terça-feira, 1 de novembro de 2016

" Pai controlador. " Cap 07

• Outubro/2015
Hoje vou para São Paulo, visitar minha família que já não vejo à semanas! Vou por insistência do meu irmão, que depois de debater com meu pai, que não concordava de jeito nenhum de eu viajar próximo das provas, Gustavo ganhou. Passarei o fim de semana junto deles, mas confesso, não estou muito animada. É sempre bom rever minha família e ter um tempo com eles, mas eu sei o quanto meu pai vai reclamar por eu ter ido e não dar devida atenção nos estudos.
Depois de pronta, Mathias fez o favor de me deixar no aeroporto e já no estacionamento ele disse:

- Não liga pras paranóias do seu pai. - Por um momento eu senti vergonha. Todos sabem desse jeito do meu pai. Ele continuou: - Percebi que veio caladinha o caminho todo, você não é assim. - Sorri de lado.

- Eu vou tentar seguir seu conselho. Muito obrigada por ter vindo me deixar. - Desta vez sorri grande, agradecida.

- Não foi nada. Boa viagem, gatona!

- Obrigada, gatão! - Beijei seu rosto e desci do carro, pegando minha mala no banco de trás.

Enquanto esperava meu vôo ser chamado, postei uma foto no elevador, quando já estava vindo:
                            " ✈ SP " 
(...)

Cheguei em São Paulo por volta das 22 horas. Meu irmão foi me buscar no aeroporto. Fui bem recebida por meus pais, mas claro que, seu Humberto soltou uma piadinha. Tive vontade de revirar os olhos. Poxa, eu sou boa aluna! Não precisa disso. Minha mãe acabou me convencedo a ir jantar fora. Eu não queria de início, só queria minha cama. Mas depois de tanta insistência aceitei. Quando entrei no quarto, Gu entrou logo em seguida com minha mala.

- Nossa, esqueci lá na sala. Obrigada por trazer, chulé.

- Não tem que agradecer nada. - Sentou na cama e eu ri sem entender.

- Você não vai tomar banho? Porque eu tô morta de fome, acredito que você também. - Falei tirando meu casaco.

- Antes que quero garantir que você tá feliz por estar aqui.

- É claro que tô! Só é chato ficar aturando as coisas do pai.

- Esquece isso! Tenta não dar importância. Faz tempo que cê não vinha, poxa. Vai ficar o tempo todo de cara nos livros? Eu mereço ter um pouquinho da minha irmã também, não acha, chulé?

- Acho. - Sorri de lado e ele levantou, me abraçando.

- Desfaz essa carinha de chateada e aproveita que você tá com a gente. Ele também tá feliz de te ter aqui, é só mania de cobrar todo mundo o tempo todo. Principalmente você e eu. - Rimos de leve.

- Tá bom então. - Desfez o abraço.

- Vou indo. - Beijou meu rosto e saiu do meu quarto em seguida. Decidi chamar minhas melhores amigas pra irem conosco. Todas aceitaram prontamente, apesar da hora. Estão saindo do salão e nos encontraremos no restaurante.

(...)

No carro eu bati algumas selfies e depois de escolher uma, ainda no caminho eu postei:
                          " Hi! 🙋 "  

Logo chegamos ao restaurante e minhas lindas já estavam na mesa. Depois de nos cumprimentar, nos sentamos.
- Amiga, eu senti muito sua falta! - Fernanda disse.

- Eu também. - Luísa fez bico.

- Eu também senti falta de vocês.

- Amiga, elogia meu cabelo.  Eu fiz uma hidratação maravilhosa, mereço elogios. - Alice falou, nos causando risadas.

- Tá lindo. Aliás, estão todos lindos.

- Essa Alice é uma comédia mesmo né?! Cê passou alguma coisa no rosto? Tá mais bonitinha. - Meu irmão fez graça, nos fazendo rir novamente e ela deu língua.

- Vocês já pediram meninas? - Meu pai perguntou.

- Já sim, tião. - Sorri ao ouvir Luísa falar o apelido que elas chamam meu pai. Pra elas é o aumentativo de tio.

- Então só falta a gente decidir. - Minha mãe disse, olhando o mesmo cardápio que meu pai.

- Não esqueçam de agradecer o papai aqui. - Meu irmão se gabou.

