" Pedido de namoro. " Cap 68

Pouco antes de eu entrar no palco, decidi me render a insistência do testa em irmos a um barzinho, é bem pequeno e será fechado somente pra nós. A grande maioria vai, incluindo a galera da banda. Depois da minha conversa com Thaila, reconheci que o testudo realmente tinha razão, ela tem medo. Medo de enfrentar tudo que vem comigo, eu entendo. Entendo perfeitamente, a pessoa tem que ter psicológico muito bom pra aguentar, ainda tem o pai dela. Eu nunca cheguei a trocar um ideia com ele e o cara já não gosta de mim.

- Só vou trocar de roupa. - eu disse ao chegar no camarim e Thaila assentiu, ela estava tão animada do lado do palco, o tempo todo cantando e sorrindo. Já sei que fotos vazaram e um vídeo também, a Lelê me disse. Não quero aborrecer Thaila com isso agora e espero que ela não veja nada, não olhe as redes sociais.

- Meu pai não deu sinal de vida. Énaté estranho, com certeza rolou fotos. - ela disse claramente preocupada. Estamos sozinhos, enquanto minha equipe resolve alguns pequenos detalhes do evento e com o contratante.

- É madrugada, meu amor. Ele deve tá dormindo. - falei procurando a camiseta que fiz os atendimentos, a cinza.

- O que, Luan? - ela disse, eu a olhei e vi que está segurando o sorrindo.

- Que foi?

- Você ouviu do que me chamou? - ela perguntou e eu então refleti. Chamei de meu amor. Ah, eu não consigo mais disfarçar nada.

- É verdade, uai. Você é meu amor. - ela sorriu toda boba e eu voltei a procurar a camiseta. Logo achei e vesti. - É melhor ir sem batom né?! - franzi a testa olhando ela novamente.

- Porque?

- Porque eu vou querer te beijar. - falei como se fosse óbvio.

- Vou tirar. - riu de leve e levantou. Peguei uma touca que trouxe e coloquei, meu cabelo já não está tão legal. Estou me abrindo completamente pra ela, de todo meu coração e eu espero que não me machuque, sei que a grande marioria das pessoas gostam de se proteger e esconder um pouco o que sentem, mas eu não consigo. Não com ela, mesmo que eu não fale, sei que meu olhar diz tudo. Bateram na porta e em seguida Rober colocou somente a cabeça para dentro do camarim.

- Bora ou vamos? - Ele perguntou animado.

- Bora e vamos. - Thaila respondeu sorrindo. Ela ficou mais tranquila quando eu disse que o barzinho será fechado para nós.

- Partiu?! - He-man apareceu bem atrás do Testa.

- Não encosta em mim, filho da puta. - Rober o olhou feio.

- Que viadagem é essa? - perguntei rindo e He-man gargalhou também.

- Esse cara é gay, só pode. - Testa disse ainda um pouco irritado. Ouvi a gargalhada linda da Thai. Que mulher linda!

- Dá licença. - ouvi a voz da Arleide e logo eles entraram completamente no camarim, ela entrou logo em seguida. - Já podem ir se divertir. - ela sorriu.

- Cê vai com o Marcio pro hotel né?! - me certifiquei. Ela nunca vai para as baladas que as vezes vamos depois dos shows.

- É, vou com ele na outra van. - assenti.

- Então vamos. - fomos saindo e Thaila ficou mais atrás, sei que ela está receosa. Acho que ainda não sabe de nenhuma foto ou vídeo. Cumprimentei as pessoas que encontrei pelo caminho e na saída mais fãs. Desta vez não parei, apenas acenei e soltei beijo. Logo entramos na van e Cirilo ficou responsável por nos conduzir como quase sempre. Prefiro ele do que um motorista qualquer. Sentei junto de Thaila e entrelacei nossas mãos.

- É longe, viado? - perguntei ao Rober que se acomodou no assento oposto ao nosso.

- Não faço ideia. - riu de leve. - O negão vai chegar com a ajuda do GPS.

