é hora de curtir muito, mais uma ano de vida concendido a você. - Fechei os olhos enquanto falava. Ele é de uma importância sem tamanho pra mim, não só ele, mas toda sua família.

- Obrigada, frescurenta. - Ri ao ouvir meu apelido. Ele me chama assim, por conta da minha voz. Tenho a voz bem fina e ele diz que tenho voz de metida ou fresca, como ele costuma falar.

- Seu presente. - Entreguei depois do abraço.

- Não precisava.

- Logico que precisava! A Thyane me ajudou a comprar semana passada. Espero que goste. É um relógio.

- Tenho certeza que vou gostar. - Sorri e cumprimentei a todos os cantores com um oi. - Pra quem não conhece, essa é a Thaila. - Wesley falou mais alto, por conta da música e beijou meus cabelos, afetuosamente. Eu continuava a sorrir e fui cumprimentando aqueles que já conheço com um abraço. Alguns eu não encontrava a bastante tempo. Depois de breves palavras, eu pedi licença, indo falar com outro grupo de colegas. Desta vez mulheres e confesso que fiquei bem mais confortável, do que com os cantores. Alguns me olhavam como gaviões atrás de uma presa. Aqueles que não me conhecem, é claro. Já que todos os meus amigos e amigos de minha família me tratam com um respeito extremo. Apesar do meu irmão dizer, na verdade reclamar, que todos os seus amigos me elogiam demais. Afinal, a maior parte das pessoas que conheço, foi atrávez dele.

•• algumas horas depois. ••

- Thai, vou embora. - Vini chegou, até mim, assim que encerrei a ligação com meu pai.

- Tá bom. - meu tom de voz saiu baixo.

- Ei, o que foi? - Passou a mão por meus cabelos.

- Meu pai. - Revirei os olhos. - Me ligou e disse pra eu ir pra casa.

- Ele não cansa de ser controlador? Poxa, você tem uma vida tão independente!

- Não é bem assim, Vini. É tudo pago por ele. Meu apartamento, minha faculdade, meu cartão...

- É, eu já sei. Mas ele quer em troca que você viva para a faculdade. E o pior... Você faz isso.

- Você também vai ficar me dando lição? De um lado eu ouço: " Thayla, vai pra casa. Você tem faculdade amanhã. " Do outro lado: " Thayla, você vive para a faculdade.

- Tá, tá, desculpa. - suspirou.

- Tudo bem.

- Aproveita mais um pouco, a festa tá linda.

- Só mais um pouco. - sorri de lado e ele apertou uma de minhas bochechas.

- Tchau. - me abraçou. - Te amo.

- Eu também. Usa camisinha tá? - Eu sabia muito bem que ele iria com a Deisy para casa. Eles trocaram beijos o tempo todo.

- Não se preocupa. - Riu e depois realmente foi embora. Já iria atrás de Thyane, minha barriga roncava de fome e agora eu aceitaria a comida que ela me ofereceu a mais de uma hora. Quando estava caminhando até minha amiga, ouvi Wesley me chamar. Parei e olhei para trás, ele vinha com o cantor Luan Santana. Praticamente arrastando o coitado, enquanto os dois riam.

- Oi? - perguntei quando chegaram perto. Eu não conhecia Luan Santana pessoalmente. Olhando de perto pude perceber o quão branco e alto ele é. Uma girafa.

- Ele quer dançar forró.

- Mentira. - O cantor me olhou. Ergui as sobrancelhas e sorri de leve, sem entender os dois.

- Ele tava se gabando ali pra gente. Quero ver agora. Você se garante no forró, apesar de ser paulistana, quero ver ele. - Wesley disse animado. Luan passou a mão no rosto e eu ri do pequeno desespero estampado em seu rosto.