- Pelo que? - Fernanda fez cara de deboche.

- Eu quem convenci ela a vir pra cá. - Passou a mão na blusa, todo convencido.

- Obrigada, Gustavinho. - As três falaram em coro e logo eu estava gargalhando. Ele odeia ser chamado assim, e elas fizeram de propósito.

- Não vou nem falar nada... - Dessa vez as meninas soltaram a risada que estavam prendendo. Beijei o rosto dele ainda sorrindo.

- Thai, sabe quem eu vi um dia desse num restaurante?! - Fernanda disse, logo após se recuperar de sua crise de riso.

- Não, quem?

- A Bruna, Brena... Sei lá! Aquele menina que falou com você no Páris 6.

- Bruna, sua louca!

- Então, ela mesmo. Ela estava com um daqueles gêmeos. - Fez cara de maliciosa. - Mas, era o irmão do que eu quero. Já segui ele no instagram. Caio o nome dele.

- Vão ficar falando de macho? - Meu irmão perguntou meio aborrecido, enquanto meus pais estavam distraídos em outra conversa. Ri de leve junto com as meninas.

- Escolhe logo o que você quer, Gu. - O apressei, já que agora ele estava com o cardápio. Peguei meu celular, enquanto as meninas comentavam que a Fernanda não perde tempo, por ter seguido o cara que estava com Luan e Bruna. Entrei no whatsapp e decidi avisá-la que estava em São Paulo. Foi tão de última hora que acabei esquecendo que ficamos de marcar algo da próxima vez que eu viesse.

" Bruna? Estou em Sampa! "

- Escolhe o seu. - Gustavo me passou o cardápio e então eu soltei o celular para enfim fazer meu pedido. Depois disso, meu pai chamou o garçom, enquanto as meninas me indicavam o salão que visitaram.

- Amanhã tem vai ter um churrasquinho na casa do Caramelo. - Meu irmão disse, se referindo ao cantor da banda turma do pagode, que é nosso amigo. Não só ele, mas toda a banda.

- Quero! - Alice disse.

- Bora, ele disse pra chamar geral.

- Thaila, você não tá pensando em ir né? - Meu pai me olhou sério.

- Seu Humberto, por favor. - Meu irmão pediu. - Estamos em um jantar e ela precisa sair, rever os amigos.

- Eu não gosto dessa ideia. Que tempo você vai ter pra estudar?

- Humberto, ela decidi. - Minha mãe entrou em minha defesa, enquanto eu já estava constrangida por ser tratada como uma criança na frente de minhas amigas, apesar de elas já estarem cansadas a verem cenas parecida. Mas a cada ano que passa, a cada vez que fico mais velha, isso se torna mais ridículo.

- Com tanto que você arrume um tempo pra estudar, tudo bem. - Disse contra gosto.

- Nós vamos, Gustavo.  - Falei baixinho. Eu vou tentar seguir o conselho do meu irmão e aproveitar o fim de semana. Mesmo que tenha que aguentar a cara feia de meu pai. Logo Fernanda tratou de mudar de assunto, fazendo com que a tensão entre nós sumisse, ou pelo menos, se camuflasse.
Depois de satisfeitos, fomos embora. Apesar do pequeno show do meu pai, que não desmanchou a cara feia pra mim, foi bom. Eu ri, encontrei minhas melhores amigas. É, foi realmente bom. Minha mãe me convidou para assistir um filme junto dela, sei que foi uma maneira de passar mais tempo comigo. Só comigo. Tomei banho e vesti um pijama bem confortável. Quando entrei em seu quarto, ela já me esperava com um recipiente cheio de pipoca.

- Que recepção. - Sorrimos uma para outra e logo me joguei na sua cama.
Começamos a assistir um filme, era comédia. Nós dividiamos gargalhadas até o fim e quando acabou, olhei as horas e percebi que já passava da meia noite.

- Dome comigo. - Minha mãe pediu.

- Olha os papéis se invertendo novamente?! - Brinquei e ela riu.

- Sinto saudade de ficar pertinho de você. Bem que poderia cursar arquitetura aqui né?!

- Mãe, nós já conversamos trilhões de vezes sobre isso. Aqui eu teria menos liberdade e independência. O pai é muito protetor.