- Beleza. - sorri e cheirei os cabelos de Thaila. Vi ela pegar seu celular. Não, droga. - Ei, deixa isso pra lá. - pedi e ela me olhou.

- Porque? - franziu a testa sem entender.

- Eu quero atenção. - dei uma desculpa e ela sorriu me olhando. Largou o celular nas pernas e acariciou minha barba com seus dedos. Não quero que ela saiba das fotos e do vídeo agora. Me beijou delicadamente, devagarinho, me deliciando realmente, aproveitando o momento. Me fazendo esquecer de tudo, me concentrando totalmente no seu beijo gostoso. As conversas de Rober, He-man e Wellington tomam conta da van. O restante vem logo atrás em outras duas vans.

- Eu tô feliz de tá aqui com você, bebê. - ela disse depois de encerrar o beijo, ainda com os lábios encostados nos meus. Sorri. Ela tem que ser minha namorada.

- Eu também sempre fico feliz perto de você. - ela sorriu e mordeu minha bochecha, passou um dos braços em volta da minha cintura e pousou a cabeça em meu peito. Comecei a participar da conversa dos meninos e mexendo em seus cabelos de leve, enquanto ela está calada o tempo todo, só ouço sua risada de vez em quando por conta de algo engraçado que meus amigos ou eu falamos.

- Chegamos! - Cirilo disse e eu olhei para o barzinho sem ninguém, três meninas olhando a van cheias de espectativa.

- Tem fãs. - Rober disse e eu assenti.

- He-man, entra com a Thaila. - falei e ele assentiu. - Vai lá, meu amor. - lhe dei um selinho e ela já está apreensiva de novo. Como descobriram que eu tô aqui? Não estou surpreso, afinal elas sabem de tudo. Thai levantou e seguiu com He-man, vi o pessoal da banda descendo também. Minhas fãs olharam surpresa para a Thaila e pediram selfie com alguns da banda.

- Bora? - Negão chamou depois de todos entrarem.

- Vamos. - desci e elas me olharam felizinhas. - Oi, meus amores! Tudo bem?

- Oi, Luan! - elas responderam juntas.

- Tudo sim. - logo uma veio em minha direção me abraçando.

- Eu te amo. - ela disse e eu sorri.

- Como souberam que eu viria pra cá? - perguntei sorrindo.

- Sabemos de tudo, nego. - uma outra disse toda convencida e eu ri. Me abraçou também. Cheirou meu pescoço e logo em seguida ela deu a vez para a última me abraçar.

- Bora pra selfie? - perguntei e elas assentiram, me deram um celular e ficaram juntinhas. Tirei duas, devolvi o celular e soltei beijo.

- Tchau, meu amor. - uma falou.

- Fica com Deus. - a outra falou enquanto eu já estou caminhando para entrar no barzinho.

- Coisa linda! - a outra disse toda fofa. As olhei sorrindo e entrei junto de Cirilo e testa. Logo de cara encontrei um cara na faixa de uns 40 anos.

- É um prazer receber você e seus amigos, Luan. - Ele disse simpático e demos o típico abraço de homem.

- Valeu, cara! - agradeci sorrindo.

- Sou o Bernardo, gerente daqui. Qualquer coisa é só chamar.

- Beleza. - sorri e me afastei indo até a mesinha que Thaila está junto com He-man, bem ao lado da mesinha dos back vocais que já pediram suas bebidas. Abracei Thaila, passando um braço em volta do seu pescoço e ela passou seus braços em volta da minha cintura.

- Bora pedir! - Testa disse animado.

- Só faltava o Gustavo pra formar sua dupla. - Falei e Thaila olhou testa sorrindo. Ele e o irmão dela são os que mais bebem nas vezes que saímos.

- É o Gustaboi! - ele disse rindo em seguida, nos contagiando. O garçom chegou e nós pedimos whisky, para Thaila um coquetel sem álcool.

- Suas fãs te encontraram até aqui. - Thaila disse, enquanto meus amigos estão distraídos em outra conversa e toca também. É tão linda me olhando com esse rostinho de menina.