- Pode ser. - Falei  e Wesley empurrou Luan para mais próximo de mim. Fazendo com que eu sentisse bem seu cheiro. Cheiro bom. Suas mãos pousaram em minha cintura. - Uma das suas mãos, segura a minha. - ergui a mão e ele sorriu, entrelaçando nossas mãos. Ele tentou me levar ao som do forró que tocava, mas não tinha ritimo nenhum. Isso me fez cair na risada e seus amigos o zoavam.

- Vão pra porra! - Ele respondeu os olhando rápido, mas também rindo.

- Calma. Olha, vou te ensinar passo a passo. - O olhei e ele me olhava com atenção. Nossa diferença de tamanho e bem significativa.

- Luan, aprende com o papai aqui. - Wesley gritou e rodou Thyane, iniciando um forró agarradinho.

- Isso é fácil. - Uma de suas mãos foram para minha nuca e logo para entre meus cabelos, enquanto a outra segurava com firmeza, minha cintura. Colou seu corpo no meu, fazendo minha respiração se alterar por uns instantes. Começou a me levar no seu ritmo, mas vez ou outra pisava no meu pé, me fazendo rir e ele ficar sem graça. - Agarradinho é fácil. - Luan disse, com a lateral do seu rosto colado na lateral do meu. Ele estava um pouco inclinado para baixo, para ficar com o rosto na altura do meu.

- Quero ver sair do básico. - Alfinetei e ele riu.

- Calma, muié. Calma. - Pisou mais uma vez no meu pé, assim que a música acabou. - Desculpa de novo. - fez uma careta.

- Tudo bem. - sorri e ele me soltou.

- Provei ou não provei que sei? - Gritou olhando seu amigos. Uns diziam que ele foi bom, outros falavam que ele só enrolou. - Esses caras não ficam satisfeitos com nada! - Me olhou negando com a cabeça. Sorrimos um pro outro. - Depois cê me ensina os passos, combinado? Quando seus pés aguentarem mais pisões.

- Daqui a um mês, talvez. - Brinquei e ele riu.

- Que exagerada! - dessa vez, quem riu foi eu.

- Você tem tudo pra ser um forrozeiro. - Ironizei.

- Cê tá me zoando também? - me olhou desconfiado e eu cai na risada. Ele sorriu e negou com a cabeça. Wesley e Thyane ficaram mais próximos de nós.

- Que nota, Thai? - Wesley perguntou.

- Um oito. - Sorri.

- Fui muito bem, cara. - Luan falou convencido.

- Thy, eu quero comer. - Sorri amarelo.

- Vamos.

- Tchau. - Beijei o rosto de Luan.

- Tchau, linda. - Ele sorriu e eu me afastei com minha amiga. Fomos para a cozinha, enquanto eu colocava a comida, ela conversava comigo. Coisas do cotidiano. Quando sentei para comer, falei sobre a ligação de meu pai.

- Você sabe o que eu penso né? Você é jovem, precisa sair, se divertir. Essa faculdade é sua vida. Isso é errado.

- Mas eu preciso de notas boas. Daqui a alguns anos vai acabar e vou estar livre. - Abri os braços e fechei os olhos sorrindo. Rimos em seguida.
Depois que terminei de comer, Thyane subiu para ver Ysis, que já estava dormindo junto com Yhudi. Quando eu já estava saindo da cozinha, Luan Santana entrou junto com um baixinho e dois fortões, um branco e o outro negro.

- Cê pode mostrar pra gente onde que é o banheiro? - Ele perguntou simpático.

- Claro. As duas últimas portas desse corredor. - Apontei para o corredor que ficava bem ao lado da cozinha.

- São dois? - O baixinho perguntou. Assenti com a cabeça. - Vão lá vocês, depois eu vou com o boi aqui. - Os fortões foram na direção que indiquei.

- Eu já tô indo. - Sorri.

- Já? Não, antes cê me tem que ser sincera comigo. - O baixinho disse todo brincalhão. Eu continuava sorrindo e olhei Luan, que me observava com o sorriso no rosto também. - Ele dança muito mal né?

- Diz pra ele, Thaila. - Fiquei surpresa por Luan lembrar meu nome.