- E careta. - Ela fez careta e em seguida rimos. - E os namoradinhos?

- Mãe! Eu já não tenho mais quinze anos.

- Tem dezenove. Oh, quanta diferença. - Foi irônica.

- Tem diferença sim. - Ergui as sobrancelhas, segurando o sorriso.

- Tá bom, velha. Me conta e seus peguetes. Melhor assim? Ouço muito a Alice e Gustavo falarem isso. - Eu já estava gargalhando novamente. Existe mãe melhor? Eu acho que não.

- Não tenho ninguém dona Ângela.

- Pra você é mãe, ou mamãe, entendeu queridinha?

- Entendi, queridinha. Mas e você?

- Eu o que?

- Tá com alguém? - Ela e meu pai as vezes conhecem outras pessoas, mas nada sério, somente por diversão. Eu acho isso muito moderno, com certeza não é pra mim.

- Eu conheci um empresário.

- Huuuum, de que ramo?

- Móveis.

- Me conta mais...

- Ele quer conhecer você e seu irmão. Eu já inventei todas as desculpas possíveis. Não quero nada sério com ninguém.

- Mãe, cê não acha que já tá na hora de levar alguém a sério?

- Não, filha. Vivo junta com seu pai e gosto como é nossa vida. Ele é muito amigo, parceiro. Nos entendemos, mesmo que o casamento já não seja o mesmo.

- Entendo. - Falei somente para ser amigável, mas eu não entendo nada. Eu já peguei algumas vezes ela e meu pai aos beijos. Juro que não entendo essa relação deles.

- Vou continuar com esse homem que conheci, enquanto me fizer bem, depois disso, tchau! - Ri dela. É muito moderna, essa mulher!

- Se você quer assim, faz assim.

- E você? - me olhou toda enteressada e curiosa.

- Não tenho ninguém, mãe.

- Beijar na boca é bom sabia? - Ri novamente.

- Sabia! Não tenho tempo pra conhecer ninguém.

- Sai desse papinho. Você pode conhecer alguém interessante até na fila do pão!

- Alguns interessantes aparecem, mas só querem me levar pra cama. - Suspirei e espontaneamente lembrei de Luan. Interessante, mas nada além de sexo.

- Acho lindo você esperar pela pessoa certa, mas filha, você não sabe o que é bom. Tenho pena que não possa desfrutar...

- Mãe! Que tipo de mãe você é? - Eu estava boquiaberta. Porque ainda fico surpresa com o que sai da boca dela?

- Ué, eu só falei a verdade. - Deu de ombros.

- Acho melhor a gente ir dormir né? - Falei após bocejar. É, eu realmente me sinto muito, muito cansada.

- Tudo bem, você tá cansada. - Me acolheu em seus braços e poucos minutos depois, dormimos agarradinhas.

(...)

No outro dia pela manhã, voltei a me atualizar nas redes sociais e no whatsapp, entre tantas tinha a resposta da Bruna.

" Bora num show mais tarde? Já tinha marcado com umas amigas. É do meu irmão! " 

Luan de novo. Pensei em não ir. Não gosto do que eu sinto quando vejo ele. É algo que nunca senti parecido e não sei decifrar. Suspirei e ouvi a voz de minha mãe.

- Cê vai sim viu? - olhei assustada.

- Que feio, lendo minhas conversas.

- Bom dia pra você também. Acordei com o barulho desse celular. Quanta mensagem! Porque não coloca no silencioso?

- Esqueci. Me desculpa, e bom dia!

- Aceita o convite dessa garota.

- Não sei. - Fiz careta.

- Porque?

- É pra ir no show do Luan Santana.

- Melhor ainda! Ele é lindo e te seguiu no instagram. - Lá estava eu rindo dela novamente. - Você precisa sair, vai logo!

- Eu já vou sair, tem o churrasco hoje esqueceu?

- Thaila, nunca vi pessoa pra arrumar mais desculpa que você. Se fosse eu, aproveitava que não teria faculdade e iria pra esse show. - Levantou e eu fiquei refletindo. Ficaria chato também, nós ficamos de marcar algo quando eu estivesse aqui novamente... Quer saber? Eu vou! Foda-se, ele só é lindo e talvez por isso me sinto um pouco afetada. Só um pouco. Talvez eu nem o veja.

" Claro. Pode ser demais! Me manda o horário e a gente se encontra lá. 😋 "

Larguei o celular e fui tomar banho, depois de pronta fomos para o churrasco na casa do Caramelo. No caminho, postei a foto que Luísa bateu, antes de sairmos:
                     " Domingão! 💃" 

Logo chegamos e revemos nosso amigo, não só eles, mas outros que também estavam por ali. Meu pai também veio, e até que estava de bom humor. Escolhemos uma mesa e então ficamos curtindo o pagode ao vivo e bebendo algo, no meu caso só água mesmo. Gu não estava conosco, estava rodando, falando com um e outro. Meu pai me abraçou de lado e beijou meu rosto três vezes seguidas e pronto, não me largou mais.
Alguns minutos depois, algumas meninas começaram a sambar, minhas amiga e eu, acabamos indo também. Eu me divertia horrores! Me sentindo feliz realmente.

(...)

Já no fim da tarde, quando eu já estava sentada ao lado do meu pai, enquanto ele mantia seu braço em volta do meu ombro, peguei meu celular e Bruna disse que me esperaria as 22:30. Apenas respondi um " OK".

- Vou sair com a Bruna hoje. - Sorri para minhas amigas. Gustavo já estava se pegando com uma loira, um pouco mais afastado.

- Sério, pra onde? - Alice perguntou e eu senti meu pai ficar tenso.

- No show do irmão dela. - Eu lhes contei a grande coincidência de Luan ser irmão delas, logo vi as três segurarem o sorriso.

 - Legal. - Fernanda disse ainda segurando o sorriso.

- Muito legal. - Luísa falou sem esconder a malícia em sua voz.

- E você vai embora que horas? Pode me dizer? - Meu pai perguntou.

- Meu vôo é as 4:00 horas da manhã.

- Não acredito, Thaila! - ele disse irritado, se afastando de mim. Ah não, de novo não!

- Pai, quando eu chegar, vou direto pra faculdade. Eu não vou faltar.

- Vamos comprar outra passagem. Você precisa ter uma boa noite de sono antes de ir estudar.

- Não, pai. Eu já marquei com Bruna e a mamãe já comprou nesse horário pra mim.

- Ir numa balada e logo em seguida ir viajar? O que você tem na cabeça? Se não for eu ficar no seu pé...

- Pai, por favor. - Pedi mais uma vez constrangida, ele estava muito irritado.

- Eu tô muito bravo com você. Muito! As vezes você parece uma criança. - Olhei minhas amigas, que estavam tensas tentando disfarçar. Merda, lá se vai meu dia por água a baixo.

- Pra você eu pareço uma criança sempre. - Falei baixo, completamente chateada e até um pouco irritada.

- Fazer o que se você vez ou outra age como uma?! - Não respondi mais nada, apenas levantei e fui chamar Gustavo para irmos embora. Puta merda, que chato essa proteção toda! Eu senti um choro querer vir com força, mas segurei. Agora não é hora, eu só quero ir pra casa.







Final de capítulo tenso hein?! Thaila ficou bem arrasada e seu pai exagerando como sempre. Como acham que isso vai acabar? 🙊
Comentários respondidos com amor! 😍
Bjs, Jessica. 💕

15 comentários:

  1. Guaaa esse pai dela aí viu 😒
    Tô louca pra ver se encontro dela com o Luan no show haha cnt 💞

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  2. nossa esse pai dela eh uma bosta block block block @forachato

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    1. Block nele 😂 Já disse que amo teus comentários sempre me fazem rir? 💕

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  3. Esse pai dela é mega controlador tadinha

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  4. Essa pai da Thaila é insuportável, haja paciência.

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  5. O pai chato meu Deus, será que vai rolar o primeiro beijo no próximo encontro continua por favor

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  6. Afff esse pai dela viu?! Q chatooo manoo, ela tmb tem q ter voz viu?! Te contar, quero bjo viu no proximo cap .. continuuuaa

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  7. Eu mandava esse pai ir pra merda,homem mais chato pensa que ele criança fazia nem questão de ir visitar um pai desse😠😤amei já pode continua,e ela as vezes tem que ter voz pra fazer uma vez o que ela quer👏😍🤔

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