" Jantar. " Cap 41

Depois que entrei, Bruna me levou até outra sala e lá encontrei Luan, sua mãe e seu pai. Seus pais me olham com um sorriso.

- Oi. - falei.

- Oi, tudo bem? - sua mãe foi a primeira a me envolver em um abraço.

- Tudo sim e com você? Você ou senhora? -ri de leve e ela desfez o abraço.

- Acho que ainda podem me chamar de você. - brincou.

- Pai, mãe, essa é a Thaila como todos vocês já sabem e esses são Amarildo e Marizete. - Bruna fez as devidas apresentações.

- É um prazer conhecer vocês. - Luan permanece imóvel ao lado deles e eu ainda não tive coragem e olhar diretamente pra ele.

- Me dê um abraço também. - seu Amarildo disse. Lhe abracei. - Obrigado por receber minha filha e a Dani tão bem na sua casa.

- Não foi nada demais. - Sorri. Eles são tão gentis! Desfez o abraço ainda sorrindo. - Amei saber do jantar, fiquei toda boba.

- Nossos filhos sempre falaram tão bem de você, fiquei com vontade de conhecer também. - Marizete falou e eu sorri sem graça, finalmente olhando o Luan. A atração entre nós fez meu corpo todo ferver por dentro, foi só uma troca de olhares e eu tô assim! Apesar de me olhar todo sedutor, ele está bem sério. Lembro dele sempre sorrindo e não com essa cara de quem comeu e não gostou.

- Fico sem graça. - Falei rindo de leve.

- Não precisa. Fica a vontade, eu vou arrumar a mesa junto com Amarildo.

- Eu posso ajudar.

- Não, você é convidada! Fica conversando com esses dois por enquanto. - Amarildo disse e só me restou assentir com a cabeça. Eles se afastaram e eu decidi falar com o senhor cara amarrada.

- Oi. - falei meio sem jeito, pois não sei o porque da sua expressão.

- Oi. - Respondeu seco.

- O que foi? - perguntei mesmo sabendo que a Bruna está conosco. - Porque tá me tratando assim? - franzi a testa e ele ergueu as sobrancelhas.

- Depois conversamos. Senta aí. - disse com sua mesma cara amarrada, fiz o que ele disse e Bruna sentou ao meu lado, ele de frente para nós. Estou me sentindo extremamente desconfortável por receber esse tratamento dele.

- Espero que você goste da comida, amiga. Preparei tudo com minha mãe. - Bruna disse, talvez ao perceber que eu estou sem graça.

- Você sabe cozinhar? Se não tiver bom eu falo na hora! - brinquei e ela riu, olhei Luan rapidamente e ele agora está de olho no celular.

- Eu arraso, meu bem. - falou toda convencida.

- Então tá tudo certo, maravilhosa. - sorrimos. Até ela está sem graça por conta do seu irmão. Olhou ele e depois eu. Acho que até ela está surpresa com o jeito que ele está me tratando. Depois de um minuto no silêncio ela disse:

- Quer saber? Vou deixar vocês conversarem. - Bufou e saiu indo para a mesma direção que seus pais.

- Pode falar qual o problema. - eu disse.

- O que você quis me causar esfregando aquele cara que ficou ontem em toda parte do Instagram e Twitter? - me olhou sério e então lembrei do que Bruna me disse no salão. Como não lembrei disso quando cheguei aqui?

- Luan, eu não esfreguei coisa nenhuma.

- Poderia ter ficado com aquele cara em um lugar mais reservado, fizeram isso depois? - Fiquei com a boca entreaberta sem acreditar.

- Você tá me ofendendo!

- Eu tô fazendo uma pergunta.

- É claro que não, Luan. Você tem o que na cabeça? Eu não ando transando com um por noite igual a você.

- Já disse que não é uma por noite e eu nunca deixei escapar uma foto sequer desde que fiquei com você pela primeira vez.

- E? Alguma vez eu te pedi isso?

- Não, mas eu tive consciência. Isso não é legal! Quer ficar com outros? Fica! Mas esfregar na minha cara é sacanagem. - Ri sem acreditar que estamos mesmo discutindo.