- Elas devem conhece alguém que trabalha aqui. - passei a mão por seus cabelos. Só consigo pensar em um namoro nosso. Eu quero muito!

- É, pode ser. - lhe beijei, aproveitando que não há perigo de fotos ou vídeo.

- Coisa linda. - sussurrei contra sua boca e ela sorriu. Nossas bebidas chegaram e os meninos acabaram pedindo uma porção de camarão após saberem que eles servem petiscos.

(...)

As horas foram se passando e a gente se divertindo o tempo todo. Eu aproveitando a companhia da minha gatinha e também trocando risadas com meus amigos. Tocou uma música do Wesley Safafão.

- Tem que dançar! Os dois! - Rober disse já animadinho por conta da bebida.

- Vem, amorzinho. - falei segurando sua mão e ela sorriu. Logo todos começaram a nos observar, passei o braço em volta da sua cintura e começamos a dançar. Cheirei seu pescoço e mordi em seguida. Eu tô com tanta vontade de foder e sentir esse cheiro, esse corpo bem perto do meu não ajuda. Acho que a bebida despertou meu desejo. Pousei minha mão em sua bunda e continuamos a dançar.
Dançamos a música toda e eu tenho plena consciência de que facilmente ficarei excitado com a vontade que eu tô. Não estou bêbado, nem alegrinho, pretendo ficar bem consciente. Mais um coquetel chegou e Thaila começou a beber, tocou um funk e ela se afastou começou a dançar, não para provocar ninguém ou para chamar atenção, mas sim para se divertir. Sim, ela está claramente se divertindo.

- Rober! - chamou alto meu amigo e ele se aproximou. Falaram algo que eu não entendi e ela deu seu celular a ele. Ele se afastou e ela sorriu, logo em seguida vi o flashe. Ela pediu uma foto. Sorri e me aproximei.

- Quero uma também. - falei alto por conta da música e ela sorriu. Bebi um pouco do meu Whisky e ela continuou olhando pra mim enquanto Rober bate a foto. - Outra. - pisquei pra ele e fiquei de frente pra ela, me inclinei um pouco e ela riu sem entender, fiz menção de beijá-la e ele registrou também. Depois da foto eu realmente a segurei de jeito e lhe beijei. - Eu quero namorar você. - falei próximo ao seu ouvido após o beijo e ela riu, nos olhamos e ela selou nossos lábios demoradamente.

- Acho que a gente deve ir embora né?! Já tem um tempo que estamos aqui, daqui a pouco amanhece e eu ainda tenho que procurar passagem.

- Cê tem razão. - beijei sua bochecha. - Vamos? - chamei Testa que aproveitou para devolver o celular pra ela.

- Quando você quiser, viado. - Logo nos aproximamos dos outros e todos decidimos realmente ir embora.
Entramos na van depois de agradecer e pagar pelo atendimento excelente que recebemos. Thaila sentou ao meu lado e tirou seus saltos.

- Nossa, meus pés estão um caco. - reclamou.

- Vou beber pra te esquecer. - Testa cantou sem ritmo.

- Mas não vou te esquecer não. - He-man complementou com uma risada. Que porra de música é essa? Thaila e eu nos olhamos ao mesmo tempo e rimos.

- Quero que cê me passe as fotos.

- Vou passar.

- Mas não vai ficar grudada no celular. - falei ao me preocupar.

- Luan, você acha que eu não sei que tem fotos de hoje na internet? Se sua intenção é me distrair nem tenta. Eu tô pensando nisso sim, mas não vou olhar nada. Relaxa.

- Nem mensagem de ninguém. Mesmo que seja seu pai, por favor. Deixa pra amanhã.

- Já tá quase amanhecendo, no caso já é " amanhã". - fez aspas no ar, fazendo graça.

- Você me entendeu. - sorri e ela me deu um beijinho rápido.

- Eu vou passar as fotos pra você e largo o celular, bebê. Eu também quero me poupar por hoje.

