O último mês de gestação chegou e com o ele o mês de Março, mês do meu aniversário. Faz um mês que eu não sei o que é sexo com minha mulher e ultimamente ela está ainda mais difícil. Troca de humor a cada trinta minutos. Cheguei em casa após o último show antes de nosso filho nascer. Quando cheguei no quarto, encontrei ela, sua barriga enorme, um pijama fofinho, Romeu e logo percebi que ela está chorando. Ela chora algumas vezes durante o dia. Hora quer estar grudada comigo, hora não quer me ver nem pintado de ouro.
- Psiu! - Ela me olhou fungando. Já é quase meio dia e ela ainda está na cama. Me aproximei e sentei de frente pra ela. - O que aconteceu? - Limpei os vestígios de lágrimas, mas elas continuaram escorregando por seu rosto.
- Nada de importante. - Colocou uma mecha atrás da orelha e apesar de meu coração ficar pequenininho por ver ela assim, parte dele derreteu. Ela é tão linda nesses simples gestos.
- Que papo é esse? Vai, conversa comigo. - Ela suspirou e eu olhei seu nariz vermelhinho.
- Eu tô me sentindo uma inútil. Não faço nada. Só como feito uma porca e não tenho nenhuma ocupação. Larguei a faculdade, eu amava aquilo. Não fica chateado, eu amo a vida com você também. Pelo amor de Deus, você é o amor da minha vida e vamos ter daqui a pouco o fruto do nosso amor com a gente, mas... - Soluçou. - As vezes eu paro pra pensar e... - Fungou. - Sei lá, fico me sentindo uma imprestável. - Finalizou, com a voz muito embargada.
- Não fala isso, amor. Cê tem noção do que você disse? Você não é uma inútil, uma imprestável. Cuida da nossa casa, do Romeu e de mim como ninguém. Eu sei que a gravidez não veio no momento certo, mas tudo vai se ajeitar. Já conversamos sobre isso. Você quer voltar pra faculdade daqui a um tempo e eu te apoio.
- Desculpa. Eu tô sendo muito chata. - Limpou as lágrimas e desta vez ela controlou-se. Seus olhos continuaram marejados, mas não voltou a chorar compulsivamente. - Que bom que você chegou. Pensei que viesse mais tarde. - Inclinou a cabeça para o lado de maneira adorável e mais uma vez seu humor está mudando de repente.
- Vim mais cedo. A saudade não deixou eu esperar muito. - Sorrimos.
- Agora você vai ficar um tempinho com a gente. - Sua postura ficou mais encorajadora, como se eu fosse sua fortaleza. Meu coração apertou e alegrou-se no mesmo momento. Me sinto culpado por passar tanto tempo longe, enquanto ela fica assim, desse jeito. Antes, ela viajava comigo, ou com as amigas, mas faz uns três meses que decidiu não ir mais. Bateu o pé e ficou decidido, pois ela começou a passar muito mal nos voos. Ficava enjoada, tonta. A médica disse que isso são consequências e cabia a ela decidir que saberia lidar com isso a cada viagem. Suas amigas, sua família, seus amigos, sempre estão por aqui. Mas nenhum deles sou eu.
- É, um mês inteirinho com vocês. - Lhe abracei, cheirando seu pescoço. Que cheirinho gostoso. Me afastei um pouco e olhei seu rosto, já está bem melhor. Acabei adiando minhas férias, só agora estou dando uma pausa nos shows.
- Te amo tanto, Luan. - Se aproximou e começou a acariciar minha bochecha com seu nariz, parecendo uma gatinha manhosa.
- Eu também te amo. - Acariciei suas pernas, carinhosamente. - Acordou agora?
- Faz umas duas horas. Como foi sua viagem?
- Em paz. - Sua boca procurou a minha e então sua mão pousou em meus cabelos que estão cada vez maiores. Trocamos um beijo lento, curtindo a sensação dos nossos lábios e línguas se tocando, ela chupando os dois sempre, me deixando tonto. O beijo dessa mulher me embriaga. Quando pensei que ela iria se afastar, dar o beijo por encerrado, ela voltou me beijando na mesma intensidade. Só queria beijar ela o dia todo. Não desgrudar minha boca da sua nem por um momento. Quando encerrou o beijo, eu já me encontrei com tesão e com um pouco de falta de ar. Não foi um beijo daqueles desesperados, foi intenso, mesmo que lento.
- Vai deixar eu cabelo crescer até aonde? - Me olhou risonha, com os lábios vermelhinhos. Como pode ser tão princesa e tão gostosa ao mesmo tempo?
- Não sei, tô pensando em deixar um pouco abaixo dos ombros. - Ela riu, me fazendo sorrir.
- Acho melhor não.
- Cê sabe que eu fico lindo de qualquer jeito. - Ela revirou os olhos, sorrindo.
- Você é muito convencido.
- E você é uma gata! - Ela riu.
- Tá com fome? - Passou a ponta do dedo levemente por meu nariz.
- Vai fazer uma comidinha pra nós? - Sorri.
- Vou. Tô feliz por você estar aqui.
- Eu também tô, meu amor. - Beijei sua boca levemente e então ela levantou. - Como tá nosso meninão? - Olhei sua barriga enorme.
- Bem. - A olhei com toda adoração. Que mulher maravilhosa! Ela é minha vida. Me faz tão feliz, vai me dar um filho. Eu sempre sonhei em ser pai, mas nunca imaginei que a mãe do meu filho seria alguém tão perfeita. Ela é perfeita pra mim.
- Deixa eu dar um beijo. - Ela se aproximou e eu acariciei sua barriga por cima de seu pijama, dando beijinhos em seguida. Essa mulher é meu lar. Não importa aonde a gente esteja, se ela estiver ao meu lado, eu estarei em casa. Ela e o agora o nosso Lorenzo. Tô me roendo de ansiedade. - Com quem ele vai se parecer hein? - Mordi meu lábio, olhando o adorável rosto da minha mulher.
- Não faço a mínima ideia. - Sorriu. Porra, que linda! Meu coração dói de tanto amor. - Daqui a pouco nós vamos saber. - E então ela caminhou até sair do quarto. Levantei e fui tomar banho, pensando, imaginando. Daqui a uns dias nosso filho estará conosco.
Quando terminei, larguei a toalha na cama e fui procurar uma cueca, foi só eu vestir para Thaila entrar no quarto.
- Luan, você prefe... - Parou quando viu a toalha em cima da cama. - Você nunca vai aprender? Que chato, cara! - Me olhou irritada. Foi até a cama e pegou a toalha. - Quando você terminar de se enxugar é pra colocar estendida, mas não na cama. - Jogou a toalha em mim, segurei. De chorosa para irritada. Eu até já acostumei com seus extremos. - Se não for eu nessa casa, eu nem sei! Você já teria colocado fogo em tudo. - Virou e saiu resmungando, nem me perguntou o que veio perguntar. Neguei com a cabeça, sorrindo de lado. Continuei me vestindo e quando desci, encontrei ela ocupada na cozinha, conversando com Romeu.
- Oi. - Falei, testando seu humor.
- Oi. - Me olhou e pelo seu semblante eu soube que não está mais com raiva. Ainda bem, Thaila.
- O que cê vai fazer?
- Peixe a delicia. - Gemi, com satisfação e ela sorriu pra mim. É uma das melhores comidas que eu já provei. Ela manda muito bem nisso, eu só comi depois que começamos a morar juntos.
- Cê soube que o Dudu vai pedir a Alice em namoro? - Mudei de assunto.
- Já pediu. - Me espantei.
- O cara é rápido.
- Eles são lindos juntos.
- É, ela gosta muito dos gêmeos dele. - Ela concordou. Ficamos um segundo em silencio. - Ah, lembrei! Minha tia quer essa receita, amor. Ela ficou apaixonada no natal. - Nosso fim de ano foi bem dividido. Thaila passou a véspera de natal comigo e minha família, dia 25 ela viajou com sua família. Gustavo e Diego estavam no Brasil. O réveillon passamos todos juntos. Os amigos dela, os meus, na verdade, os amigos se tornaram nossos. Todos se conhecem e se dão bem. Foi uma grande festa. Curtiram meu show em Alagoas. Fomos felizes naquela noite.
- Sua família toda pode vir comer no seu aniversário.
- Não. Já disse que não quero nada no meu aniversário.
- Amor! Por que? - Me olhou com a maior cara de coitada.
- Porque você vai se esforçar. Nosso filho já tá chegando aí, amor. Não, nem pensar.
- Eu não sou uma inválida. - Me olhou de cara feia.
- É claro que não. Nós já conversamos sobre isso algumas vezes.
- Então larga de bobagem. Me deixa fazer uma coisinha especial pra você.
- Não. E se você tiver pensando em fazer escondido de mim, eu vou ficar bravo. - Ela bufou. Não consegue entender? Eu só quero que ela descanse nessa parte final da gravidez.
- Você é tão chato.
- Só tô cuidando de você. - Ela se virou, voltando sua atenção para as panelas no fogão, disse baixinho, mas eu consegui ouvir.
- Vai se foder.
- Thaila! Eu ouvi isso. - Mesmo sem ver, tenho certeza que ela revirou os olhos. - Vem cá, filho. - Chamei Romeu e ele veio balançando o rabo. - Sentiu saudade? - O peguei nos braços. - Seu irmãozinho tá chegando pra nós. Você também tá ansioso?
- Ele quer uma festa de aniversário dia 13. - Thaila alfinetou e eu fingi não ouvir. Ela não desiste das ideias que coloca na cabeça, mas eu também não. Certo, na maior parte das vezes ela me vence, mas desta vez não tem possibilidade alguma. Comecei a brincar com Romeu, enquanto Thaila canta uma música qualquer. - Me ajuda com a mesa, por favor. - Falou, depois de terminar tudo. Levantei e comecei a colocar travessas, pratos e talheres na mesa. Suspirei, me sentindo pela milésima vez, completo. A tranquilidade de estar em casa, vivendo uma vida comum de casal, é tão bom! Valorizo tanto! Não tenho isso todos os dias como a maioria das pessoas.
Sentamos para comer e então começamos a conversar sobre assuntos do nosso cotidiano.
- Bora pra cama. - Falei logo após terminamos.
- Cê tá com sono? - Levantou-se, levando seu prato até a pia. Repeti sua ação.
- Também, mas eu quero mesmo é ficar com você. - Ficamos lado a lado e ela esticou o braço para acariciar meus cabelos.
- Tenho sorte por ter você. - Agora ela está se mostrando amorosa. Soltei uma risada de leve.
- Nem se compara com a minha. - Ela sorriu e então voltamos a mesa, tirando travessas, talheres, guardando o que sobrou do maravilhoso peixe.
- Depois você vai lavar isso. - Afirmou, apontando para a louça.
- Tá. - Fiz pouco caso.
- Tô falando sério, Luan. - Me lançou um olhar ameaçador.
- Certo, amor. - Falei, olhando em seus olhos. Ela bufou e saiu toda linda em minha frente. Segui seus passos e quando ela ia subir o primeiro degrau da escada, se curvou um pouco, segurando no corrimão.
- Ai. - Gemeu de dor. Franzi a testa e apressei meus passos.
- O que aconteceu? - Passei meu braço em volta da sua cintura.
- Uma dor. - Me olhou com a testa também franzida. Ela está com medo.
- Calma. Cê consegue subir? - Tentei me manter calmo.
- Acho que sim.
- Então vamos, devagarinho. Tô do teu lado. - Seguimos devagar, eu o tempo todo com as mãos nela.
- Ai! - Gemeu mais alto e eu fiquei apavorado.
- Será que chegou a hora? - Perguntei, engolindo seco. Eu não tô preparado.
- Não sei. - Me olhou aflita.
- Você sempre conversa com sua doutora, ela deve ter te orientado. - Tentei clarear suas ideias.
- Luan! - Me repreendeu e eu não entendi o por quê.
- Tá, calma. Vamos subir. Vou te levar. - A peguei nos braços com cuidado e fui subindo devagar. - Tá sentindo dor?
- Não. Nesse exato momento não. - Ela pousou o rosto na curvatura do meu pescoço, senti ela me cheirar. Em uma reação natural do meu corpo, arrepiei. Tão carinhosa.
- Estamos chegando. - Falei e senti ela beijar meu pescoço. Chegamos ao corredor e com um pouco de dificuldade, abri a porta. A coloquei na cama, com cuidado. Que ela nunca saiba disso, mas está bem pesada. Lembro de ela ter falado que engordou bastante. - E ai, melhor? - Acariciei sua bochecha e ela sorriu.
- Melhor. Vem pra cá. - Deitei-me com ela imediatamente.
- Você não acha que é bom entrar em contato com a doutora? - Franzi a testa, ainda preocupado.
- Não, amor. Já passou. - Me beijou, numa tentativa de me tranquilizar. - Mas me diz, cê não quer mesmo uma comemoração? - Me surpreendeu com sua pergunta. Se refere ao meu aniversário.
- Depois do que acabou de acontecer, cê me pergunta isso? - Ela revirou os olhos.
- É normal eu sentir algumas dores. A doutora disse.
- Isso não impede que eu fique preocupado.
- Você é um tremendo chatão. - A olhei feio e ela riu, segurando meu rosto e o beijando todo. Eu ainda tô tenso pelo que acabou de acontecer. Sua boca procurou a minha e então eu relaxei. Trocamos um beijo, outro, outro... Comecei a ficar animado e suspirei pesado quando ela finalmente largou minha boca e começou a beijar meu pescoço. Que tesão. Caralho! Isso, Thaila, continua me matando. Eu sei que você não quer sexo, gatinha. - Essa carinha que cê faz... - Me olhou e eu sorri. Eu sei, devo estar com cara de tarado. - Que sorriso, lindo! Af! - Acabei rindo e ela sorriu, me beijando novamente. Parece que esqueceu as dores que sentiu poucos minutos atrás. Não sei se estou certo, ou se ela quer me passar tranquilidade. - Deixa eu fazer só um bolinho pra você? - Sussurrou contra minha boca.
- Esquece isso, cara! - Revirei os olhos e ela puxou meu cabelos em forma de repreensão.
- Não ia fazer sozinha. Várias pessoas podem me ajudar. - Fez sua melhor carinha angelical.
- Não, Thaila. - Falei sério. - Você quase me fez ter um infarto minutos atrás.
- Eu não tô sentindo mais nada. - Selou nossos lábios.
- Não e não. - Ela bufou, pegou o controle remoto e ligou e TV. Colocou em uma série e me ignorou. Insistente. Teimosa. Só quero cuidar de você. Fui obrigado a prestar atenção em sua série. Também estou acompanhando essa. Já vi esse episódio, mas tudo bem. Pousei minha mão em sua barriga e comecei a acariciar. Estou tão ansiosa por tua chegada, filho. Quero ver seu rosto e te tocar. Quando você chegar ao mundo vai concretizar o meu amor com sua mãe. Fiquei olhando sua barriga, perdido em pensamentos. Os mais lindos pensamentos.
Acabei dormindo e acordei com Thaila me chamando e me sacudindo.
- Luan, a bolsa. - Me olhou aflita.
- O que? - Esfreguei os olhos e sentei.
- Minha bolsa estourou. Chegou a hora. - Meu coração foi a mil no mesmo instante.
- Puta merda! - Levantei rápido e percebi que ela continua de pijama. - Vamos pro hospital. - Corri até o closet e peguei a bolsa com a roupinha do bebê e uma pra ela também, tudo foi separado com antecedência. Voltei para o quarto e encontrei ela falando com alguém no telefone.
- Sim, mãe. Estamos indo. - Sua mãe. Olhei sua pernas e vi vestígios do líquido. - Amém. Eu também te amo. - Desligou.
- Vamos?
- Vamos. - Sorriu. Como ela consegue estar tranquila e passar tranquilidade? Fez careta ao sentir dor, pousando a mão na barriga.
- Ah, meu Deus! Me ajude. - Peguei ela nos braços com todo o cuidado e descemos as escadas devagar, evitando tropeços ou algo parecido. Seguimos até a garagem e só então registrei os latidos de Romeu. - Cuida da casa, cara. - Falei abrindo a porta com dificuldade e logo ouvi um gemido contido de minha mulher. - Calma, amor. Já estamos indo. - Senti meu corpo transpirar, tudo de puro nervoso. Segui até o meu carro e coloquei ela no banco do passageiro, assumi o volante logo após jogar a bolsa no banco de trás. - Tudo bem? - Olhei pra ela preocupado.
- Tudo bem. - Respirou fundo.
- Tá sentindo dor? - Falei, dando partida no carro.
- Tô. São fracas, só algumas que são mais fortes. Mas as fortes não são constantes.
- Certo. Nós podemos lidar com isso. - Falei mais pra mim do que pra ela. Por ser fim de tarde, o transito não ajudou em nada. Para meu desespero, Thaila começou a fazer caretas de dor, gemer e se remexer com mais frequência. Mas também, foi quase uma hora até chegarmos em frente ao hospital. Nesse meio tempo tive a impressão de que morreria antes de ver meu filho. Carreguei minha mulher até entramos no hospital e nem foi preciso eu dizer nada. Logo dois enfermeiros tomaram conta dela, sentando-a numa cadeira de rodas.
- Trabalho de parto? - Um deles me perguntou e eu assenti, passando a mão por minha testa para secar o suor.
- Ai! - Ela gemeu contido.
- Vocês precisam cuidar dela. - Falei completamente agoniado.
- Tá tudo certo. - Ela disse com a voz entrecortada. Eles seguiram com ela e eu fui atrás. Um deles me parou, enquanto o outro continuou levando-a para dentro.
- Calma, precisamos fazer uns procedimentos antes. Qual a médica dela? - Lhe informei o nome da doutora. - Ótimo, no momento ela se encontra. Será avisada sobre o parto. - Você precisa ir até a recepção e fazer procedimentos necessários. Gostaria de assistir o parto?
- Claro. Claro que quero. - Falei com total certeza. Informe isso na recepção. - Quando chegar a hora, eu volto para chamá-lo. - Disse isso e virou-se, me deixando plantado no meio do corredor. Puta merda! Passei a mão por meu rosto e respirei fundo, tentando diminuir meu nervosismo. Foi em vão. Minha mulher está sofrendo. Meu filho está chegando ao mundo. Eu quero o quanto antes estar com eles. Junto deles.
Segui as orientações do enfermeiro e uma moça da recepção me acompanhou até uma especie de banheiro e me ajudou com a higiene e roupa necessária. Aguardei em uma sala para ser chamado. Fiquei andando de um lado pro outro. Será que vão me chamar a tempo? Como a Thaila está? Será que tá correndo tudo bem? Faz mais de uma hora que estou aqui. Sim, eu contei. E nesse meio tempo um filme começou a se passar por minha cabeça. Tudo que eu fiz pra chegar até aqui e como eu sonhei com esse momento. Senti as lágrimas invadirem meus olhos e então o enfermeiro surgiu, parece que faz um século que estou aqui.
- Vamos lá? Chegou a hora. - Pela primeira vez sorriu e eu o segui em passos largos. Entrei na sala e encontrei Thaila deitada, já com uma touca e roupa igual a minha. Vi alguns funcionários do hospital e vi também um cara no canto com uma câmera apontada para mim.
- O papai chegou. - A doutora disse e eu vi um doutor ao seu lado. Pra quê tanta gente? Enfermeiros, médicos...
- Tá tudo bem? - Engoli seco.
- Tudo muito bem. - Suspire aliviado e fui até Thaila. Beijei o topo de sua testa e percebi que ela já derramou algumas lágrimas. Seu rosto está um pouco pálido, fiquei preocupado.
- Tudo bem? - Desta vez, perguntei diretamente a ela.
- Sim. - Sussurrou, sorrindo. Arqueou as costas e gritou de dor. Meu coração ficou em pedaços.
- Calma, isso já vai acabar. - Segurei sua mão. - Pode apertar o quanto quiser. - E então ela intensificou o aperto.
- Vamos lá, mamãe. Tem alguém com pressa pra chegar ao mundo. - Ouvi a voz da doutora.
- Um, dois, três. Força. - O médico falou e Thaila ergueu os ombros, forçando a saída do nosso filho. Respirou fundo, suada.
- Você é forte, meu amor. Você é muito forte. - Ela fechou os olhos e eu acariciei seus dedos entrelaçados aos meus. Espiei para ver se tem algum sinal de meu filho, mas nada.
- Thaila, de novo. Agora. - A médica disse e Thaila deu tudo de si, grunhido e desabando em seguida.
- Quase, quase. - O doutor disse. Ela gemeu de dor. - Vamos lá, mais uma vez. - E ela forçou como foi pedido. Fiquei concentrado, esperando algum sinal de meu filho, sem deixar de acariciar seus dedos, numa maneira de não deixar ela esquecer que estou aqui. Nada.
- Calma. - A médica disse.
- Tô aqui. Com você, amor. Vai dar tudo certo. - Ela me olhou com gratidão. - Falta pouco.
- Ah! - Ela gritou de dor.
- Força! - A médica disse e então Thaila deu tudo de si mais uma vez. - Já tem uma cabecinha dando oi. Falta pouco, Thaila. - Thaila sorriu. Minha menina forte.
- Mais uma vez. - O médico pediu, minha mulher obedeceu. Pude ver parte de meu filho.
- Puta que pariu! - Sussurrei, sem perceber. Thaila forçou mais uma vez e então ele saiu por completo. Minha mulher desabou na cama, com os olhos fechados. Os enfermeiros se aproximaram.
- Tá tudo bem. - Uma mulher me tranquilizou, acho que semblante passou toda minha aflição.
- Eu te amo. - Falei, acariciando sua bochecha. O fotografo se aproximou, após ter recebido permissão e então enxugou todo o suor de Thaila.
- Vem aqui, papai. - A doutora me chamou. Ela me deu o serzinho chorão, ainda com um pouco de sangue. Meu coração parece ter sido transformado no mesmo instante. Um pedaço de mim no mundo. Ele continuou chorando e eu logo percebi que comecei a chorar também, silenciosamente. Tô explodindo todo em amor, alegria e gratidão. É a coisa mais linda que meus olhos já viram.
- Ele é lindo. - Sussurrei, olhando pra ela.
- E pelo jeito vai ser barulhento. - Riu de leve e então me dei conta que o fotografo está registrando todo o meu momento. Quando ele se afastou de Thaila e veio pra cá? Olhei para Lorenzo e percebi que meu coração pertence a ele. Tão pequeno e já é o grande sentido da minha vida. Percebi que estou paralisado, o olhando. Percebi que nós dois não paramos de chorar. Ele de forma barulhenta e ela silenciosamente. - Tem uma mamãe querendo ver esse príncipe. - A médica interrompeu gentilmente meu momento.
- Ah, é claro. - Minha voz saiu totalmente embargada. O entreguei com o maior cuidado do mundo, sem conseguir tirar os olhos dele. Me aproximei de Thaila novamente. - Ele é lindo. Muito obrigado. Eu te amo.
- Eu vi vocês dois. Eu que te amo. - Sorriu. Quando a médica o trouxe, enrolado numa toalha e o colocou nos braços de Thaila, nada mais existia ao meu redor. Somente os dois. Unidos. Meu mundo. Thaila começou a chorar e sorrir ao mesmo tempo, ele ficou quietinho como quem conhece os braços da mãe. E conhece. Minha família. Meu peito ardeu de tanta emoção. - Você é a coisa mais linda do universo. - Falou com nosso Lorenzo. - Obrigada. - Me olhou. Nossos olhares refletindo uma gratidão mutua.
OIIIIIIIIIIIIIIIII lindas! Demorei MUITOOOO! Eu sei disso. Já não é fácil escrever os capítulos, então o que aconteceu... Eu já estava com esse capítulo quase pronto e apaguei sem querer. Tudo bem, comece novamente. Porém, alguns dias depois uma leitora me fez perceber que eu havia apagado o ultimo capítulo que foi postado. Fiquei muito chateada. Não foi minha intensão, nem ao menos tinha percebido. Graças a outras leitoras, eu consegui recuperar. Eu iria parar com a história, mas com uma ajudinha eu mudei minha decisão. Enfim, hoje consegui terminar o tão esperado capítulo. Foi enooooormeee! Eu espero postar outro antes de quinta. Espero também que eu tenha passado toda a emoção dos papais de primeira viagem ao receberem o filho. O que vocês acharam?
PS: Obrigada por toda a paciência e compreensão.
PS: Tô pensando em escrever outra ( sou louca né?! ) Quero saber o que acham disse.
PS: Só vou começar a postar depois de finalizar essa e depois de ter vários capítulos prontos do possível nova fanfic.
PS: Ressaltando: eu estou PENSANDO. Não é nada decidido, mas quero a opinião de vocssss!
Chega de ps! HAHAHAHAHA
bjs, Jéssica.
Mdsssssssds que emoção 😭😭😭😍😍😍😍😍😍😍😍😍
ResponderExcluirFoi lindo né?!
Excluirque lindo posta rápido pfff
ResponderExcluirPostei rápido né?! hahaha
ExcluirOiii voltei a ler sz
ResponderExcluirQue cap mais lindo 😍
Oiii, linda! Gostou?
ExcluirAhhhhhhh que lindo esse momento!!!!! Já quero a vidinha deles cuidando de lorenzo. Super concordo você fazer outra fic, Jess. Amo muito ❤️
ResponderExcluirVai ter essa vidinha simmmm! Concorda? Vai tentar, linda
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