" Dando atenção a família. " Cap 63

Durante todo o banho fiquei pensando no que meu pai me disse. Ele tem razão, passei mais tempo com o Luan do que com eles, nos vemos tão pouco. Mas eu também precisava ver Luan novamente, matar a saudade. Fico em um beco sem saída, agora tenho uma paixão, necessito estar com ele. Já sinto saudade e nem ao menos viajei para Fortaleza. Ainda tem as fotos, malditas fotos! Todos estão achando que somos namorados, eu sempre fui tão discreta e agora sou falada em todo meio de fofoca e mais, xingada de todos os palavrões possíveis por suas fãs. Preciso falar com o Luan. Soltei meus cabelos e saí do banheiro, logo ouvi meu celular tocar. É ele. Atendi rapidamente.

- Você já viu a loucura? - Perguntei.

- Acabei de acordar e vi sim.

- Ainda tá no hotel? - franzi a testa.

- Ainda. - riu de leve. - Estão dizendo que somos namorados.

- Pode ir desfazendo esse mal entendido.

- Não é tão mal entendido assim. - ele disse bem humorado.

- Luan, não brinca! Explica logo que não somos namorados. - falei séria.

- Tá, calma. Eu vou falar com a Lelê. Ela me ligou umas 300 vezes, meu pai também. - suspirei.

- Entendi, então fala logo com eles.

- Calma, deixa eu ser seu namorado por mais algumas horas. - Continuou brincando.

- Como você consegue ficar tão tranquilo? Filho da mãe!

- Olha só, fala direito! - ele disse rindo de leve.

- Explica tudo logo!

- É tão ruim assim ser vista como minha namorada?

- Luan, é claro que não. - tratei de esclarecer. - Isso que estão noticiando não é verdade, bebê. Meu pai está uma fera e suas fãs também.

- Cê leu alguma coisa?

- Não, nada. Mas não é a primeira vez que meu nome é ligado ao seu. Sei bem como elas são.

- Tá, eu vou ligar pra Lelê agora.

- Beijo.

- É melhor; beijo bebê. Gosto quando cê me chama assim. - sorri sozinha.

- Beijo, bebê. - falei toda apaixonada.

- Beijo, gatinha. - desligou e eu continuei com o sorriso bobo. Não teve jeito, me apaixonei muito!
Decidi ir procurar uma roupa ou minhas amigas vão esperar bastante. Decidi por algo bem leve, fresco e peguei minha bolsa em seguida. Desci as escadas torcendo para não encontrar meu pai, ele está bastante chateado e desta vez lhe dou razão. Suspirei aliviada ao ver que não tem ninguém na sala.

- Mãe? - chamei alto.

- Oi? - acho que está no escritório,  a voz vem de lá.

- Vou almoçar com as meninas, volto pra passar a tarde com vocês.

- Tá, meu amor. Te esperamos.

- Para de gritar. - Ouvi Gustavo resmungar e o olhei descendo as escadas com uma cara de sono e somente com um calção folgado.

- Desculpa, a dor de cabeça tá forte por conta da ressaca?

-Muito. - Fez careta.

- Melhoras, chulé. Tenho que sair.

- Obrigado. Vai com Deus.

- Te amo, vou passar a tarde com vocês viu?! - Falei me sentindo muito culpada. Eles merecem minha atenção.

- Tá, por você eu topo qualquer programa mesmo com uma ressaca braba. - ri de leve. Não canso de dizer que ele é a melhor pessoa do mundo! Soltei beijo de longe e ele sorriu indo para a cozinha. Chamei um uber e em alguns minutos cheguei no restaurante, logo de cara vi minhas amigas perto da entrada.

- Oi, lindas! - sorri animada.

- Oi namorada do Luan Santana. - falaram juntas e gargalharam em seguida, tenho certeza que combinaram de falar isso quando eu chegasse.

- Ridículas, vocês sabem que não é verdade. - sentei e ela continuaram rindo.

- Amiga, assume aquele gostoso logo. - Lulu disse e eu sorri.

- Não tenho que assumir ninguém. Estamos bem assim.