- Que bom. - Que bom que nós concordamos, que bom que ela tem uma maturidade incrível e um espírito tão elevado. Pegou o celular e foi direto na nossa conversa, logo me enviou as fotos e em seguida bloqueou o celular mesmo com várias notificações chegando e mensagens também. Vi uma de Alice, o restante não deu pra ler pois era mensagem atrás de mensagem.

- Meu pai ainda não viu nada. Ele teria me ligado, certeza! - ela disse com uma certeza convicta. Acariciei seus cabelos e decidi não responder, não quero ficar falando disso. É desagradável pra ela. Beijei acima do seu olho e ficamos calados ouvindo as conversas bobas do Rober com He-man. Negão deu a segurada na bebida pois está dirigindo.

(...)

Chegamos no quarto do hotel e eu sentei na ponta da cama, tirei meus sapatos e ela foi até sua mala e voltou com um pedaço de algodão. Foi até o banheiro e voltou sem maquiagem. É linda. Ficou de frente para o espelho e de costas pra mim. Começou a passar o algodão no rosto toda concentrada. É tão pequenininha, tem um corpo tão lindo e um rosto de menina. Eu amo essa mulher por tudo que ela causa em mim, pelo jeito que me trata entre tantos outros motivos. Preciso dela como minha namorada. Quero que ela seja minha. É uma mulher tão rara! De um caráter exemplar, um jeito encantador. Nossa história pode ser linda e só depende de nós.

- Thaila?

- Oi. - disse sem me olhar.

- Cê quer namorar comigo? - ela me olhou rapidamente. - É um pedido. - sorri ao ver sua expressão de surpresa. Decidi fazer o que tanto quero, o que tanto penso.

- Luan, você tem certeza? Lembra da nossa conversa mais cedo.

- Eu enfrento seu pai, enfrento mídia, enfrento fãs por você e com você. Eu tenho certeza do que quero. - levantei e me aproximei dela, segurando as laterais do seu rosto. - Namora comigo baixinha?  Vamos enfrentar tudo juntos. - ela suspirou e franziu a testa.

- Tem certeza mesmo?

- Tenho, uai. - ri dela. - Me responde.

- Namorar o Luan Santana? Não vai ser fácil.

- Você vai namorar o Luan. O cara que te ama. - suspirei.

- Me ajuda a segurar a barra?

- Ajudo. Vamos estar juntos, minha gatinha.

- Eu quero, eu aceito seu pedido. - sorriu e soltou a respiração. Meu sorriso não cabe na boca, não cabe na minha alma. Lhe beijei. Ela aceitou! Ela é minha namorada agora.

- Eu quero viver uma história linda com você. - falei com a testa colada na sua após encerrar o beijo.

- Só depende de nós. - sorriu e eu selei nossos lábios.

- Sim, só de nós. Agora você pode deitar nessa cama e fazer um negócio gostoso comigo? - ela riu.

- Tenho que tomar banho.

- Deixa eu ir junto.

- Só banho. E eu vou sozinha, depois eu venho ficar com você. - beijou o canto da minha boca.

- Tá, tá bom. - suspirei. - Vai logo. - ela sorriu e se afastou indo para o banheiro. Eu estou namorando, caralho! E com quem? Com ela. Thaila. Ah, Thaila. Procurei meu celular e tratei de deixar claro pra todos que estamos juntos ouvindo o barulho da água do chuveiro. Escolhi uma de nossas fotos no barzinho, a que eu fiz menção de beijá-la e coloquei um filtro preto e branco:

" Vou beijar essa boca dona desse sorriso lindo hein?!  😏❤ "

Bloqueei o celular e sorri. Agora todos sabem, agora é pra valer! Somos namorados e eu quero fazê-la e ser muito feliz.









Enfimmmmm saiu o pedido e a primeira fotinha juntos! agora ele são namoradossss! demorou, mas saiu. E daqui pra gente, como ser? Você gostaram? 
Obrigada por cada comentario, LINDAAAS! 
Bjs, Jéssica. ❤