- Você não tem direito de me exigir nada!

- Você é que precisa de um pouco mais de noção. - suspirou.

- Para de falar comigo assim. - Pedi um pouco mais calma. - Nós não temos nada sério... - antes que eu continuasse me interrompeu.

- Então vamos mudar isso.

- O que? - perguntei com a testa franzida.

- Fica só comigo. - Ergui as sobrancelhas totalmente surpresa e sem saber o que dizer.

- Luan...

- Só comigo e eu fico só com você. - me interrompeu novamente. Respirei fundo entendendo o motivo da sua proposta.

- Você só quer isso porque eu feri seu ego masculino. Não vou fazer isso, Luan.

- Thaila, pelo amor de Deus! - disse meio desesperado. - Porque você não quer?

- Você só tá fazendo isso porque tem receio de que eu vá pra cama com outro alguém. - ele desarmou toda sua postura firme.

- Você pensa em transar com outros? - por um momento se mostrou vulnerável e eu fiquei sem entender o que se passa dentro dele. Não vai ser só ele minha vida toda!

- Não. - fui sincera. - Mas eu não cou transar só com você pra sempre. - corei ao tocar em um assunto íntimo.

- Eu sei, mas... Thaila, aceita minha proposta.

- Não. - respondi firme e vi ele ficar bravo novamente.

- Porque você não quer?

- Acabei de falar, Luan. Você só tá querendo isso pra alimentar seu ego e até parece que vai ficar só comigo. - neguei com a cabeça.

- Eu vou. - falou me passando firmeza.

- Não, tá está decidido. É não.

- Thaila! - disse meu nome frustrado.

- A gente pode continuar, mas nada sério. - falei decidida. Não vou aceitar essa proposta sabendo exatamente seus motivos. Só eu séria a única a cumprir esse acordo, Luan não vai dar conta de se segurar e ele só quer isso por receio de eu transar com outra pessoa. Somente isso!

- Não quer pensar?

- Não. - Assim que terminei de falar Bruna apareceu.

- Vamos? - Nos chamou cautelosa.

- Vamos. - Luan e eu respondemos juntos e então levantamos. Chegamos na sala de jantar e eu mantive o sorriso no rosto ainda tentando acreditar na proposta e no motivo da proposta que Luan me fez. Se acha o fodão mesmo!

- Hummmm, o cheiro tá maravilhoso! - Falei enquanto sento.

- Maravilhoso né, maravilhosa?! - Bru brincou me fazendo rir, Luan sentou de frente pra mim novamente e Bruna ao meu lado, Amarildo na ponta e Marizete ao lado do filho.

- Tudo bem, filho? Cê tá caladinho o dia todo. - sua mãe disse baixinho, mas eu pude ouvir.

- Uma dor de cabeça chata. - respondeu e eu sem bem que o motivo não é esse. Deve está com seu ego mais destruído depois do meu não.

- Porque não pediu um remédio?

- Vamos nos servir! - Amarildo disse e eu não pude ouvir a resposta do Luan. Colocamos nossa comida, enquanto os pais de Bruna e Luan me perguntaram algumas coisas sobre minha vida.

- Acho linda essa profissão! - Marizete disse encantada.

- É, eu sou apaixonada! Não vejo a hora de poder exercer. - Sorri.

- Já sei quem vou chamar pra reforma daqui a alguns anos. - Amarildo disse divertido me fazendo rir e vi Luan sorrir.

- Eu venho com todo o prazer!

- Você é tão novinha pra morar sozinha. - Marizete disse, mudando de assunto.

- Já acostumei. Sempre quis morar sozinha pra ganhar mais independência. Desde criança eu sempre estive entre São Paulo e Fortaleza. Nossa família sempre batalhou muito pelo sonho do meu irmão. Por isso minha escolha foi Fortaleza, já tenho uma certa intimidade, digamos assim.

- O timão agradece! - Amarildo disse e eu sorri.

- O começo é difícil né?! - a mãe deles disse.