- Amiga, que pedaço de mal caminho ele tava ontem! - Nanda disse.

- O mal caminho inteiro, amiga. - Alice corrigiu e eu gargalhei.

- Ele é lindo mesmo. - falei.

- Ai, que linda! Tá apaixonada! - Nanda começou a fazer vários corações seguidos com os dedos.

- Tô. - falei rindo de leve.

- Para tudo! - Alice disse e todas me olharam com atenção.

- Repete. - Luísa disse pausadamente.

- Eu estou apaixonada pelo Luan. - falei bem devagar. E elas bateram palmas animadas chamando a atenção de algumas pessoas e me fazendo rir, ao mesmo tempo morrer de vergonha. - Vamos pedir? É melhor a gente pedir o que queremos. - falei tentando encerrar o show delas.

- Vamos, vamos porque hoje foi um dia de confissões. - Alice disse brincalhona e eu revirei os olhos. Decidimos por algo leve, eu pedi um suco de frutas vermelhas e uma comida bem saudável. Lhes contei em como foi agradável minha manhã ao lado do Jefferson, mas preferi não falar sobre meu pai estar chateado, quero aproveitar suas companhias para esquecer a culpa que estou sentindo. Acabamos conversando sobre a festa ontem, tudo que rolou, alguns detalhes, enfim, uma falação enorme! Dentro de quase duas horas eu me despedi, ainda preciso ver minha família um pouco, conversar com eles um pouco e mimar meu pai para que sua chateação suma. Já dentro do carro aproveitei para postar uma foto com Fernanda antes de dar partida:

"Nandaa, te amo pra sempre ❤ " 

Marquei minha amiga na foto e já saí do instagram sem ler nada, sem procurar nada. Não quero ver o quanto estou sendo xingada. Cheguei em casa dentro de alguns minutos e encontrei Meu irmão, Diego e minha mãe em um sofá. Ela entre eles e meu pai ao telefone um pouco mais afastado.

- Oi! - gritei.

- Caralho, Thaila! Porra! - Diego disparou nos palavrões e meu pai me olhou feio por estar no meio de uma ligação assim como Gustavo que colocou a mão na cabeça.

- Quem mandou beber? - perguntei sorrindo. Estou com o humor bem melhor que antes, efeitos melhores amigas. Beijei os cabelos de Diego e sentei no sofá vazio. - Vamos fazer o que?

- Eu tô querendo ficar aqui, fazendo vários nadas. - Diego disse sorrindo.

- No que cê tá pensando? Tem alguma ideia? - Gu perguntou.

- Pensei que a gente poderia correr no parque. Tomar um sorvete, conversar e se exercitar.

- Amei a ideia! É bom que fico menos tenso, ando tão tenda por conta das obras que vão começar amanhã.

- Vai dar tudo certo na sua loja dona Ângela. - lhe dei meu sorriso tranquilizador. Ela sorriu agradecida e vi meu pai se aproximar após encerrar a ligação.

- Que falta de educação chegar gritando enquanto eu tô falando ao telefone. - Me repreendeu sentando ao meu lado.

- Desculpa. - sorri de lado e lhe abracei. - Chamei todos pra dar uma volta no parque, vamos?

- Não sei...

- Quero passar um tempo com vocês, pai. Em poucas horas eu vou embora.

- Nos deixou em último plano. - Disse ressentido.

- Ele quer ser mimado, chulé. Bora trocar de roupa e espantar essa ressaca! - Gu levantou tentando passar animação e começou a se alongar no meio da sala causando risada em todos nós, é um maluco mesmo!

- Cê vai me emprestar alguma roupa, cabeção? - Diego perguntou ao meu irmão levantando também.

- Bora lá! - ele chamou o amigo e então os dois subiram.

- Vamos subir também? - chamei meus pais.

- Vamos. - Meu pai disse ainda meio relutante, sei que tem um pouco de charme, ele está chateado, mas não tanto quanto antes. Subimos juntos e cada um foi para seu quarto. Escolhi uma roupa de ir para a academia, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo. Pronto. Desci e esperei todos. Meu celular começou a tocar, Luan novamente.

- Oi?! - falei assim que atendi.

- Porque cê não responde minhas mensagens?

- Eu não tô olhando nada hoje. Nada de whatsapp, instagram... Nada.

- Entendi. Já falei com a Lelê, ela já tá repassando que a notícia é falsa.

- Certo.

- Você conseguiu deixar a fera mansinha? - sei que se refere ao meu pai.

- Estou no quase. - ri de leve.

- Boa sorte. - rimos. - Que horas é seu vôo?

- A noite, no início da noite.

- Eu já tô com saudade. - Sorri toda boba mais uma vez.

- Eu também.

- Quando chegar no seu apartamento me liga, ou manda mensagem.

- Pode deixar.

- Beijo nessa sua boca.

- Outro na sua. - sorri.

- Tchau, coisa linda.

- Tchau. - desliguei e logo vi meu irmão e meu amigo descendo as escadas.

- Tô no pique. - Diego fez graça alongando os braços.

- Cadê a ressaca? - perguntei sorrindo.

- O que é isso mesmo? É de comer? - gargalhei.

- Idiota. - Logo eles sentaram no sofá ao lado do que eu estou. - O Luan me disse que você andou intimidando ele. - falei ao lembrar.

- Eu? Jamais! - Disse todo fingido.

- Ele fez isso sim. - Gustavo falou.

- Como cê sabe? - perguntei ao meu irmão.

- Ele me disse quando chegou aqui hoje. Palhaço! - Gustavo riu de leve e deu um tapinha na cabeça do amigo.

- Vingança. Quantas vezes você me fez passar vergonha?

- Cala a boca! - falei rindo e meus pais apareceram.

- Vamos? - minha mãe chamou.

- Eu tô em ponto de bala! - Gu levantou fazendo graça nos fazendo rir.

- Onde tá a Juju? - perguntei por minha cadela já levantando.

- No quintal, eles adoram ficar na grama fazendo farra. - meu pai respondeu.

- Vou levar ela. - Sorri.

- Vamos sentar de novo, porque a Thaila só atrasa tudo. - Diego reclamou e eu lhe mostrei minha língua. Fui até a cozinha e pedi para Maria arruma alguma coleira e corrente para que eu possa levar Julieta, afinal a dela está dentro da mala, vai dar trabalho para achar. Ao chegar no quintal vi ela no décimo sono, porém o Bob veio balançando o rabinho pra mim, enquanto os outros estão brincando.

- Vai ser você então. - sorri pra ele. - Ma, vou levar o Bob. - Gritei para que ela traga uma corrente mais grossa. Logo Maria apareceu e eu coloquei o necessário nele, entrou na casa todo feliz.

- Você trouxe o monstrão? - Gu disse com os olhos arregalados.

- Foi. - dei de ombros.

- Esse cachorro tem muita força. - meu pai alertou.

- É hora de ver se o Vini tá passando os treinos direitinho. - Diego fez graça.

- Vamos parar de conversar? Tem um parque lindo nos esperando. - Eu disse e então todos nós saímos e fomos caminhando, conversando enquanto eu sinto minha culpa ir embora aos poucos, finalmente estou lhes dando atenção, a atenção devida, a atenção que eles merecem.

- Vou dar um pique. Me dá o Bob. - Gu pediu.

- Vou também. - Diego disse, dei a corrente do Bob e os dois já saíram correndo junto deles. Passei o braço em volta da cintura do meu pai e continuamos caminhando.

- Que horas cê vai? - ele perguntou.

- As 19:30.

- Eu te levo.

- Tá - sorri.

- A acessória do Luan se pronunciou né?! - comentou.

- Você viu?!

- Ele não larga o celular olhando as informações. - minha mãe disse rindo de leve. É muito protetor mesmo!

- Sim, pai. Ele falou a verdade, realmente não estamos namorando. - ele suspirou aliviado e minha mãe e eu trocamos olhares. Ele não engole o Luan, a cada dia que passa fica mais difícil fazer com que ele não sinta raiva do cara que estou apaixonada. - Quando vocês vão a Fortaleza? O Vini tá com saudade. - mudei de assunto.

- Aquele filho da mãe não sente saudade de ninguém! - Meu pai disse carrancudo fazendo minha e eu gargalhar. - Já chamei várias vezes ele pra vir aqui e nada.

- Ele tá muito ocupada, vai abrir uma nova academia.

- Sério, filha? - Minha mãe perguntou animada.

- Sério, ele tá tão feliz e eu fico também. - sorri.

- Nós vamos em breve visitar você e ele. - meu pai disse. - Quero saber direito como vai ser isso de uma nova academia.

- Que bom! Eu vou ficar muito contente e ele também. - beijei o rosto do meu pai e ele beijou meus cabelos. É tão difícil ver ele demostrando afeto, quem sabe com o medo de me " perder " para o Luan ele mude, seja mais amoroso e paciente, ou não.

Fomos conversando até o parque e ao chegar encontramos Diego fotografando Gustavo com um grupo de meninas.

- Já tá sendo tietado. - Meu pai disse rindo. - Esse ano vai ser muito bom pra ele.

- Se Deus quiser. - minha mãe disse. As garotas se afastaram depois de deixarem um beijo na bochecha do Gu e do Diego. Logo ficamos todos juntos, sentamos na grama debaixo de uma árvore e dividimos risadas, minha família é de uma inquestionável importância pra mim, não quero me tornar mais ausente agora que o Luan apareceu. Eu até disse que não postaria nada hoje no instagram, mas não vou parar minha vida por conta da opinião alheia. Ficamos cerca de três horas conversando, comemos pipoca, batatinha e até picolé. É uma pena que Fortaleza seja tão longe de São Paulo, poderíamos nos ver com maus frequências se as duas cidades fossem mais próximas. Decidimos voltar ao ver que já está no fim da tarde, minha mãe, meu pai e Diego disseram que vão correr um pouco e nos encontram mais na frente, aproveitei para conversar com meu irmão em busca de uma palavra solidária, compreensiva.

- Chulé, você acha que eu mudei depois que conheci o Luan?

- Em que aspecto? - me olhou e paramos enquanto Bob cheia o chão.

- Meu pai disse que nunca fui tão ausente como nessa viagem, acho que quero saber se mudei com vocês. - voltamos a andar.

- Pensa comigo. Cê tá vivendo um lance legal né?! - assenti. - O cara mora longe pra caralho e ainda vive fazendo shows o que torna mais difícil que vocês façam visitas um ao outro. É claro que qualquer oportunidade cê vai aproveitar, desde o Miguel eu não te vejo tão envolvida. É claro que ficou mais ausente dessa vez, tem o Luan agora, mas o pai é muito exagerado. Não vai ficar se sentindo a pior pessoa do mundo por conta disso. É totalmente compreensível. Quando a gente gosta de alguém quer tá junto e isso é muito visível entre vocês. - Suspitei completamente aliviada, com um peso enorme tirado das costas. Ele nem falou muito e já acalmou meu coração.

- Eu sou tão feliz por ter você na minha vida. - Sorri.

- Te amo, chulézinha.

- Eu também. Obrigada por me compreender e ser sempre tão incrível. - ele sorriu e eu parei. - Tira uma selfie minha com o Bob. - falei animada, agora sim estou realmente alegre! Logo me posicionei e ele tirou a foto, postei no mesmo instante:

                     " love dog 🐾 " 

(...)

Ao chegar em cada apenas arrumei minhas malas e tomei banho, foi o que deu pra fazer. Meu pai me deixou no aeroporto e lanchou comigo se comprometendo a ir me visitar. Fico fwliz que ele esteja tão bem comigo novamente, sempre é assim. Fica com raiva por minutos, horas, até dias, mas depois fica tudo bem.






Lindas, desculpem por eu não ter postado ontem, estava sem capítulo. A gripe me pegou e se por acaso eu não postar amanhã vocês já sabem o motivo. Agora sobre o capítulo, vocês gostaram? 
Adorei os comentários como sempre, queria responder mas a dor de cabeça não ajuda. :(
Bjs, Jéssica. ❤