- Até que não. Mas precisa melhorar muito. - Olhei os dois. Seu amigo começou a zoá-lo e ele só falava: " Você vai me pagar. " apontando o dedo pra mim.

- Ou, podem ir lá. - O fortão de pele mais clara, falou do meio do corredor. Caminhando em nossa direção. O baixinho foi, ainda zoando Luan. Quando ficou frente a frente com o fortão, os dois ficaram conversando algo que eu não pude ouvir e olhavam os seus celulares também.

- Cê mora aqui faz tempo? O Wesley disse que você é paulistana. - Luan disse, tomando minha atenção para ele.

- Ah não, faz um pouco mais de um ano. Na verdade foram idas e vindas de São Paula pra cá.

- Sério? Eu também mudei muito de estado. - Riu de leve.

- Foi? Ainda bem que eu só fiquei entre São Paulo e Fortaleza.

- Eu rodei quase o Brasil todo. - Disse em um tom de brincadeira, me fazendo rir. - Por conta da profissão do meu pai. Ele era bancário e viviam transferindo ele de estado.

- Entendi. No meu caso, quem nos fez sempre ir e vir foi meu irmão. Ele sempre sonhou em ser jogador e a família toda sempre apoiou muito. - Sorri ao falar do meu chulé.

- Seus olhinhos brilharam agora. - Luan riu de leve.

- Eu amo muito, meu irmão. Ele é a melhor pessoa que eu tenho na vida. - Falei com toda a admiração que carrego por Gustavo dentro do peito.

- Ele deve ser bem bacana mesmo, pra você falar isso.

- Pode ter certeza, ele é. - Sorri e inclinei a cabeça um pouco para o lado. Nós estávamos no meio de uma conversa sobre nossas vidas? Como isso começou?

- Eles estão dormin... Luan, veio atrás de dançar de novo? - Thyane disse e se aproximou de nós. Fazendo com que nossa breve conversa se encerrasse.

- Na verdade eu vim atrás do banheiro. - Ele olhou em direção ao corredor e eu também. Pude ver seus amigos voltando. - Eu ainda não fui, acabei conversando com a Thaila. - Riu de leve e eu sorri, colocando um mecha do meu cabelo atrás da orelha. Gosto de ouvir ele chamar meu nome. Que estranho. Ri internamente.

- Ou, vai lá boi. - O negro disse ao chegar próximo de nós.

- Vou lá. Cê já tá indo embora né?! - Assenti com a cabeça. Ele me abraçou, com uma de suas mãos na parte de trás da minha cabeça e a outra em volta do meu pescoço. Beijou meu rosto. - Desculpa por cada pisada no seu pé. - Disse assim que nos afastamos.

- Que isso.

- Foi um prazer te conhecer. - Disse educadamente.

- O prazer foi meu. - Logo seus amigos também me abraçaram e beijaram meu rosto. Todos muito simpáticos e divertidos. Thyane os deixou a vontade e me acompanhou até o jardim. Depois de me despedir de Wesley, ela me deixou até a porta.

- Amei ter você aqui hoje. Obrigada por ter vindo.

- Eu que amei. - Sorri. Senti uma pontada de tristeza por estar indo embora e ficar na solidão do meu apartamento.

- Não vai ficar depressiva por causa da ligação do seu pai!

- Eu prometo. Beijo. Obrigada por tudo. - Entrei no carro.

- Não demora a aparecer.

- Pode deixar. - Liguei o carro e fui embora. Chegando em casa, tomei um banho e quando deitei na cama vi mais ligações do meu pai. Como eu imaginava. Ele ligou para saber se eu já estava em casa. Amanhã eu retorno e digo que já estava dormindo. Sem pensar em muita coisa, eu dormi rapidamente por conta do cansaço.






Primeiro capítulo e os dois já se conheceram... Se deram bem hein?! O que acharam? 🙊
Bjs, Jéssica. 💕

13 comentários: