quarta-feira, 30 de agosto de 2017

" A hora da verdade " Cap 177

- Preciso falar com ele agora. - Levantei decidida.

- Thaila, calma. Lembra da criança. - Marizete tentou me tranquilizar.

- Oi, Thaila! - Ouvi sua voz de sono e virei, o olhando. Vi seus cabelos desgrenhados e seus olhos ainda sonolentos. Se eu não estivesse tão brava, estaria o achando incrivelmente lindo. - O que aconteceu? - Perguntou ao perceber minhas feições.

- Acabei de saber que na verdade você não me traiu. - Falei baixo, porém firme. Vi ele vacilar com o olhar e logo olhou sua mãe.

- Caramba, mãe! Eu disse que eu resolvia.

- Filho, isso já tinha que ter sido resolvido. Conversem. - Continuei sentindo a raiva crescente dentro de mim.

- Thaila, vem comigo. No meu quarto a gente conversa. - Ele me olhou receoso. Está nervoso! Que porra o Luan aprontou? Apenas segui sem falar nada, creio se eu abrir a boca, toda a raiva vai sair junto e bem desgovernada. Autocontrole, Thaila. Ele veio logo atrás de mim. Ao entrarmos, ele me olhou. - Senta aqui. - Disse, após sentar-se em sua cama. - Você tá muito tensa, calma.

- Co. Me. Ça. - Falei entredentes e então sentei, mantendo meus lábios em uma linha fina.

- Antes de tudo, quero que você saiba que foi para o seu bem, foi pensando em você. - Franzi a testa, me irritando mais ainda com seu nervosismo. - Quando você pegou uma dp, recebi a visita do seu pai. Eu nunca vi ele tão desesperado. - Respirou fundo. - Ele veio me implorar pra que a gente ficasse um tempo separados.

- O que? - Ri sem humor.

- Espera, deixa eu contar tudo de uma vez. - Me olhou com cautela. Puta merda! Não acredito que meu pai está envolvido. - Ele chorou e eu refleti. Comecei a repassar todo o esforço que você fazia pra ficar comigo, me acompanhar nos shows. Tanto eu quanto você sabemos que isso prejudicou seu desempenho na faculdade. Foi pensando no seu futuro, foi por amor a você. E então eu concordei com ele. Thaila, quero que você saiba que ele me pediu, mas eu concordei. Ele não me obrigou a fazer nada. Não vou dizer que não tenho culpa nenhuma, que sou vítima disso tudo.

- E então você inventou que me traiu porque era a única maneira de eu ficar zangada com você. - Deduzi, falando em um fio de voz.

- Isso. - Respirou fundo.

- Você tem a mínima noção do que fez? - Franzi a testa.

- Foi pensando no seu futuro. - Me olhou culpado.

- Isso mesmo Luan. O meu futuro. O meu! Você e meu pai tomaram as rédeas da minha vida. Que tipo de amor é esse? - Levantei, sentindo a raiva tomar conta de todas as minhas células.

- Não me olha assim, por favor.

- Eu quero esganar você! - Me alterei. - Você é um covarde! Não teve o mínino de coragem de vir até mim e ser sincero. Preferiu ser um covarde e inventar uma mentira.

- Ah é? - levantou-se, se exaltando também. - Se eu tivesse contado a verdade, você iria aceitar? O caralho que ia!

- A questão é que você não deixou que eu escolhesse. Meu pai quis, você quis, e então foi feito. - Senti lágrimas de pura raiva se acumulando em meus olhos. - Eu não sou criança, porra! Vocês me desrespeitaram, tiraram a minha liberdade de escolha!

- Thaila, eu só queria o melhor pra você. Sei que vocês já tiverem uma vida dura, seu pai estava desesperado e eu me senti culpado pra caramba por conta da sua dp. Pensei que me afastar séria melhor pra você. - Ri sem humor, deixando as lágrimas descerem por meu rosto.

- Você tem noção do quanto eu sofri? Você agiu de uma forma tão feia, tão suja.

- Eu não concordo com você. Minha atitude só provou meu amor por você. Foi difícil pra mim. Cê acha que foi fácil? Eu sofri o pão que o diabo amassou. Mas mesmo assim, zelei pelo seu bem.

- Não seja assim. Não venha tentar se redimir com esse papo de amor, de cuidado! - Fechei os olhos com força, sentindo uma imensa vontade de batê-lo. Eu estou tanta raiva. Tanta raiva!

- Me desculpa. Eu não queria que você se sentisse assim. Eu agi com a melhor das intenções. Eu juro que foi. - Vi lágrimas brotando em seus olhos e então ele olhou para um lugar qualquer do quarto, desviando do meu olhar pela primeira vez desde que entrei aqui.

- Vou embora. - fiz menção de sair de seu quarto, mas ele segurou meu braço.

- Nesse estado? De jeito nenhum!

- Me. Solta. - Lhe dei meu olhar massacrante e então ele me soltou. - Eu vou embora. Eu decido o que fazer, entendido? - Vi dor em seu olhar e então eu virei para ir embora, para longe dele. Meus pensamentos não são os mais amáveis agora. E o mais importante: tenho que ter uma conversinha com meu pai. Desci e não encontrei ninguém em meu caminho. Ainda bem. Entrei no carro e então soltei o primeiro soluço. O que eles estavam pensando quando decidiram fazer isso? Meu pai sempre foi muito protetor, mas eu nunca pensei que Luan iria cooperar com as idéias dele. Dei partida no carro e fui até em casa, repassando os últimos minutos. Quando eu penso que não pode ficar pior, descubro isso. \Estacionei o carro de chulé em nossa garagem e entrei em casa, fervendo de raiva. E a primeira pessoa que encontrei foi ele. Ótimo. Não me olhou, está bem ocupado em seu notebook.

- Preciso falar com você. - E então ele me olhou.

- Se for sobre essa gravidez, pode esquecer. - disse de forma fria.

- Não. É sobre você ter pedido ao Luan pra se afastar de mim. - Seu semblante mostrou espanto. - É, eu já sei. - Ri sem humor.

- Thaila, eu espero que você entenda...

- Entender o que? - Gritei e então minha mãe e Gustavo surgiram rapidamente.

- O que tá acontecendo aqui? - Minha mãe perguntou e então meu pai levantou-se.

- Vamos pro escritório.

- Não quer discutir sobre isso aqui? Eles vão saber o que você fez! - Continuei com a voz alterada.

- Escritório, Thaila. - Pisei firme até o maldito escritório e então quando entrei, ele fechou a porta atrás de nós.

- O que ele te disse?

- Pai, quem faz as perguntas sou eu! - O olhei, fervendo. - Você perdeu totalmente a noção? Não sabe o que é limite? Você sabe quantos anos eu já tenho?

- Me deixe explicar. - Cruzei os braços, dando a deixa para ele tentar se justificar. - Você sabe de tudo que passamos, tudo que eu não quero é que vocês tenham um futuro fracassado. Nós batalhamos bastante pra chegar até aqui. Quando eu soube da sua dp, meu chão sumiu. Eu entrei em desespero e então só consegui pensar em uma saída. Nós sabemos que o namoro atrapalhou tudo, eu só pedi um tempo a ele.

- Com que direito, pai? - Berrei.

- Com direito nenhum! - Gritou de volta. - Eu só queria te proteger, como sempre fiz.

- Eu cresci, caramba! Eu cresci e já posso decidir o que fazer sozinha. - Suspirei, negando com a cabeça. Isso é tudo muito surreal. - Você não imagina o quanto me fez sofrer. Você e ele! Os dois, decidiram algo por mim pensando que séria bom e na verdade só me fizeram sofrer mais.

- Eu sabia que você ia sofrer e lamentei muito por isso, de verdade. Mas eu só queria garantir um futuro bom pra você. - As lágrimas voltaram e a raiva cedeu um pouco de espaço para a decepção.

- E agora? Do que adiantou tudo isso? - Sussurrei. - Eu só sofri e estou grávida. Vou abandonar a faculdade daqui a alguns meses... Na verdade, quer saber? Eu vou largar a faculdade ainda esse mês.

- Não faça isso. - Implorou.

- Vou, vou largar sim. Quando você for embora com Gustavo, eu vou vir morar com a minha mãe e contradizer tudo aquilo que você idealizou pra mim. Só pra você saber que eu não sou uma boneca que você conduz. Eu decido! Eu decido o que fazer da minha vida!

- Você só tá fazendo isso pra me irritar?

- Que se foda o motivo. Mas EU acabei de decidir. Vou vir pra cá, vou largar a faculdade. E ai? Tá assustado em como pode ser meu futuro?

- Estou. - Sussurrou. Vi culpa em seu olhar. Suspirei, limpando minhas lágrimas.

- Você me decepcionou de uma forma tão cruel, tão profunda. Pai, eu nunca imaginei que você fosse capaz de me causar tanto mal.

- Pelo o amor de Deus! Não fala isso!

- É a verdade! - Gritei novamente.

- Eu fiz porque te amo.

- Você e o Luan ensaiaram isso? Vir com esse papo afetuoso pra me dobrar? Sinto muito, não vai funcionar.

- Não é papo furado. É a verdade. Eu te peço que me perdoe, não imaginei que sua vida iria dar toda essa volta. Imaginei que no final você ficaria com Luan e formada. Mas ele fez o favor de te engravidar.

- Pra você ver o resultado das suas incríveis ideias.

- Eu juro que pensei que no final, tudo ficaria bem. Você formada e enfim poderia ficar com ele.

- Pai, a vida não é assim! - Voltei a chorar e gritar. - Você não pode controlar tudo e todos! Essa forma que você e ele dizem me amar é terrivelmente desrespeitosa.

- Não seja tão cruel com ele. - Franzi a testa, completamente surpresa. Ele está mesmo defendendo o Luan? - Eu fui até ele, eu implorei. - Vi seus olhos marejados e ele os fechou com força e quando me olhou, continuou a falar: - Ele concordou com tudo, mas eu vi que doeu bastante nele. Foi só então que eu percebi que ele realmente te ama e é um amor profundo, bonito. Não se encontra em qualquer esquina. Ele tentou, mas não conseguiu ficar longe. Aquele cara que você não quer ver nem pintado de outro agora, é o homem certo pra você.

- Por que isso agora, pai?

- Porque eu causei isso tudo. Por mais que você não acredite, foi pensando no seu bem. Me meti na vida de vocês dois e eu não posso deixar de te falar isso. É o certo. Se acerta com ele. É o pai da sua criança. Tudo isso deu em nada, no fim, acabou como acabou. Então agora você pode ser feliz. Eu vou estar bem longe e não vamos nos ver tanto. E o mais importante: eu prometo nunca mais tomar decisões por você, ou me meter na sua vida.

- Sentimento de culpa é pesado né?!

- Thaila, por favor.

- Você me disse palavras tão pesadas quando soube da gravidez, eu fiquei realmente magoada. Tudo que eu queria era me acertar com você e eu também iria dar uma segunda chance ao Luan, mas a verdade é que vocês não merecem o meu amor.

- Eu ainda sou seu pai.

- É mesmo? Pensei que desde a minha gravidez eu tivesse deixado de ser sua filha. - E então ele as lágrimas tomaram conta de seu rosto.

- Você tem todo o direito de tá chateada. Eu espero que um dia você possa me perdoar e espero também que você não perca tempo e fique bem com o Luan. Eu fui o causador disso tudo, vocês dois são vítimas. Nem sempre acerto. Tento ser um bom pai, mas sou humano. Me desculpe por te causar tudo isso. - Abaixou a cabeça e eu suspirei. É tanta raiva misturada com dor. Me sinto zonza, enjoada.

- Chega! Eu estou enojada com toda essa história. - Caminhei até a porta e meu pai não disse mais nenhuma palavra. Ao abrir a porta, encontrei meu irmão e minha mãe. Respirei fundo. - O Luan não me traiu. Na verdade tudo não passou de uma mentira. Meu pai pediu ao Luan que se afastasse de mim, porque ele pensou que Luan era o causador da minha dp. E então o Luan concordou, porque pensava que era o melhor pra mim. Tudo isso por amor. - Usei a ironia o tempo todo, enquanto os dois me olham claramente espantados. - Eu estou me sentindo exausta. Preciso ficar sozinha. - Eles continuaram me olhando perplexos e não conseguiram falar uma palavra. Os entendo. Eu também estou profundamente surpresa e decepcionada. Subi para meu quarto e foi só entrar que o enjoo se tornou mais forte. Acabei vomitando todo o almoço e xinguei Luan horrores, sentindo um dor enorme no coração ao pensar no que meu pai foi capaz de fazer. Deitei na cama, sentindo uma forte dor de cabeça. Acariciei minha barriga. Até meu bebê está irritado com isso tudo. - Ei, meu amor. Fica bem tá? Por favor. - Sussurrei, fechando os olhos, tentando relaxar.

... HORAS DEPOIS...

- Ângela, por favor! Eu preciso falar com ela. - Ouvi a voz de Luan bem distante.

- Não! Ela não precisa mais lidar com isso hoje. - Minha mãe falou.

- Ângela, deixa eles. Eles precisam conversar. - Meu pai?

- Thaila! - Ouvi a voz de Luan novamente e uma batida na porta do meu quarto. Abri os olhos e percebi que tudo é real. Não é um sonho. Gemi frustrada.

- Não quero falar com você! - Gritei.

- Você acordou ela. - Minha mãe o repreendeu.

- Não vou sair daqui enquanto você não falar comigo.

- Então pode sentar no chão. - Gritei mais uma vez.

- Luan, você tem que ir. Deixa ela assimilar tudo. - Mais uma vez minha mãe.

- Ângela, eles precisam se resolver. - Meu pai voltou a falar.

- Já tô sentado aqui. - Luan avisou. - Eu não vou sair, Ângela. - Ele falou com minha mãe.

- Essa é a hora de ele correr atrás. - Pela primeira vez ouvi a voz de Gustavo.

- Se ela sentir alguma coisa por causa disso tudo, eu não respondo por meus atos. - Minha mãe avisou e então o silêncio reinou. Continuei deitada, atenta a qualquer movimento ou voz.

- Thaila, abre essa porta. - Luan voltou a falar e eu continuei calada. Senti um nó em minha garganta e a vontade de chorar voltando. - Não interessa show, não interessa nada! Eu vou ficar aqui o tempo que for preciso. - As lágrimas voltaram a passear por meu rosto novamente. Quando eu penso que não tenho mais lágrimas... - Eu amo tanto você, amor. Vamos resolver tudo? Por favor! - Fechei os olhos com força.

- Vai embora. - Falei alto para que ela possa ouvir.

- Só depois de você falar comigo. - Suspirei. Ele não vai desistir. Levantei, fui até o banheiro e vi o quão feia estou. Cabelo desgrenhado, resquícios de mascará de cílios. Pior mesmo é como estou por dentro. Lavei meu rosto e sequei em seguida. Respirei fundo, fechei os olhos e contei até três mentalmente. Caminhei até a porta e quando abri, o encontrei sentado no chão, com as costas apoiadas na parede. Me olhou e levantou-se rapidamente. A dor continua presente em seu olhar.

- Seja rápido. - Falei, antes de dar espaço para ele entrar. Caminhamos calados até minha cama e então sentamos um de frente para o outro.

- Não se afasta de mim, por favor. - Implorou. - Eu não vou suportar você longe, enquanto espera um bebê nosso.

- Eu quase não suporto te olhar, Luan. - Sinceramente crua.

- Não fala isso. - Ele suspirou. - Dói muito.

- Dor? Você quer mesmo falar de dor? - Ele pousou as mãos nas laterais do meu rosto.

- Me perdoa, por favor. Eu imploro, Thaila. - Me olhou profundamente. - Por tudo que é mais sagrado.

- Não. - Respondi de imediato.

- Cara! - Ele negou com a cabeça, claramente em desespero. Suas mãos voltaram para junto do seu corpo. - Pelo o amor de Deus! Pelo o amor de Deus! - Disse repetidamente, me olhando com lágrimas nos olhos.

- Você não pode fazer nada, Luan. Só quero que me deixe no meu canto.

- Não. De jeito nenhum. Você é a mulher que eu mais amei, não vou te perder assim. Foi um erro, mas eu quero consertar.

- Como? - Ri sem humor.

- Casando com você, morando junto, voltando a namorar. O que você quiser.

- Eu não quero nada disso.

- Eu posso provar por todos os dias da minha vida o quanto me arrependo e te amo.

- Ah sei. - Fui sarcástica.

- O que cê acha de uma viagem? Eu vou viajar dentro de alguns dias com Douglas, Marquinhos e mais um pessoal.

- Eu não quero viajar com você!

- Vamos superar isso juntos. - Propôs.

- Não!

- Então uma viagem de uns dias com a Bruna?

- Eu vou superar da maneira que EU achar melhor, porque EU decido o que fazer.

- Claro. - ele suspirou. - Só não se afasta de mim, por favor.

- Você não tem direito de me pedir nada.

- Eu sei, caramba. Mas você tá carregando um filho, ou filha aí dentro e o pai sou eu. Tenho direito de participar de tudo sobre a gravidez.

- E vai. Não vou privar você disso, fique tranquilo. - Ele continua me olhando em desespero. É perturbador.

- Pensa na minha proposta. Viajar pode ser bom. - Assenti, mas na verdade eu não vou pensar em nada disso. - Não esquece que eu te amo e que não vou desistir de você. De jeito nenhum! - Disse firme, fazendo com que nenhuma célula de meu corpo duvide de suas palavras. Fiquei um momento em silêncio avaliando o que devo fazer. Por fim, apenas assenti novamente. - Eu amo vocês. - Sussurrou.

- Terminou? - Falei, o olhando.

- Por agora sim. Se cuidem. - Ele teve a ousadia de acariciar minha barriga, antes de sair de meu quarto. E eu fiquei desolada.










OIIIIIIIIIII lindas! A bomba explodiu e houveram as já esperadas discussões. Thaila não aceitou bem a atitude de Luan como vocês queriam, mas ele parece estar disposto a continuar tentando tê-la de volta. Humberto entrou em defesa dele e não se ocultou da culpa. Thaila disse que vai abandonar a faculdade e vai morar em São Paulo com a mãe, quando o pai for embora para Páris com Gustavo. Será mesmo? E ai, o que vai acontecer no próximo cap? 
Obrigada por cada comentárioooooo! Esse envolvimento de vocês com a história é lindo e eu não me canso de dizer isso. 
Bjs, Jéssica.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

" Nunca houve traição " Cap 176

Mais um mês se passou normalmente. Meu pai continua sem dar sinal de vida, parece que eu nunca existi em sua vida. Já o restante das pessoas me cobrem de cuidados. Luan me disse que a cada dia receber mais presente para nosso filho, ou filha, e que não vamos precisar comprar nenhuma roupinha. Eu ri dele. Estou sentindo dores na barriga faz uma semana, liguei para minha médica aqui de Fortaleza e ela disse que é normal. É a fase da mudança e que sentir algumas dores é comum, eu não preciso me preocupar. Nem falei sobre as dores para Luan, caso contrário ele iria se preocupar sem necessidade. A médica já me explicou. Estamos bem, é só meu corpo que vai começar a mudar. Ela acrescentou também que eu até demorei mais que o comum, já era pra minha barriga estar mais grandinha, porém ela disse que as vezes o tempo diferencia de uma mulher para outra.

- Cadê você? - Gustavo perguntou logo que eu atendi sua ligação.

- Saindo de casa.

- Ainda? Pensei que você chegaria aqui bem cedo.

- Não, eu já tinha falado que o voo só é as 10:00 horas.

- Mas você vai chegar a tempo do almoço?

- Se não houver atraso vou sim.

- Tá, estamos te esperando.

- Beijo, te amo.

- Eu que amo. - sorri e desliguei. Coloquei Romeu dentro de sua temporária casinha e peguei minha mala. Tranquei a porta e esperei o elevador.

Quando cheguei na portaria vi que Vini já estava com o celular próximo ao ouvido e eu senti o meu tocar no mesmo instante.

- Já cheguei, gatão.

- Então bora! - Abriu a porta da frente pra mim. Ele anda 100% mais gentil desde que soube da minha gravidez.

- Obrigada. - Ele guardou minha mala e logo sentou ao meu lado.

- Como estão meus sobrinhos? - Fez graça.

- Vira essa boca pra lá! Vai ser só um. - ele gargalhou.

- Eu adoraria se fosse uns três, só pra deixar o Luan maluco. - neguei sorrindo. - Já pensou em quatro meninas? - acrescentou. Gargalhei.

- Chega, Vinícius! Palavras tem poder.

- Eu sei. - deu de ombros. - Ele nem sonha que o Romeu é mais apegado ao tio que ao próprio pai.

- Claro, você acaba vendo o Romeu mais que ele.

- Tô pensando em casar, Thaila. - Mudou de assunto. O olhei boquiaberta.

- Sério? - ele riu da minha reação.

- Não casar na igreja, mas morar junto.

- Porque não casar na igreja? - entrei em defesa de Deisy.

- Para de fazer pergunta difícil. - franziu a testa.

- Não tem nada de difícil na pergunta.

- Ah é?! Então porque tu continua transando com o pai do meu sobrinho, ou sobrinha, mesmo ele não valendo um centavo?

- Essa sim é difícil. - resmunguei e ele riu.

- Deviam parar de ficar nesse chove não molha. Não sou a favor de que voltem a namorar, mas vocês vão ser pais e se você acha que não consegue resistir a ele, fazer o que?

- Não vamos falar disso. Vamos falar de você e o casamento. - ele sorriu.

- Ela quase mora comigo. Quase todos os dias dormimos juntos, seja na casa dela ou na minha. Quero oficializar isso.

- Quer que ela fique de vez na sua casa?

- É. Ela não é tão romântica, morar junto comigo é o suficiente. Pra ela e pra mim.

- Por mais que ela não seja romântica, grande parte das mulheres querem casar. - ele ficou em silêncio. - Você já perguntou se ela tem vontade?

- Tem, mas por agora vamos ficar bem assim. Para de me pressionar. - Ri de sua tensão.

- Desculpa.

- Tu tem que levar em consideração todo o avanço que eu já tive. Pra quem não queria namorar, eu tô querendo morar junto com ela agora.

- Realmente... - reconheci. Continuamos conversando durante todo o trajeto e no fim agradeci sua carona. Ele acariciou minha barriga e disse:

- Se cuida e cuida desses dois também. - Se referiu a Romeu e a criança. Assenti.
Esperei um pouco pelo voo e quando sentei na cadeira, Luan tomou meus pensamentos. Todos os seus atos e palavras, todo seu imenso apoio... Tudo! Eu comecei a pensar em tudo. Incrível é muito pouco pra definir o que ele está sendo pra mim. Quando o avião pousou, depois de refletir muito, eu decidi: todos merecem uma segunda chance. Todos podem mudar. Mas antes, eu quero conversar muito sério com Luan. Se ele errar novamente, não vai ter outra chance. De maneira alguma. Essa coisa de transar sem compromisso não é legal na minha condição. Estou grávida, ele é o pai. O que está acontecendo é uma pouca vergonha! Sei que não vamos resistir ao desejo. Quando eu ver ele, vou fraquejar e ele não vai manter sua por promessa muito tempo. Eu conheço aquele homem.

Segui para o estacionamento e encontrei minhas melhores amigas.

- Que surpresa! - Coloquei as mãos na boca. Logo as abracei. - Pensei que só Luíza viria. - Falei após os abraços.

- Decidimos vir juntas pra te receber. - Alice disse, me abraçando novamente. - Eu tava com saudade da sua cara feia. - Ri.

- Eu também tava com saudade da sua voz enjoativa.

- Olha quem fala! - Luíza disse e eu ri.

- Não, mas a Alice parece uma criança falando. - Me defendi.

- Você também. - Fernanda disse e eu lhe mostrei o dedo do meio.

- Bora. Podem deixar de papo, preciso chegar logo em casa.

- Pedido de grávida é uma ordem! - Alice disse e eu sorri convencida. Durante o trajeto elas quiseram saber como vai a gravidez. Luan também foi um dos assuntos, mas eu não falei sobre a minha mais recente decisão. Vou conversar com ele primeiro e depois comunico ao restante.
Ao chegar em frente a minha casa, lembrei de meu pai. Havia esquecido completamente que terei que ver ele e que continuamos sem nos falar. Desta vez eu acho que não tem volta. Acredito que ele nunca mais vai me olhar e me ver como sua filha, afinal, tudo que ele planejou pra mim, eu destruí.

- Coragem, amiga. - Nanda disse e só então eu percebi que fiquei paralisada desde que Alice parou o carro.

- Tá. Coragem, Thaila. - Falei comigo mesma, suspirando. - Beijo, beijo. - Soltei beijo para todas. - Obrigada.

- A noite é nossa? - Alice me olhou esperançosa.

- A tarde eu vou ficar com Luan e a família dele, já havia combinado.

- Mas a noite...? - Luíza me olhou esperançosa também. Como resistir?

- É nossa. - Confirmei e ela soltaram gritinhos animados, me fazendo rir. - Amo vocês. Obrigada pela carona.

- Também te amo. - Falaram juntas e então eu saí do carro. Abri o porta mala, após Alice destravá-lo e peguei minha mala. Em seguida, abri a porta de trás e peguei Romeu que veio no colo de Fernanda.
Antes que eu pudesse dar mais um passo, Gu apareceu com Diego.

- Tchau, fedorentas. - Diego disse com minhas amigas e elas lhe mostraram o dedo do meio. Ri.

- Como foi a viagem? - Gu me abraçou, enquanto Romeu permanece dentro de sua temporária casinha.

- Tranquila. Que saudade de você! - Fechei meus olhos e percebi as meninas discutindo com Diego e logo partiram. Esses meus amigos...

- Eu também senti muita saudade. E a bebezinha? - Desfez o abraço, acariciando minha barriga. Ri. Ele disse que vai ficar pensando o tempo todo que é uma menina, mas torcendo para que seja um menino. Não entendi sua teoria, mas dou risada sempre que falo com ele e entramos no assunto de minha gravidez.

- Vai bem. - Sorri.

- Bora entrar. - Diego segurou minha mala.

- Não ganho nenhum abraço?

- Não, tô desapontado. Pensei que você já estaria com um barrigão. - Ri dele, que logo sorriu. Me abraçou forte. - Bora gravidinha, temos assuntos a tratar.

- Ah é? - Desfez o abraço.

- É. - Gu confirmou. - Até que enfim tô vendo o garotão que o Luan te deu de presente. - Logo tratou de tirar Romeu do local apertado e o pegou nos braços. Romeu ficou um pouco desconfiado, mas quietinho. Entramos e logo vi Maria. Me olhou cheia de afeto. Eu amo perceber que sou amada só pelos olhares que me rodeiam.

- Ma! - Corri até ela que me acolheu em um abraço.

- Quando você vai aprender a ser mais cuidadosa, Thaila? - Ouvi minha mãe me repreender.

- Que bom ver você. Como tá o bebê? - Maria perguntou.

- Bem, graças a Deus. - Desfiz o abraço e lhe dei um beijo estalado na bochecha. Segui para abraçar minha mãe, encontrando minha fortaleza. Senti vontade de chorar por ter tanta saudade acumulado no peito.

- Parece que a saudade triplicou desde que eu soube que você tá grávida. - Sorri. - Vontade de tá perto e cuidar de vocês.

- Você cuida mesmo de longe, mãe.

- Mas não é suficiente pra mim.

- Você é a melhor, meu amor. - Olhei em seus olhos e ela sorriu. Senti sua mão acariciando minha barriga.

- Não cresceu nadinha?

- Eu acho que tô mais gorda, mas nada com formato de gravidez ainda. - Me afastei dela.

- Sobe essa camisa. Quero ver. - Ri de leve, deixando minha camisa abaixo dos meus seios. - Fica de lado. - Percebi todos na sala observarem. - Ah, tá sim.

- Formato de grávida, mãe? Eu não acho.

- Não, ainda não. Mas já tem uma barriguinha aqui. - Pousou a mão no local. - Não tem? - Olhou a todos.

- Posso falar? - Diego me olhou e eu assenti. - Só te achei um pouco mais cheia.

- Diego! - Fingi ter ficado magoada e ele riu de leve.

- Continua gata, caramba. - O olhei como quem dúvida, mas a verdade é que eu concordo com ele. Estou mais gorda.

- Mas é coisa pouca, chulé. Só dá pra perceber olhando assim como a gente tá olhando. - Meu irmão disse.

- É verdade, mas é normal ganhar uns kg. - Maria disse e eu sorri. Não vejo a hora de crescer.

- O almoço vai ser agora? - Ouvi a voz de meu pai, quebrando todo o momento bonito. O olhei e abaixei minha camisa.

- Sim. - Minha mãe respondeu.

- Então vamos. - Seguiu para a sala de jantar, fingindo que eu não estou na sala.

- Sério, pai? - Gustavo repreendeu sua atitude, mas ele nem ao menos olhou para trás.

- Deixa, chulé. - Falei, sentindo a tristeza bater.

- Isso já tá passando dos limites. Ele é criança? - Meu irmão olhou minha mãe.

- Deixa que os dois se resolvem, Gustavo. Eles sempre se resolvem. - Sorri de lado com o pensamento positivo de minha mãe. Eu estou totalmente desacreditada que possa haver uma trégua entre nós.

- Isso, vamos comer. - Sorri, tentando passar confiança.
Ao chegar na sala de jantar, encontramos ele já sentado. Fizemos o mesmo e o clima tenso se tornou crescente, até que Romeu latiu, ganhando meu sorriso.

- É esfomeado? - Diego me olhou e eu assenti.

- Ele fica maluca na hora das refeições. Dá um trabalho que vocês não imaginam. - Minha mãe riu.

- É muito fofo! - Ela elogiou. Começamos a nos servir e os meninos sempre tentando deixar o clima mais agradável. Meu pai não me olhou em nenhum momento, não falou nada. Eu queria correr para meu quarto e chorar, mas me mantive firme, com um sorriso no rosto. Apesar de ser muito bem recebida por minha família, ver o o tratamento de meu pai, faz a sensação de não ser bem-vinda me invadir. Eu me sinto mal.

- Agora chegou a hora boa! - Gustavo bateu uma mão na outra, quando Maria chegou com a sobremesa.

- Você gosta né?! - Ela disse, sorrindo.

- Claro, Mariazinha! E também porque nesse momento, eu quero dar a noticia a vocês. Meu pai e eu decidimos e eu já sei para qual time eu vou. - Arregalei os olhos. Por isso ele queria tanto eu aqui para o almoço.

- Então fala! - Minha mãe disse.

- O Diego já sabe. - Acusei e meu irmão riu.

- Não, eu disse que só iria falar durante o almoço de hoje. Mas ele me ajudou bastante na escolha, em nossas conversas. - Olhou o amigo.

- Diz, porra! - Diego exasperou

- Diego! - Minha mãe o repreendeu pelo palavrão durante a refeição e eu ri. Meu pai permaneceu impassível.

- É o seguinte... Vou morar em Páris!

- Mentira! - Levantei, e caminhei até ele. Meu irmão levantou e eu o abracei. - Que você seja muito feliz nessa nova jornada. Eu vou morrer de saudade, mas a saudade nem vai se comparar com o orgulho que já carrego por você.

- Obrigado, meu chulézinho. Eu amo você. Quero sua ajuda na decoração do meu quarto.

- Combinado! - Desfiz o abraço, com o sorriso maior do mundo.

- Deixa eu abraçar também. - Minha mãe disse com a voz embargada. Olhei em seus olhos e vi que ela está chorando silenciosamente.

- Ô dona Ângela, vem cá. - Eles se abraçaram.

- Eu tô muito feliz por você, Gustavo. Você me dá um imenso orgulho, meu filho. - Sorri, me sentindo um pouco emocionada.

- Você e meu pai são responsáveis pelo que eu sou hoje. Obrigado, mãe. - Ele enxugou as lágrimas dela e em seguida foi a vez de Diego.

- Seu filho da mãe! Me deixa muito orgulhoso, porra. - Ri deles.

- Valeu por todas as conversas sobre isso, mané.

- Voa, moleque. Só isso pra te dizer. - desfizeram o abraço.

- Tamo junto, irmão.

- Sempre.

- Você vai comigo.

- Fechado! - Sorri. O amor que une esses dois é lindo demais!

- Vamos comemorar. - Meu pai sorriu pela primeira vez e meu coração se encheu de tranquilidade. Como é bom ver ele sorrir. Pegou um champanhe das mãos de Maria. - Pode se juntar, Maria. - Falou e ela pegou uma taça da mesa.

- Eu vou ficar no suco. - Falei e ele nem ao menos me olhou, parece até que ninguém falou. Mesmo com o clima estranho entre meu pai e eu, comemoramos a nova fase na vida de meu irmão. Quando penso na saudade que vou sentir... O pior de tudo é saber que ele vai embora dentro de uma semana. Meu chão desabou, mas o orgulho me tomou por completo. Um misto de sensações e quando eu percebi já estava chorando. Eles se preocuparam.
- São os hormônios, tá uma mistura de sentimentos aqui dento. - Todos sorriram, menos meu pai. Ele olhou para um canto qualquer, menos pra mim.

Tive que me apressar quando Marizete me ligou. Ela já está esperando ansiosa minha visita. Mais amor. E então eu me senti renovada. Tomei um banho rápido e enviei mensagens para Luan, mas ele não visualizou nenhuma. Estranho. Vesti um vestido longo e então me despedi de minha família, indo passar a tarde com a família do pai do meu bebê. Mais tarde ainda tenho que estar com minhas amigas. Haja Thaila e disposição! Peguei um dos carros de chulé e demorei bastante até chegar no condomínio onde Luan mora. Mostrei minha identidade e minha entrada foi liberada. Quem me recebeu foi Marizete. A casa em completo silêncio.

- Como você tá linda! - Nos abraçamos.

- Obrigada. - Sorri e desfiz o abraço.

- Como tá minha netinha, ou netinho? - Acariciou minha barriga.

- Bem. - Continuei sorrindo.

- Daqui a pouco cê vai tá com um barrigão lindo.

- É, as mudanças estão começando. Minha médica disse, mas até agora eu só tô me achando mais gorda. E na verdade estou mesmo. 3kg a mais. - Marizete riu de leve.

- É normal. Vem, entra. Luan tá dormindo.

- Por isso ele não respondeu minhas mensagens. - Ri de leve e então sentamos no sofá. - E os outros?

- Bubu tá com as amigas, mas já está voltando. Tá maluca pra te ver. Amarildo foi até a central de fãs, mas me fez jurar te segurar aqui até ele voltar. - Ri.

- Eu também quero vê-los.

- Me conta, tá tudo indo em paz mesmo?

- Tá sim, graças a Deus. A médica disse que eu sou uma gravidinha perfeita.

- Pelo jeito cê tá tão boba quanto Luan. Ele fala de vocês tanto quanto fala de trabalho. Cê sabe como ele é com a música. - Ri mais uma vez.

- Ele fica me monitorando o tempo todo, mesmo de longe.

- Eu ficaria tão feliz se vocês estivessem juntos. Quando digo juntos, você me entende. - Sorri, feliz por saber que ela nos apoia.

- Eu estou pensando em dar uma segunda chance a ele mesmo depois da traição. - Decidi falar.

- Thaila, ele ainda não te contou? - Ela franziu a testa e eu fiquei confusa.

- Contar o que?

- Nossa, o Luan tem o que na cabeça? Essa história já era pra ter sido esclarecida.

- Que história? - Franzi a testa.

- Ele não te traiu. Isso nunca aconteceu. Ele inventou isso pra você, por um motivo que ele não quis me dizer. - Senti a terra me jogando para outro planeta, meu coração disparou e eu fiquei perplexa. Sentindo um misto de emoções tomar conta de mim. Ele mentiu. Porque? Meu cérebro não consegue entender. Tento, tento, mas não consigo. Luan precisa ter uma boa resposta pra justificar sua atitude. Ah, precisa sim!







OIIIIIIIIIIII lindas! Parece que agora é só a contagem regressiva pra bomba exxxxtourar! E ai? Como vocês acham que vai ser? Humberto continua indiferente, Gustavo vai para o PSG, Vinícius quer " casar " e Thaila acabou de receber uma bomba nos braços. 
Comentários respondidooooos!
Bjs. Jéssica.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

" O Coraçãozinho " cap 175

A noite, depois de chegarmos da casa de meus amigos e tomarmos banho, nós ficamos em casa, deitamos em minha cama, cada um olhando para seu celular. Eu no instagram e então vi a postagem de Luan: 

" Foi cada modão hoje hein?! " 

Wesley, Matheus e Kauan também postaram essa fotos. Curti e continuei olhando outras publicações.
- Tem alguém que vai pra segunda consulta amanhã. - Ouvi a voz de Luan e o olhei. Ele está com o celular em minha direção de novo.

- Gravando de novo? - eu ri e ele também.

- É pro insta. Fala aí, como tá se sentindo? Ansiosa? - Concordei com a cabeça, sem parar de sorrir. - Eu nem tô nervoso, tô de boa. - Ele ironizou e eu gargalhei, ele acabou rindo junto, encerrando o vídeo.

- Cê tá nervoso porque? - Perguntei, enquanto ele posta.

- É a primeira vez que eu vou, uai. Quero fazer umas perguntas e não faço ideia do que vai acontecer lá. - Ri de leve.

- Certeza que vai postar esse vídeo?

- É no stories do instagram.

- Eu sei, mas você sabe como são as fãs...

- Já postei. - deu de ombros. - Não tem nada demais. Somos amigos e elas sabem disso.

- Uhum, tá. Você gosta é de colocar lenha na fogueira. - Ele riu despreocupado. Me agarrou de repente, me apertando. - Para! - gritei, sorrindo. Romeu latiu e quando Luan se afastou, ele parou.

- Ciúmes? Qual é, cara! Sou seu pai. - Luan começou a conversar com o cachorro e eu ri. De repente, senti um enjoo. Não foi nada crescente, veio com força total, do nada. Levantei as pressas e corri para o banheiro. Levantei a tampa do vaso e comecei a despejar o que comi. Senti Luan segurando meus cabelos, enquanto eu vomito sem parar. É horrível, até parece que minhas tripas vão ser despejadas também. Meus olhos encheram de lágrimas quando enfim, o vômito acabou. Sem olhar Luan, segui até a pia e lavei minha boca. - É a primeira vez também? - Assenti, sentindo lágrimas rolando por meu rosto. É terrível! Vomitar suga todas as suas forças, me sinto doente. - Ei, vem cá. - Me puxou delicadamente para seus braços e então meu choro ganhou som. - Tá tudo bem. - Ele acariciou meus cabelos. - Você exagerou nas cocadas. É só não fazer mais. - Apertei mais em braços em volta dele. - Tô aqui. Tô com você, Thaila. - Beijou meus cabelos, fazendo eu me sentir um pouco melhor.

- Obrigada. - Funguei.

- Vamos voltar pra cama? Você não parou em casa o dia todo. Amanhã tem faculdade e ainda tem a consulta. - Ele me tratou como uma criança e desta vez eu não me importei. Caminhamos ainda abraçados de lado e vi Romeu nos olhar como quem não entende nada. Esbocei um sorriso. Esse bichinho realmente é lindo! Deitei na cama e Luan permaneceu sentado, colocando a coberta sobre mim.

- E você? - Perguntei, sentindo meu choro cessar.

- Eu o que?

- Não vai deitar? - Eu nem me importei em como ele pode interpretar meu pedido. Eu só preciso ser cuidada agora.

- Você quer que eu fique? - Assenti e então ele sorriu, deitando-se ao meu lado. - Vem, pode chegar pertinho. Vou colocar minhas crianças enjoadas pra dormir. - Ri da maneira que ele se referiu ao nosso bebê e eu. Me aconcheguei em seu corpo, pousando meu rosto em seu pescoço, sentindo um cafuné gostoso em meus cabelos. Tenho absoluta certeza de que ele não vai dormir agora. Já eu, dormi dentro de alguns minutos com Luan ao meu lado, Romeu do outro e minha criança em meu ventre.

...No dia seguinte...

Acordei com o celular despertando. Quase todos os dias é isso. Senti Luan quase me sufocando com seu corpo e sorri. Eu gosto tanto disso! Acariciei seus cabelos e ele aninhou ainda mais a cabeça entre meus seios, senti uma dorzinha, mas nada demais.

- Luan? - chamei com a voz rouca e ele me olhou assustado, sem entender nada direito.

- Tá sentindo alguma coisa? - Como não amar essa pessoa? Sorri.

- Não, eu só preciso levantar.

- Já? - franziu a testa.

- É. Tenho academia pra ir e faculdade.

- Certeza que quer ir? Tá se sentindo bem mesmo?

- Juro que tô. - Ele me avaliou pra saber se estou mesmo sendo sincera.

- Tá. Qualquer coisa me liga. Qualquer coisa mesmo. - Assenti e então ele me liberou, deitando-se ao meu lado. - Bom dia, bundunda! - Falou quando eu levantei, o olhei e vi seus olhos em meu traseiro.

- Toma jeito! - Ri dele, que sorriu lindamente, voltando a fechar os olhos.
Depois das higienes matinais, segui para minha rotina. Academia, risadas com Vinícius, começando bem meu dia. Logo depois, eu fui para a faculdade e amo ser bajulada por todos, que acariciam minha barriga e perguntam se estamos bem. Fico imaginando quando minha barriga já estiver maiorzinha. Até agora não tem nada de diferente. Já na saída, comentei sobre meu enjoo com Mathias e Vivi.

- Nossa, o Luan é muito fofo! - Minha amiga disse, encantada.

- Mas fez o que fez. - Mathias lembrou. É exatamente como minha cabeça fica. Um lado encantado, o outro não esquece o que aconteceu.

- É, mas enfim, foi muito ruim. - Fiz careta.

- Tadinha da minha criança. - Mathias me abraçou e eu sorri.

- Eu vou ser mãe! Para de me chamar assim! - Exigi, brincando. E ele riu.

- Tu nunca vai deixar de ser minha criança.

- Amiga, mais tarde conta pra mim como foi a consulta. - Vivi pediu e Mathias desfez o abraço.

- Tá, eu conto. Tô animada. - Sorri e eles também.

- Imagina quando tiver com um barrigão?! - Mathias falou.

- Eu quero mesmo é ver o rostinho. - Falei.

- Onw! Eu também! Vai ser lindo, ou linda. - Vivi disse.

- E o nome? Já falaram sobre isso? - Meu amigo quis saber.

- Ainda não. Vamos deixar pra decidir depois de descobrirmos o sexo do bebê.

- Ah sim. Então, meu amor, boa consulta. - Mathias me abraçou novamente.

- Obrigada. - Em seguida Vivi me abraçou também.

- Boa consulta, mamãe. - Sorri e agradeci novamente. Eu contei sobre minha recaída mais recente e achei lindo nenhum dos dois me julgar. Quando falei para Vini mais cedo na academia, ele fez uma careta. Não foi preciso palavras pra eu entender que ele não aprovou o que aconteceu. Nem eu mesma aprovo. É muito complicado! Voltei pra casa e encontrei tudo muito silencioso. Se Luan ainda estiver dormindo, eu não vou me surpreender. Depois de jogar minha bolsa no sofá, segui para meu quarto. Ao abrir a porta, encontrei ele ainda embolado na coberta, brincando com Romeu.

- Olha só quem chegou! - Ele disse e então o cachorrinho pulou da cama, correndo em minha direção.

- Oi, meu amor! Sentiu saudade? - O peguei em meus braços. - Como foi a manhã, filho? Não me diga que você é dorminhoco igual aquele ali. - Sorri.

- Ei, me deixa! - Luan riu e eu beijei repetidas vezes meu bichinho, o colocando no chão em seguida.

- Como você guarda tanto sono?

- O estoque parece infinito. - Ele brincou e eu sentei na cama.

- Bobão.

- Como cês tão?

- Bem. Precisamos comer e ir a consulta.

- Eu não esqueci disso um segundo. - Ri de sua ansiedade. Levantou-se e enquanto eu fui para a cozinha, ele fez suas higienes matinais. Quando voltou, ficou fazendo graça o tempo todo. Fiz uma comidinha rápida e ele me ajudou. Comemos e em seguida fomos para a consulta.
Ao entrar na sala da doutora, eu conseguia ouvir as batidas do meu coração. Agora sim estou ansiosa.

- Oi papai e mamãe! - A doutora falou de forma meiga.

- Oi! - Luan e eu respondemos em uníssono.

- Podem sentar. - Assim fizemos. - Não sabia que Luan Santana vai ser pai!

- É, não tava planejando isso, mas tô muito feliz.

- Com certeza vai ser uma criança linda!

- Obrigada. - Agradeci sorrindo.

- Vamos ao que interessa? Preciso ver seus exames. Sua doutora de São Paulo me passou tudo que aconteceu na consulta e como vocês estavam. - Assenti e abri a bolsa, pegando os exames. Esperamos um tempinho, ela analisando um por um. Em seguida ela disse que está tudo bem e então começou a nos passar uma série de informações: estilos de vida saudável, sinais de alerta e de aborto, suplementação com ferro elementar (30-60mg/dia). Luan e eu ouvimos tudo atentamente.

- Não dei conta de guardar tudo isso. - Ele disse por fim e a doutora riu.

- Compreensivo. Eu posso imprimir um papel com uma lista do que é essencial.

- Ai, obrigada! - Suspirei aliviada e ela riu mais uma vez. É tão simpática!

- Agora eu vou passar mais alguns exames pra você. - Assenti. Droga, mais exames! Ela começou a falar novamente e explicar qual a necessidade e importância de cada um deles. Me pesou, fez o exame de toque no útero e disse que eu estava uma gravidinha perfeita. Fiquei toda boba! - E agora, temos que fazer um último passo de hoje. Pode deitar-se ali - Apontou para outra especie de cama que eu já conheço, ela fica perto de um aparelho. Fiz como a doutora disse, mesmo um pouco sem graça de estar com uma especie de vestido azul bem transparente que ela pediu pra eu vestir. - O pai ficou no exame de toque, então também vai ficar agora não é?! - Sei que é porque vou ficar com meu sexo exposto como na hora que ela enfiou dois dedos em mim.

- Sim, ele fica. - Sorri. Não vou privar Luan desses momentos, mesmo que não sejamos mais um casal.

- Bom, provavelmente não vamos conseguir ouvir o coração, ainda é muito cedo, mas podemos ver o bebezinho de vocês por aqui. - Apontou para a tela. É uma ultrassonografia! Percebi que Luan perdeu a língua faz tempo, está atento a tudo, mas não fala nada. Tadinho, acho que está muito surpreso com tantos cuidados que envolvem uma gravidez.

- Que massa! - Ele sorriu grandemente. Até que enfim uma frase! - Me dá sua mão. - Logo ficamos com as mãos entrelaçadas e meu vestido foi afastado para os lado, ele tem uma abertura na frente. Fiquei exposta e constrangida. Então ela começou a passar um treco em minha barriga, um gel se espalhando, uma sensação boa e então um som invadiu o quarto. Tum, tum, tum, tum. Tão aceleradinho! Meus olhos encheram de lágrimas e eu olhei Luan. Ele está perplexo.

- Olha só! Tá batendo muito bem! - A doutora comemorou. Luan continua sem reação, mas seus olhos já estão repletos de lágrimas também. Tanto ele quanto eu, somos emoção agora. Somente emoção. Agora parece ainda mais real. Um coração além do meu batendo dentro de mim.

- Ah, cara! - Ele sussurrou e colocou sua mão sobre os olhos. Apertei sua mão, sorrindo.

- Estão vendo essa coisinha pequena? - A doutora apontou e então voltamos nossa atenção para a tela.

- Sim. - Luan e eu respondemos com a voz embargada.

- É o filhinho, ou filhinha de vocês. - Suspirei de forma audível. É tanta emoção! Meu coração nunca esteve tão alegre e agora eu posso afirmar com toda a certeza do mundo: meu coração nunca sentiu amor dessa maneira. Tão forte, feroz! É meu bebê e eu vou proteger com minha vida.

- Obrigado por isso. - Luan agradeceu e eu o olhei. Vi lágrimas em seu rosto.

- Eu que agradeço. - Ele beijou minha testa.

- Vocês formam um lindo casal. Essa criança vai ter sorte de ter pais que se amam tanto. - A doutora falou inocentemente. Não explicamos nossa situação, ela não sabe de nada. Sorri sem graça. - Acabamos por aqui. Você pode se trocar, mamãe. E então vamos sentar e vocês podem tirar suas dúvidas. Tem lenço na mesa, papai. - Olhei Luan e vi ele ainda chorando silenciosamente. Levantei e o abracei forte, passando os braços em volta de suas costas, ele passou os dele em volta de meu pescoço. E então seu choro ganhou som.

- Eu sei, é forte né?! Parece que é um amor maior que nós. - Acariciei suas costas.

- Eu nunca senti isso. É a coisa mais linda que eu já vivi e senti. - Por um momento a doutora deixou de existir, formamos nossa bolha e não existia nada e nem ninguém em volta. Só nós, o som do coração do nosso bebê ainda fresco em nossos pensamentos e o amor por ele, ou ela, fazendo o coração saltitar e as emoções aflorarem. Beijei sua bochecha longamente, repetidas vezes. - Vai lá se trocar. - Desfez o abraço. Enxuguei suas lágrimas.

- Seu lindo! - Não resisti em dizer e ele riu de leve, dando uma fungada.

- Vou precisar de um lenço, doutora. - E então voltamos a nos dar conta de onde ainda estamos.

- Claro, fique a vontade. - Ela disse, já sentada em sua cadeira, olhando alguns papeis. Segui para a pequena cabine para trocar de roupa e quando voltei, Luan já estava com o choro cessado, mas a pontinha do nariz permaneceu vermelhinha. Quando começamos a tirar as dúvidas ele disparou. Eu fiz algumas, mas ele perguntava sem parar. Só mostra mais uma vez o quão cuidadoso ele é. Por fim, eu não poderia sair sem fazer uma pergunta.

- Luan, preciso falar com ela rapidinho. Encontro você lá fora. - O olhei, após ele se despedir da doutora.

- Tá. - Vi que ele está claramente confuso, mas eu não poderia perguntar isso na frente dele.

- O que aconteceu? - Ela perguntou sorridente, quando ele fechou a porta.

- É que eu ando sonhando umas coisa esquisitas. Sonhos eróticos. Todos os dias. É normal? - perguntei, sentindo meu rosto queimar. Ela riu de leve.

Os sonhos estranhos na gravidez são resultado de um aumento hormonal considerável. Então podemos dizer que a culpa é toda dos níveis de progesterona e estrogênio que estão em um pico constante e cada vez mais alto. Então fica tranquila, é normal.

- Então não tem nada que possa evitar?

- Não. Mas não são pesadelos, não é tão ruim. - Ah é muito ruim! Você nem imagina o quanto. Sorri de lado.

 - Obrigada. Fiquei sem graça de perguntar na frente dele.

- Entendo. - Agradeci pelo excelente atendimento e em seguida encontrei Luan.

- Segredinho com a médica? - Sabia que ele iria perguntar.

- Era coisa íntima, não ia perguntar na sua frente. - Ele ergueu as sobrancelhas como se eu tivesse acabado de falar um absurdo.

- Como se a gente não tivesse intimidade. - Alfinetou

- Vamos embora. - Segurei seu braço e então caminhamos até o estacionamento. Lembrei do dia que fui fazer o exame para saber se estava grávida. Senti inveja da moça com o companheiro ao lado. Agora é bom saber que tenho Luan comigo. Mesmo que por agora nossa relação não passe de amizade, sem que posso contar com ele e isso é extremamente importante e tranquilizador. Entramos no carro e fomos ouvindo música. Cada um perdido nos próprios pensamentos. Foi uma experiência tão grandiosa, tão especial. Ouvir o coraçãozinho realmente mexeu com tudo em mim e em Luan também.  Me sinto outra pessoa depois do que passei hoje. Há mais amor em mim. Um amor tão arrebatador! E é pelo serzinho que carrego comigo.

Entramos em meu apartamento e Romei nos recebeu animado.

- Tá tudo bem com seu irmão, garoto. - Luan comunicou, o pegando nos braços.

- Você sentiu nossa falta, amorzinho? - Me aproximei, o acariciando.

- Sentiu né, folgado?! Mas ó, vou te dizer, papai vai embora hoje. Mas volta logo. - Sorri. Ele não pode ser menos lindo? Um tiquinho pelo menos?

- Vamos esperar você, né Romeu? - e então meu cachorrinho latiu como quem concorda. Luan sorriu, o colocando no chão. - Tô com vontade de comer doce.

- Desejo de novo? - Me olhou sorrindo.

- Acho que não. Não é tão forte quanto da outra vez. - Caminhei até a cozinha e ele veio atrás. Vi ele me observando comer o doce caseiro que tirei da geladeira. Ele me olha com tanto amor, isso alimenta minha alma, minha alto estima. - Quer? - Ele negou.

- Não vai exagerar. - Pediu e eu assenti.

- Que dia hein?!

- É. Inesquecível! Ainda tô anestesiado. - Concordei.

- Eu tô morrendo de sono. - Larguei o doce e ele riu.

- Cê não sabe o que quer.

- Claro que sei. Queria doce e comi, agora quero dormir e mais tarde preciso estudar.

- Tá. No fim da tarde eu vou embora. - Meu coração doeu.

- Quer saber? Mudança de planos. Vou dormir depois. - Ele sorriu e então eu coloquei o doce na geladeira novamente. - Filme?

- Topo demais!

- No meu quarto, porque minha é mais confortável que o sofá. - Comuniquei e ele simplesmente concordou. - Ação? - Perguntei já em meu quarto com Romeu em meus braços.

- Pode ser. Vou no teu banheiro rapidão. - Concordei e coloquei Romeu no chão, pegando o controle remoto em seguida. - Thaila! - Luan gargalhou e logo colocou sua cabeça para fora do banheiro. - Cê já viu o que o Romeu fez?

- Ah, não acredito! - Já sei que é molecagem. Quando entrei no banheiro vi papel higiênico repicado por todos os lados. - Romeu! Porque você fez isso? - Voltei para o quarto e ele ficou me olhando com a maior cara de coitado.

- Acho melhor a gente limpar isso e depois ver o filme. - Luan disse rindo.

- Você acha isso engraçado? Que estrago ele fez! - Luan continuou rindo e eu fui contagiada. - Você é um idiota mesmo. - Iniciamos uma limpeza pelo banheiro e nem preciso dizer que houveram inúmeras risadas. Se Luan está envolvido, as risadas também estão. É cheio de gracinhas.
Quando enfim, deitamos na cama, ele segurou minha mão.

- Quero te agradecer. - Suas palavras deteram minhas ações. Eu iria ligar a TV, mas minha atenção se voltou toda pra ele.

- Por...?

- Por ser a mãe do meu filho, ou filha. O que eu senti hoje, nunca vou conseguir explicar em palavras. Eu achava que já tinha me dado conta de toda a grandeza de sentimento que envolve um filho, mas não. Eu estava enganado. Eu soube depois de ouvir aquele som. - Sorrimos juntos. - Minha vida tomou um sentindo diferente a partir daquele momento. Me sinto muito melhor do que já fui um dia, me sinto mais forte. E acima de tudo, eu sinto um amor que é maior que... que qualquer coisa que você puder imaginar. Sinto um amor tão grande por alguém que eu ainda nem conheço e mais, todo o sentimento que eu carrego por você se ampliou de tal forma... É inexplicável. Então, obrigado. De verdade. Eu tô muito feliz! - Sorri, completamente emocionada. Mas não chorei. Não quero parecer aquelas grávidas sentimentais.

- Você me deixou sem palavras. - Ele riu de leve.

- É que tava aqui. - Apontou para a garganta. - Precisava colocar pra fora.

- Eu que agradeço por você ser homem o suficiente pra assumir toda a responsabilidade, por ser tão generoso comigo, paciente, atencioso. Esse bebê vai ter o melhor pai do mundo. - Ele deu um sorriso tão sincero!

- Eu amo vocês. - Beijou minha mão. - Agora coloca o filme aí pra nós. - Sei que sua ultima frase foi para não deixar um clima tenso. O amei ainda mais por isso.

Começamos assistir o filme e quase na metade dele, os enjoos voltaram. Vomitei uma vez, Luan ao meu lado. Depois de uns 30 minutos, vomitei novamente e Luan ao meu lado. Ele aflito e eu me sentindo fraca. Acabei vomitando mais duas vezes antes de ele ir embora e quando chegou a hora, senti uma imensa vontade de chorar. Meu corpo todo pede por descanso, estou fraca e tudo que eu não quero é ficar sozinha.

- Não quero te deixar desse jeito. - Vi dor em seus olhos, já na sala.

- Eu tô melhor.

- Você tá pálida.

- Mas já tomei água de coco. Vou dormir um pouco e estarei novinha. - Fingi estar bem alegre.

- Vou ficar tão preocupado. - Acariciou minha bochecha. Ele está aflito.

- Prometo que ligo se for preciso. E eu ainda posso levar você ao aeroporto.

- De jeito nenhum. Cê vai descansar. - Me abraçou tão forte e eu senti que nada pode me fazer mal. - Pede pra Vivi vir ficar com você. Eu vou ficar preocupado. Por favor, Thai.

- Porque a Vivi? - O olhei e ele revirou os olhos. Ri de leve. Ciumento!

- Vai chamar?

- Vou. - Ele olhou minha boca por uns segundos e voltou para meus olhos.

- Amo você. - Sussurrou. - E amo nosso trenzinho também. - Acariciou minha barriga.

- Vai com Deus tá?! - beijei sua bochecha e o abracei de novo.

- Fiquem com ele. Não esquece de chamar sua amiga. Por favor.

- Tá. - Desfiz o abraço e vi seu semblante preocupado. - Vou mandar uma foto de nós duas pra você ficar tranquilo.

- Melhor uma chamada de vídeo. - Rimos. - Tchau. - Beijou minha testa e minha mão em seguida.

- Tchau. - Beijei sua bochecha novamente. E então ele se despediu de Romeu, em seguida foi embora cheio de preocupação comigo e nosso bebê e, me deixou com o astral lá embaixo. Já está fazendo falta aqui.






OIIIIIIIIIIII lindas! Thaila teve o primeiro enjoo e Luan ao lado dela. Abraçou, acalentou. Na consulta ouviram o coração do neném (a)!!! Ficaram bobos né?! E então foi a vez de Thaila acalentar Luan. Me digam se esse casal não é sinônimo de companheirismo? E o agradecimento que o lindo fez? E a falta que a Thaila já tá sentindo??? Aguaaarrrdemmmm a bomba já vai extourar, mores. 
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Bjs, Jéssica.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

" Romeu " Cap 174

Acordei com meu celular despertando, logo desativei. Mesmo depois de transar com Luan ontem, eu acabo de ter um sonho erótico com ele.

- Bom dia. - Ouvi a voz dele. Gemi frustrada, me cobrindo toda com a coberta.

- Não dei permissão pra você entrar em meu quarto. - Resmunguei.

- Ouvi você gemendo quando passei em frente ao seu quarto, entrei pra saber o que tava acontecendo...

- O que? - Tirei a coberta de meu rosto e ele riu, sentado na poltrona.

- E ai, eu entrei e vi você gemendo, gemendo meu nome. O sonho parecia está muito bom. Foi a altura de ontem? - Eu quis entrar em qualquer cova. Que vergonha!

- Você tá sonhando?- Revirei os olhos, tentando me safar.

- Eu não, mas você tava. Um sonho bem gostoso.

- Sai daqui! - Lhe acertei um travesseiro e ele riu. Levantou-se e antes de sair disse:

- Os bois já chegaram, se apronta pra gente ir. - Assenti, sentindo meu rosto queimar. - Tenho uma coisa pra você lá na sala. - Piscou um olho e então saiu, sem me dar chance de perguntar nada. Franzi a testa. O que será que ele tem pra mim? Levantei, fui para o banheiro, fiz minhas higienes matinais, tentando achar coragem de olhar pra ele, depois de ele saber que sonhei com nós dois transando. Depois de pronta, reuni coragem e enfrentei. Não tenho como negar e deve ser mais comum do que eu imagino mulheres terem sonhos eróticos. Ao chegar na sala, vi ele falando:
- Sua mãe vai decidir um nome pra você, rapazinho. - Mesmo com ele de costas, eu sei que está sorrindo. Antes que eu pudesse dar um passo a mais, uma bolinha de pelos apareceu correndo e veio em minha direção. É lindo! Abanou o rabinho, lambendo meus pés. - Parece que ele já reconheceu a mãe. - Luan me olhou e eu não acreditei. Quando eu penso que ele não pode ser mais sensível, ele se supera.

- Você...? - Olhei do cachorrinho para ele.

- Comprei pra você. Acordei mais cedo e com a ajuda do gps, achei esse carinha aí. - Meu coração derreteu todo, meu amor por ele parece ter ficado ainda maior. Que homem, céus! Sorri de orelha a orelha e me agachei.

- Ei, você é muito lindo. - Fiz voz de criança e o cachorrinho me olhou lindamente. - Ele é lindo! - Olhei Luan, totalmente encantada. Peguei o bichinho em meus braços. - Eita que coisinha linda! - Voltei a fazer voz de criança e ele tentou lamber minha boca, me fazendo desviar o rosto dele e rir.

- Cê gostou? - Vi um pouco de apreensão nos olhos de Luan, ainda sentado no sofá.

- Tá de brincadeira? Você ainda tem dúvidas? Eu amei! - Sorri grandemente e ele visivelmente relaxou. Fui até o sofá, coloquei o cachorrinho ao meu lado e abracei o homem que amo. - Obrigada! Muito obrigada! Eu tava me sentindo um pouco sozinha aqui. Claro que nenhum será Juju, mas sei que ele vai me causar um bem enorme. - Luan beijou meu ombro.

- Quero te ver feliz sempre. - Segurei as laterias do rosto dele e beijei suas duas bochechas repetidas vezes, ele riu. É lindo soltando sua risadinha, mostrando as covinhas e os dentes alinhados.

- Obrigada! - Agradeci mais uma vez e voltei minha atenção e mãos para o bichinho.

- E o nome? Qual vai ser? - Nos olhamos sorrindo e quando voltei a olhar para a carinha do cachorro, enquanto ele tenta morder meu dedo, não demorei para decidir. - Romeu.

- Romeu? Porque?

- Eu tive a Julieta e agora eu tenho o Romeu. - Dei de ombros.

- É verdade! Boa escolha. - Sorriu.

- Mas vem cá, você pegou o meu carro? - Perguntei, após perceber que ele disse ter ido com a ajuda do gps.

- Foi. - riu de leve.

- Sem permissão. - Fingi repreensão.

- Foi por uma boa causa. - Sorri imensamente.

- Vou pegar um bichinho de pelúcia que era da Juju. Fica de olho nele. - Pedi e Luan assentiu, pegando Romeu em seus braços. Corri até meu quarto, me sentindo muito feliz. Logo achei o brinquedinho e voltei para a sala. Como eu esperava, Romeu amou! Começou a morder e rosnar, se tornando ainda mais fofo! Registrei algumas fotos em meu celular.

- Preciso comer. - Luan disse sorrindo e a culpa me invadiu. Sou tão desleixada as vezes!

- Desculpa! vem, vamos comer. - Deixamos Romeu brincando e seguimos para a cozinha.

- Cê tem que cuidar direitinho de mim. - Revirei os olhos alegremente.

- Você não vai morrer porque ficou algumas horas sem alimento.

- Ficou tão empolgada com o Romeu que esqueceu de mim. - Ele encostou no balcão da cozinha, fazendo bico e eu ri.

- Para de drama, isso não combina com você. - Falei, procurando o que comer.

- Sua bunda ficou maravilhosa nessa saia jeans. - O olhei boquiaberta.

- Esqueceu da nossa conversa ontem, Luan? - O repreendi, voltando a pegar pão, em seguida abrindo a geladeira para pegar queijo, presunto, suco e um delicioso bolo gelado.

- Não. Eu tô só fazendo um comentário. Não tô tentando nada, uai. - Falou despreocupado.

- Me ajuda aqui. - Logo ele ficou ao meu lado e então eu pude pegar mamão, maça e banana. Quando sentamos, ele falou:

- Mas me conta: como foi seu sonho? - Acabei engasgando com minha própria saliva e ele riu, claramente se divertindo com meu embaraço.

- Não toque nesse assunto. - Voltei a dar atenção aos alimentos.

- Foi a primeira vez? - Insistiu e eu senti meu rosto queimar. O olhei séria.

- Não vou falar sobre isso com você, caramba!

- Thaila! - Falou meu nome de forma manhosa.

- Luan, começa a comer. - Enfiei uma fatia de presunto em sua boca e ele riu, com a boca cheia de presunto. Acabei segurando o sorriso e quando ele engoliu disse:

- Já sei que não foi a primeira vez. - Fingi não ouvir e agradeci internamente por ele ter se calado. Acho que nunca passei por uma situação tão embaraçosa.

Quando ficamos devidamente alimentados, fomos para a casa de Wesley e Thyane. Me recusei a deixar Romeu sozinho em seu primeiro dia comigo. O levei. Pedi para Luan dirigir e fui o tempo todo brincando com meu novo companheiro, só parei para postar uma das fotos que bati:
" Que felicidade acordar e me deparar com essa coisinha munitaaa!  Apresento a vocês o Romeu, meu novo companheiro. "

A foto foi o bastante para as fãs deduzirem que Luan me presentou, não erraram, mas não vai ser eu quem vai dar a confirmação oficial. Elas já estão criando muita expectativa em nós dois, nem eu mesma sei como ficaremos. Mas confesso, ele consegue me deixar sem palavras as vezes. O gesto sensível, afetuoso, me deixou muito encantada. Chegamos a casa de meus amigos depois de alguns minutos no trânsito. Ao entrar, me deparei com Matheus e Kauan, os amigos de Luan, Wesley, Odete, Thyane e Paula com seu filho Davi, que é esposa de Matheus. Quando percebi, Ysis já estava bem perto de mim, querendo pegar Romeu que está em meus braços.

- É seu, tia Thai? - Perguntou e eu assenti sorrindo.

- Ganhei hoje. - Luan se afastou, após acariciar os cabelos de Ysis.

- É lindo. - Olhou o bichinho encantada, enquanto Luan já cumprimenta a todos. Me agachei, ficando da altura de Ysis.

- O nome dele é Romeu. - Sorri toda orgulhosa para meu cachorrinho.

- Romeu. - Ela acariciou a cabeça dele, sorrindo. - Deixa eu pegar, Thai? - Me olhou.

- Promete tomar muito cuidado? - ela assentiu. - Ele é novinho, toma cuidado. Não deixa ele chegar perto dos teus cachorrinhos. Podem estranhar.

- Tá. - Sorriu satisfeita e o pegou de meus braços. Saiu toda feliz, indo para próxima de todos e exibindo meu bichinho.

- Oi, gente! - Cumprimentei no geral e logo vi Luan beber um pouco de bebida alcoólica. Não sei o que é, mas ele já está com um copo na mão.

- E ai, gravidinha. - Rober foi o primeiro a me abraçar. - Tudo bem?

- Tudo. - Sorri.- E contigo?

- Tudo uma maravilha. - Desfez o abraço. - Cadê a barriga, pô? - Olhou para minha barriga.

- Até agora não mudou nada. - Também olhei.

- Calma, testa. Ainda é cedo. - Wesley disse bem humorado e logo me envolveu em um abraço apertado também. Beijou meus cabelos e em seguida acariciou minha barriga. Eu sempre me sinto profundamente tocada com esse gesto das pessoas com meu bebezinho. Paula, Matheus e Kauan me parabenizaram pela gravidez e eu vi o olhar encantado de Luan o tempo todo em minha direção. Cumprimentei todos com abraço e em seguida Thyane arrastou Paula e eu para dentro de casa. Odete preferiu ficar com os meninos. ao chegarmos na sala, encontrei uma das funcionárias da casa. Cumprimentei simpaticamente. Todas são uns amores! Minha gravidez virou assunto, as duas compartilharam algumas situações comigo e me deram dicas. Fiquei morrendo de vontade de perguntar sobre a líbido, quis dividir os sonhos que andam me perseguindo, mas senti vergonha. Tento me apegar a hipótese de que grávidas terem sonhos assim seja comum, mas não tem certeza se é. Não quero parecer uma safada, louca por sexo. Eu ouvia Paula falar atentamente, quando Luan entrou com Matheus. Matheus segurando Davi em seus braços, enquanto a criança está se irritando.

- Ele tá irritado. - Matheus disse e Paula levantou imediatamente. Os dois se afastaram e Luan sentou ao meu lado.

- Tá tudo bem? - Colocou uma mecha de cabelo atrás de minha orelha e vi Thyane nos olhar toda encantada. Não sabe disfarçar, amiga?

- Tá sim. - Sorri de lado e olhei para seu copo. - Não vai beber muito. - Pedi.

- Não vou. - pousou a lateral de seu rosto em meu ombro. - Ysis tá animadinha com o Romeu.

- Ela não pode ver um bichinho... - Thyane riu de leve. Comecei a sentir uma dor de cabeça fraca. - Vou saber como anda os preparativos pro almoço. - Thyane levantou e eu sei que é só para nos deixar sozinhos. Quando minha amiga se afastou, Luan cheirou meu pescoço longamente, fazendo eu me encolher toda.

- Para. - Ri e ele sorriu contra minha pele.

- Não quer ir ficar lá comigo? - Me olhou.

- Eu não tô bebendo. - fiz careta.

- E o quê que tem?

- É chato ficar no meio de um monte de bêbados. - ele riu.

- Não é um monte de bêbados. São poucos bêbados. Tô sentindo tua falta lá.

- Carência? - Sorri, o olhando.

- Talvez. - Deu de ombros.

- Quero ficar aqui, tô sentindo uma dor da cabeça chatinha. - Fiz careta e ele me olhou preocupado.

- Quer ir embora? Nós podemos ir.

- Não, não é pra tanto. - Ri de leve. - Vai lá se divertir com os meninos, daqui a pouco passa.

- Tem certeza que eu não tenho que ficar preocupado?

- Tenho. - Sorri de lado.

- Tá, mas me fala se quiser ir. - Assenti. Ele é tão atencioso!

- Temos sorte de ter você. - Ele sorriu.

- Nem se compara com a minha sorte. - Beijou minha testa longamente e então levantou-se. - Tô lá fora, quando você quiser nós vamos.  - Assenti sorrindo. Quando ele sumiu do meu campo de visão, Paula entrou com Davi dormindo em seus braços.

- Preciso de um lugar pra colocar ele. - Sorriu pra mim.

- Vou chamar a Thyane. Senta aqui por enquanto. - Assim ela fez. Olhei para o rostinho de seu filho. Ele é lindo.

- Daqui a pouco é você. - Ela disse, ao perceber meu olhar.

- Confesso que tô doida pra ver o rostinho. - Ela riu de leve.

- Eu sentia a mesma coisa. - Sorri, antes de me afastar para chamar minha amiga. Thyane foi socorrer Paula e eu fiquei na cozinha com as funcionárias. Em meio a conversa, eu senti uma vontade imensa de comer uma cocada muito cremosa de maracujá. Eu já comi algumas vezes, vende no supermercado. Nada conseguia tirar da minha cabeça a cocada e o gosto dela. Minha boca começou a salivar. Uma vontade completamente absurda.

- Gente, aqui tem aquelas cocadas cremosas? - Perguntei e elas me olharam tentando entender minha mudança de assunto repentina. - Aquelas que vende no supermercado.

- Ah, eu sei! - Uma delas disse. Meu sorriso tomou conta de meu rosto. - Mas não tem aqui. - Imediatamente meu sorriso se desfez.

- Sério? Eu tô morrendo de vontade! - Thyane apareceu com Paula.

- Desejo?

- Não sei, só sei que tô com vontade. Preciso ir comprar. - Levantei decidida e todas riram.

- Sim, é desejo. - Paula confirmou.

- Vai dando uma raiva a cada minuto que passa e você não matou a vontade. - Thyane começou a descrever.

- E ao mesmo tempo bate um desespero de tão grande que é a vontade. - Paula acrescentou.

- Como vocês sabem? - Olhei as duas, boquiaberta.

- Somos mães! - Falaram juntas.

- Então já que me entendem tanto, com licença. Tenho um problema para resolver. - Sorri, sentindo a dor de cabeça incomodar mais. Andei em passos rápidos, até o jardim. Me deparei com Ysis brincando com Romeu e em seguida olhei os meninos cantando. Quando o olhar de Luan encontrou o meu, ele levantou e se aproximou.

- O que foi? - franziu a testa.

- O que? - devolvi uma pergunta.

- Cê tá aflita.

- Eu quero muito uma cocada. Quero muito! As meninas disseram que é desejo.

- Seu primeiro? - Luan arregalou os olhos.

- É. - sorri de lado.

- Que coisa linda, amor! - Ele disse tão naturalmente. Meu coração reagiu no mesmo instante. - Desculpa. - Ele disse, ao perceber como me chamou. - Somos só amigos e eu tô respeitando seu tempo. - Complementou e eu assenti.

- Vou no supermercado comprar a cocada. Um pacote todo. - Sorri feliz só de pensar. Ele riu.

- Quero ir com você.

- É supermercado, Luan.

- Eu fico no carro. Por favor. É a primeira vez que cê tá sentindo desejo. Quero tá junto.

- Tá. Então vamos levar o Romeu pra te fazer companhia enquanto eu vou comprar as cocadas.

- Certo. - Ele sorriu satisfeito. - A mulher tá com desejo! O primeiro! - Ele gritou, animado. E eu coloquei as mãos em meu rosto. Os meninos fizeram festa e eu ri. São uns bobos mesmo! Peguei Romeu e então dirigi até o supermercado e gargalhei durante o tempo que Luan gravou um vídeo, nos mostrando, registrando o dia do meu primeiro desejo.

- É bom guardar essas coisas. Depois a gente vai dar risada juntos.

- Com certeza. Eu já tô rindo de agora, Luan! - Ele soltou sua risada gostosa.
Quando chegamos ao supermercado, ele ficou dentro do carro com Romeu e eu entrei em busca das deliciosas cocadas. Não demorei a achar e trouxe um pacote todo. Sabor maracujá, do jeito que eu queira. Voltei para o carro com um sorriso enorme e quando entrei, já vi Luan com o celular em minha direção.

- Conseguiu? - Ele tá gravando de novo! Eu ri e fechei a porta do carro.

- Aqui! - Ergui a sacola, balançando.

- Aê! Então pode matar essa vontade. Nosso neném não pode nascer com cara de cocada. - Gargalhei.

- Não vai mesmo. - Abri a sacola e peguei a primeira cocada. - Momento de suspense... - Brinquei e ele riu. Romeu latiu, olhando para meu doce. Olhei para a câmera, trazendo a cocada em câmera lenta para minha boca. Luan está sorrindo, se divertindo. Coloquei uma inteira na boca.

- Nossa, Thaila! - Ele se espantou e gargalhou. Eu segurei a risada, mastigando. Ele não parou de rir e eu lhe dei um tapa no ombro.

- Para. - Falei com a mão sobre minha boca. Ele nem ligou.

- Deixa eu experimentar. - Pediu, se recuperando das risadas. Ele pegou e eu observei sua reação ao provar o doce. - Bom hein?!

- É muito bom! - Concordei e então ele parou de me gravar.

- Vou guardar esse vídeo com a minha vida! - Exagerou e eu revirei os olhos. - Vou guardar esse momento pra sempre. - Me olhou cheio de sentimento e eu sorri.

- Eu também. Tô feliz por você tá comigo. - Ele jogou a cabeça para trás, sorriu e fechou os olhos.

- Não fica falando essas coisas. Dá vontade de te apertar, agarrar e beijar. - Me olhou novamente e eu ri.

- Então vamos comer. - Ofereci mais uma cocada e só saímos quando eu não aguentei mais.






OIIIIIIIIIIIII lindas! Capítulo cheiooo de fofura! Luan pegou a Thaila no flagraaaa! Sonhando com ele, gemendo o nome dele. Claro, ele não perdeu a chance de deixar ela constrangida. E essa surpresa que ele fez? Algumas de vocês deram a ideia de ele dar um cachorrinho de presente. Eu já tinha isso planejando. É legal ver nossas ideias batendo, sabem? E para terminar, houve o primeiro desejoooo! Luan ao lado, fazendo o momento ainda mais inesquecível. Vocês gostaram? Próximo capítulo já é a consultaaa! 
Comentários respondidoooos! 
Bjs, Jéssica.

domingo, 20 de agosto de 2017

" A verdade foi adiada " Cap 173

- Tô cansadão. - Falei, sentando no sofá da sala dela. Não ter Juju aqui é realmente estranho, mas eu não vou comentar sobre isso de maneira alguma com ela.

- Thyane disse que você veio direto da cidade onde fez show. - Falou, abrindo as cortinhas, enquanto eu olho sua bunda que não deixa de se destacar em seu short jeans. Eu posso olhar. É uma bunda muito bonita.

- É, foi. - Ela se virou sorrindo.

- Você quer dormir? Tomar banho? O que você quer fazer? - Perguntou inocentemente, mas eu lancei meu sorriso malicioso. - Pode para, Luan! - Ela riu, desviando o olhar do meu.

- Eu não disse nada. Você perguntou, eu não posso responder?

- Você tá com safadeza na cabeça, não preciso ser uma genia pra saber. Esse seu olhar safado, junto com esse seu sorriso diabólico dizem tudo. - Gargalhei da maneira como ela descreveu.

- Eu só ia responder que preciso de um banho. - Menti e ela me olhou desconfiada.

- Vem, vou te levar até seu quarto. - Peguei minha bagagem no chão e a segui, olhando seu corpo descaradamente. Eu tô com tanta saudade! Ela abriu a porta do quarto que fica ao lado do seu e me deu espaço para entrar.

- Não é o melhor quarto da casa, mas acho que posso me virar. - Ela riu de leve e meus olhos percorreram todo o seu corpo. Essa mulher é gata demais!

- Se precisar de alguma coisa, você me diz.

- Qualquer coisa? - A olhei intensamente e ela sorriu.

- Para de graça. Já falei. - Lhe mostrei minha melhor cara de inocente e ela negou com a cabeça. - Vou tomar banho também.

- Que sorte do banheiro. - Falei antes de ela fechar a porta e pude ouvir sua risada, mesmo depois de fechar a porta. - Gostosa! - Sussurrei, sorrindo, sozinho. Me desfiz de minhas roupas, sorrindo sozinho a maior parte do tempo, perdido em meus pensamentos. Os momentos que passamos juntos durante o dia, não saem da minha cabeça. Como é bom estar com ela! É infinitamente bom. Vesti cueca, uma calça de moletom e só. Nos encontramos novamente na sala, quando cheguei ela já estava sentada, assistindo série.

- Quer? - me ofereceu a barra de chocolate que ela está comendo sem culpa.

- Só se eu puder pegar da tua boca. - Ela riu.

- Vai te catar! - Não me levou a sério, olhando a tv.

- Não quero assistir série. - Fiz careta.

- Você disse que nós poderíamos fazer o que eu quisesse. - ergueu as sobrancelhas me olhando.

- Série não, Thai. - Ela mordeu o chocolate, despreocupada, me ignorando. Aumentou o volume e eu olhei seus cabelos molhados, seu vestido frouxo, velho, bege, sem atrativo algum. Ainda assim, eu continuo achando ela a mulher mais linda que existe. - Você tem esse vestido desde quando? - Ri de leve. Eu já vi ela com ele algumas poucas vezes quando vim passar dias com ela aqui.

- Faz uns três anos. - Me olhou sorrindo.

- Sério? - ela riu assentindo.

- Eu sei que não é bonito, mas eu gosto dele. Ganhei da minha tia, é pra dormir.

- O plano dela era te manter virgem. - Brinquei e ela gargalhou, concordando.

- Ainda bem que naquela noite eu não tava vestida assim né?! - Me olhou, com um sorriso enorme, ainda de divertindo com nossa conversa. Essa mulher é linda pra cassete!

- Eu não iria dizer não por causa dessa roupa. - O sorriso dela foi sumindo, ficando sem graça.

- Você vai mesmo passar o dia na casa do Wesley amanhã? - Mudou de assunto drasticamente.

- Se você for eu vou. Ele insistiu pro Testa, Cirilo e He-man virem, acho que conseguiu.

- Eles vem mesmo?

- Acho que sim. Tão pesquisando diária em algum hotel.

- Eles podem ficar aqui.

- Não. De jeito nenhum! - Neguei de imediato. Não quero ninguém com a gente.

- Nossa, porque? - Me olhou confusa.

- Eles já devem ter conseguido um hotel. - Inventei qualquer desculpa. - Tira essa série. Coloca um filme, eu não assisto isso.

- Mas é legal e eu assisto. - Me provocou e eu roubei o controle remoto. - Luan! - ela riu, largando o chocolate, para tentar pegar de mim, enquanto eu já tirei da série, estou tentando achar um filme, mais seus braços tentam pegar o controle remoto, deixando tudo mais difícil. Ela está rindo e eu também não consigo deixar de sorrir.

- Espera, caramba!

- Você tá na minha casa. Tem que assistir o que eu quiser. - Ri ironicamente e ela riu verdadeiramente. Quando percebeu que não conseguirá pegar o controle, montou em mim. - Esqueceu do combinado?

- De jeito nenhum eu vou assistir essa série. - Desviei meus braços do dela, enquanto ela tenta pegar.

- Seu filho da mãe! Eu vou fazer cocegas em você. - Cruzou os braços na altura dos seios, parando de se mexer, cheia de marra.

- Vai? - Sorri. - Faz, mas depois é você e a sorte, porque se eu te pegar... - Falei sorrindo e ela semicerrou os olhos.

- Então me dá.

- Não vou assistir série, Thaila. - passei um braço em volta da sua cintura e pousei meu queixo em seu ombro, aproveitando para procurar um filme.

- Você combinou comigo, Luan! - deu um tapinha em meu ombro e eu sorri.

- Esse parece ser bom. O diário de James. É de terror. - Ela bufou, sem se mexer. Até que senti suas mãos em minha cintura e ela começou com as cocegas, me obrigando a afrouxar o abraço para tentar tirar suas mãos de mim. Comecei a gargalhar sem parar, ela sorriu satisfeita.

- Me dá o controle agora!

- Não. - consegui falar entre risadas e ela continuou. Tentei segurar suas mãos, mas como o controle remoto está comigo, eu não consegui. O soltei e segurei os seus pulsos. Consegui detê-la. Ela riu.

- Me solta, Luan. - Disse sorrindo.

- Eu disse pra não fazer isso...

- É sério, me solta. - Ela riu fraco, está apreensiva e eu estou me divertindo com isso.

- Tá tensa? - Ela riu.

- Filho da mãe!

- Como é? - desafiei.

- Filho. Da. Mãe. - Respondeu olhando em meus olhos. Em um movimento rápido, a joguei no sofá, ela gritou surpreendida, rindo em seguida. Minhas pernas ficaram uma de cada lado do seu corpo, apoiei meu peso em meus joelhos, ainda segurando seus pulsos. - Não, não, não! - ela pediu rindo e eu estou me divertindo com isso. Soltei seus pulsos e comecei meu ataque de cocegas nela, ela riu, gritou, ficou sem ar, tentou me parar, mas só parei quando eu quis.

- Vamos assistir filme entendeu? - Ela respirou descompassada, tentando recuperar o fôlego.

- Você é horrível!

- Thaila, cria juízo! - Ameacei e ela riu.

- Sai. - ela fez menção de sentar, apoiando o peso nos cotovelos, mas eu não saí do lugar. Meus olhos desceram para sua boca e a vontade de beijá-la se tornou maior. Está tão próxima. - É sério, quero sair daqui. - Olhei em seus olhos por um segundo e voltei para sua boca. A minha ficou entreaberta, com vontade. Ela fez menção de falar algo, mas desistiu. Passei o polegar por seus lábios. - Luan...

- Não fala nada não. - lhe interrompi. - Só deixa... - sussurrei, perdido em toda a vontade que me consome. - Só deixa eu...

- Você o que? - Ela sussurrou, totalmente entregue. Essa mulher é toda minha, porra! Segurei as laterais de seu rosto e beijei sua boca. Seu corpo cedeu e ela deitou-se no sofá, deitei em cima dela, minha língua passeando por sua boca, encontrando a sua, o beijo em total sintonia. Ela pousou os braços em minhas costas, arranhando de levinho, enquanto chupa minha língua. Esse beijo dela me causa sensações que nunca senti antes. Beijar Thaila é único, nenhuma outra boca me jamais deixou assim. Ela aprofundou o beijo, erguendo os quadris, cravando as unhas em minhas costas. Não tem como não ficar com uma puta ereção! Ela me beijando desse jeito, mostrando tanto desejo, tanta entrega. Gemi, quando ela mordeu meu lábio. Desci os beijos para seu pescoço, intercalando com mordidinhas e chupadas. Ela está com a respiração irregular, suas mãos procuram meus cabelos e os seguram firme.

- Saudade de você. - sussurrei contra seu pescoço. Ela suspirou, até seu suspiro me excita. Não há nenhuma distância entre nós, eu simplesmente não consigo recurar, parar. Ela não imagina o poder que tem. Sua boca procurou a minha e eu quase sorri ao ver que ela tomou iniciativa. Tive vontade de beijar essa boca todos os dias que estive longe. Todos os dolorosos dias! Tomei seu beijo como um sim. Ela também quer e está me dando total liberdade. Voltei a ficar de joelhos e olhei em seus olhos. Bonita demais. O olhar, a cor de seus olhos, sua boca, o coradinho que está em seu rosto. - Posso? - Mesmo sabendo que ela quer, eu perguntei.

- Não pergunta nada, só faz. - Respondeu baixinho e eu sorri. Peguei a barra de seu vestido, bem feio, e tirei de seu corpo, deixando-a somente de calcinha. Uma calcinha rosa, toda de renda. As calcinhas dela sempre são de renda, só usa outro tipo de tecido quando vai a academia. Gemi. Que corpo é esse? Apertei seus seios e ela suspirou alto, olhei em seus olhos e os vi repletos de tesão. Desci minhas mãos para sua barriga, adorando sua pele, cada centímetro dela. Me inclinei e beijei seu ventre. Nosso fruto está aqui. Acariciei o local em seguida e quando voltei a olhar em seus olhos, vi que estão com lágrimas não derramadas. Que linda! Ela tá emocionada com o momento.

- Eu amo você. - Falei, sorrindo, olhando em seus olhos. Encostei meu nariz no seu e repeti. - Eu amo muito você. - E então duas lágrimas escorreram por seu rosto. Sorri. - Esse bebê é o maior presente que eu poderia receber. Obrigado por estar carregando ele com tanta coragem e amor. - Beijei sua boca e ela correspondeu, nesse beijo tanto ela, quanto eu, demos tudo de nós. Todo o sentimento que carregamos um pelo o outro e eu mentalmente agradeci pela milionésima vez tê-la. Mesmo que no momento seja de um jeito torto, mas tenho. Minha boca pairou entre seus seios e eu passei a ponta da língua em um mamilo, chupando em seguida. Como é bom fazer isso! Senti-lo em minha língua. Ela começou a me presentear com seus gemidinhos, que me deixam maluco. Dei toda a atenção que seus seios merecem e que eu queria dar. Se pudesse, chuparia, lamberia, morderia muito mais. Mas, meu pau pulsando, manda o recado que preciso avançar. Lhe reguei de beijos, até chegar em seu sexo. Tirei sua calcinha, enquanto ela observa tudo, não fala nada, além de soltar gemidos. Eu sei que ela me ama, mas quer lutar contra o sentimento. Ela tem medo. Pensa que errei com ela, mas está totalmente enganada. Eu vou contar. De hoje não passa, eu preciso tê-la sem medo, sem nenhuma barreira entre nós. Quando fiz menção de tocá-la com minha boca, ela falou:

- Não, eu preciso de você agora. - Sussurrou e meu coração ficou ainda mais acelerado. Olhei seu rosto, tirando uma foto mental. Vi que suas bochechas ainda estão um pouco úmidas aonde as duas lagrimas que escorreram, ela está sem nenhuma autoproteção agora. Está sendo inteiramente sentimento. Só amor.  Levantei e me despi, vi seu olhar de adoração e meu ego foi lá no alto. Porra, eu sou o dono do coração dela!

- Fica por cima, gatinha. - Falei e então ela levantou. Se esse sofá falasse... Deitei e logo ela se posicionou, entrei em meu lugar, devagarinho. Sentindo a umidade e o espaço apertado. Uma baita umidade! Gememos juntos e ela pousou as mãos em meu peitoral, começando a se movimentar, sem pressa. Seus olhos nos meus. É tão intenso! Entendo porque ela chorou. O que sentimos é intenso demais e eu me sinto emocionado também. Acariciei sua bochecha e quando ela rebolou um pouco mais rápido, soltei um gemido rouco. Perdi o autocontrole e segurei firme seus quadris, estocando fundo, forte e rápido. Ela gemeu mais alto e eu me enchi ainda mais de tesão. Ela se inclinou para frente e eu fiquei com mais espaço, metendo sem descanso. Ela me beijou e quando sua língua encontrou a minha, eu gemi em sua boca. Ela é deliciosa pra cassete! O sexo nunca foi tão gostoso como é com ela. Parei com meus movimentos e ela entendeu que é hora de continuar com seu show. Segurando as laterais do meu rosto, olhando em meus olhos, ela começou a rebolar gostoso. Minha boca ficou ainda mais entreaberta e eu fechei os olhos por um momento, sentindo só a sensação. Ela pouso o rosto em meu pescoço e senti seu sorriso. Logo seus dentes capturaram minha pele e gememos juntos. Voltei ao controle, estocando rápido, firme. O gemido dela, sua mordida se intensificou, causando um pouco de dor, mas o prazer é tão maior... Tão maior! agarrei suas nádegas com força, sentindo o suor cada vez mais presente.

- Você faz tão gostoso. - Ela sussurrou contra meu pescoço e eu fechei os olhos com força, sentindo um tesão tão imenso, parece que eu não consigo acomodar todo em mim. Essa voz baixa, suave, me dizendo isso. A mulher que eu amo me dizendo isso!

- É? - falei, completamente rouco e ela me beijou. Segurei seus cabelos, deixando sua cabeça onde eu quero e aprofundei o beijo, deixando os movimentos por conta dela. Chupei seu lábio inferior repetidas vezes. - Agora é você por baixo.  - Ela sorriu e então deitou-se na outra extremidade do sofá, já com as pernas afastadas. Eu nunca, absolutamente nunca, vou me acostumar a vê-la assim. Só eu vi isso! E que porra de visão! Segurei a curvatura de seus joelhos e os coloquei em meus ombros, eu fiquei de joelhos no sofá e entrei nela novamente, observando eu sumindo, tomando posse do que é meu.

- Mais rápido, Luan. - Me olhou com as pálpebras baixas, a testa um pouco suada e os cabelos totalmente desgrenhados. Sexy demais! Atendi seu pedido e mandei ver, olhando nosso encaixe. Ficamos minutos em um sexo intenso, até que o orgasmo nos invadiu. Ela chegou um pouco antes que eu, em nenhum momento seus olhos saíram dos meus e eu vi o que proporcionei a ela. Deitamos exaustos. Eu ainda em cima dela, com o rosto na curvatura de seu pescoço e senti sua boca chupando meu ombro, dando mordidinhas também.

- Você é incrível! - Falei ofegante e ela soltou uma risadinha.

- Não tem jeito de você se comportar né?! - Mordeu meu ombro com força e eu reclamei de dor.

- Tá doendo, pô! - Ela mais uma vez riu despreocupada. - Você que não dá conta de me negar. - Soltou uma risada irônica.

- Ainda é convencido. - Lhe apertei, me aconchegando ainda mais em seu pequeno corpo. - Você é pesado, tá me sufocando. - Desta vez eu ri.

- Agora você reclama... - Recebi um puxão afetuoso em meus cabelos.

- Eu preciso saber onde meu chocolate foi parar. - Gargalhei.

- E o controle remoto? - Ela riu também.

- Não faço a menor ideia. - acariciou meus cabelos e eu fechei os olhos.

- Bora parar com isso de ficar separados? - Pedi.

- Acho que nós precisamos de um banho. - Ela simplesmente ignorou o que eu disse. Olhei para seu rosto como quem diz: " tá falando sério? " - Sério, Luan. - Ela respondeu minha pergunta silenciosa e eu bufei, saindo de cima dela. Thaila conseguiu acabar com todo o clima agradável facilmente. Pegamos nossas roupas e peças íntimas, seguindo para nossos quartos. Não olhei mais em seus olhos, apenas entrei em meu quarto e ela foi para o dela. Conseguiu me deixar puto! Fica fugindo o tempo todo!
Tomei banho, tentando esfriar a cabeça. Fiquei realmente chateado. Pra que ficar fugindo do que é inevitável? Nos amamos, vamos ter um filho, ou filha. Temos que nos acertar, ficar assim não dá mais. Me enrolei na toalha, depois de um banho rápido e então vesti a mesma cueca, a mesma calça de moletom. Sentei na cama e parei para olhar as mensagens em meu celular. Minhas fãs estão enlouquecidas por saberem que passei o dia no mesmo lugar que Thaila. Muitas ainda torcem por nós dois, outras acham que nós estamos enrolados, apesar de eu ter negado várias vezes qualquer envolvimento além de amizade com ela. Então, por saber do que se trata, nem dei atenção as várias notificações do instagram. Respondi algumas mensagens, minha mãe, alguns amigos, minha irmã e meu pai também. Decidi me render a olhar o instagram e quando vi a foto de Thaila, eu quase tive um infarto! PUTA. QUE. PARIU! Como ela faz isso? Me senti possessivo, ninguém deveria ver isso:
" Ensaio seqsi com a mais nova fotógrafa do pedaço @vivianecarvalhoo_ 💜👊 "

Levantei e caminhei rapidamente, pronto para saber o que ela tá pensando? Os caras vão ficar babando! Quando abri a porta, ela já estava pronta para batê-la. 

- Oi. - sorriu. 

- Que foto é essa? - Esbravejei. 

- Opa. - levantou os braços em demonstração de rendimento. - Vivi fez um curso, umas semanas atrás, ela fez um ensaio comigo e com Mathias, separadamente. Foi como um teste. Ela me ligou agora, cobrando minha postagem. Ela quer ser divulgada. - Riu de leve. - Ficou bonita. - Olhou a foto em meu celular.

- Ficou bonita pra caralho. Mas ninguém precisa saber que você é tão gostosa. - Falei ainda bravo.

- Tenho outra aqui. - É isso mesmo? Ela está se divertindo a minhas custas? Me mostrou uma só de sutiã e eu fiquei horrorizado com a possibilidade de ela postar também. Peguei seu celular rapidamente e entrei no quarto, ela entrou atrás, rindo de leve. 

- Não vai postar isso, Thaila. - Olhei a foto novamente. Ela não pode postar: 

- Porque? 

- Porque não, caramba! - Franzi a testa. 

- Tá, eu não vou postar. - Disse sorrindo e sentou-se na cama. Sentei também.

- Vou passar pra mim. - Enviei a foto através do whatsapp. - É sério, não posta mais. - Quase implorei. 

- Eu posto foto de biquíni, é a mesma coisa. 

- Claro que não! Isso daqui é muito sensual. - Continuei inconformado. 

- Deixa de bobagem. - Olhei em seus olhos, ainda bravo. Ela tá achando que eu tô sentindo ciúmes por bobagem? Neguei com a cabeça. Devolvi o celular. 

- Você promete? 

- Prometo. Não quero que você sofra um infarto. Quando abriu a porta tava com o rosto vermelho. - Riu e eu a olhei feio.  

- Não quero nem ver os comentários e a repercussão dessa foto! 

- É só não ver. - Deu de ombros. É uma filha da mãe! Bufei. - Me desculpa por ter agido daquele jeito. - mudou de assunto. 

- Preciso te explicar umas coisas. - É, chegou a hora. Soltei meu celular e ficamos de frente um para o outro. 

- Luan, não. 

- Eu preciso te falar, não foi como você imagina...

- Por favor, Luan. Respeita o meu pedido. - Me interrompeu. - Quero falar sobre como vamos ficar. - Decidi atender seu pedido e adiar a verdade, interessado em saber como vamos ficar. - Eu preciso assimilar muita coisa ainda. Queria te pedir paciência. Eu ainda não sei que decisão tomar. Não sei se é bom pra mim voltar com você. Eu estou sendo sincera. Você me compreende? - Assenti, mesmo me sentindo um pouco confuso.

- Mas você precisa me ouvir.

- Tô te pedindo paciência, só isso. Não quero saber de nada sobre o nosso término agora. Minha cabeça tá uma grande bagunça, meus hormônios também.

- Tá. - Tive que engolir a verdade, rasgando minha garganta.

- Quando eu decidir, vou atrás de você. Aonde você estiver. - Sorri de lado.
- Jura?

- Juro. Enquanto isso, você não vai tentar mais nada. Por favor. - Ficamos nos olhando por um momento, eu em um grande conflito interno.

- Eu vou esperar o seu tempo. Sem beijo, sem o sexo maravilhoso. - Ela riu de leve, corando.

- Obrigada. Você é incrível. - Me abraçou e eu me senti perdido. Ela não quer saber e eu a entendo. A verdade é que não houve traição, mas o que me fez terminar com ela é algo pesado. Eu tenho tanto medo de sua reação. Vou esperar o tempo dela. Se ela me quiser de volta, eu vou contar a verdade. Se ela não me quiser de volta, eu vou contar a verdade também. Vou lutar até o fim por ela. Se ela quer tempo, se ela não quer saber a verdade agora, eu vou respeitar. Respeitar e esperar. Eu a amo, faço tudo para que um dia possamos ser felizes juntos.







OIIIIIIIIIII lindas! Os dois sozinhos resultou em..... Hotzãooo! Houve ciúmes também, Luan sentiu e nem disfarçou. Thaila se divertiu com isso né?! haha E ainda, houve a tentativa de contar a verdade. Ela o impediu nas três tentativas. Ele vai esperar o tempo dela agora. Ela pediu e ele prometeu. Como será daqui pra frente? Gostaram? 
Comentários respondidoooos! 
Bjs, Jéssica.