- Muito! Nós eramos pobres, tínhamos uma vida humilde. Apesar de novinha já passei por muitos momentos, já vi tanta coisa. Morávamos na periferia tanto de Fortaleza quando daqui. Perdi amigos para as drogas e fui no velório de alguns. Até hoje recebo notícias de que algum faleceu, ou foi preso. - Falei, me sentindo totalmente a vontade para contar um pouco da minha vida. Todos eles me olham com total atenção. - Tiveram dias que meus pais comeram tomate com arroz e feijão, pra não deixar a gente sem um pedacinho de carne. Eu vivi muita coisa e agradeço a Deus por tudo que passei, por todos os lugares que morei e por todas as pessoas que conheci. Todas as vivências me fizeram ser o que sou. Já vi arma, já vi gente usando droga na esquina de casa, já fui assaltada quando voltava da escola. Só quem já viveu na periferia sabe como é.

- Eu já falei que ela é encantadora? - Luan disse olhando seus pais e eles sorrindo.

- Vocês não exageraram em todas as vezes que falaram tão bem dela. - Amarildo disse.

- Sua história de vida é linda! Parabéns por ser quem é, apesar de tudo que viu?! Poderia ter se perdido por conviver com tanta gente que estavam no caminho errado. Nossa, muito linda essa menina! - Sorri sem graça.

- Eu já sabia disso tudo. Você me contou com detalhes nos dias que passei lá em Fortaleza. - Assenti e Bru me abraçou de lado. Luan nos olha sorrindo, assim como seus pais.

-  A gente batalha, batalha e alcança. - Marizete disse.

- Com certeza. - falei.

- Seu irmão ainda vai longe! Europa, seleção... Pode aguardar.

- Se Deus quiser! Ele é tão merecedor de tudo. É a melhor pessoa da minha vida. - Sorri largo ao falar dele.

- Os olhinhos brilhando! - Luan disse e eu sorri sem graça. Sua raiva parece ter se dissipado.

- Ela não consegue disfarçar o sentimento quando fala das pessoas que ama, você já percebeu isso também? - Bruna perguntou ao irmão e ele assentiu sorrindo.

- Eu tô sem graça. - Falei segurando o sorriso.

- Até hoje você tem contato com os amigos que tinha quando seu irmão não era famoso? - Amarildo perguntou.

- Com alguns sim, mas a grande maioria eu não vi mais. Tenho amigos com muito dinheiro e também tenho amigos mais humildes. Situação financeira não é nada quando se trata de amizade, de caráter.

- Com certeza. Seus pais te educaram muito bem! - Marizete disse e eu coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha. Voltei a comer ouvindo seu Amarildo puxar outra conversa.

- Nós ralamos muito pra realizar o sonho desse cara também. - olhou seu filho.

- Passamos por cada coisa... - Marizete disse.

- Eu imagino, nada é fácil na vida. - Falei e eles continuaram conversando sobre isso, Marizete disse também que sua mãe sempre dizia que era a fã número um do Luan, vi ele ficar meio emocionado, com os olhinhos brilhando ao ouvir falar de sua avó, em seguida soube por eles que ela já faleceu e a causa foi o câncer. Lamentei e disse que de onde ela estiver com certeza está feliz por ver tudo que ele conquistou.

- Gostou da sobremesa? - Bru perguntou.

- Amei, amei tudo! Muito obrigada, amei a noite com vocês.

- Nós que agradecemos. Sua companhia é muito agradável. - Amarildo disse.

- Foi bom te conhecer. - Marizete segurou minha mão em cima da mesa. Neguei com a cabeça sorrindo ao pensar no quão gentis eles são.

- Vocês são muito encantadores, gente! - Falei e eles riram de leve. - Vou ajudar a tirar tudo isso aqui e quero ajudar a lavar também.

- Que isso, é claro que não. - Marizete disse.

- Nada disso, já está decidido. - Falei levantando e peguei meu prato da sobremesa. - Levo pra onde? - eles sorriam olhando uns aos outros.

- Pra cozinha. - Marizete disse pegando o seu prato também e me guiando em seguida.

- Vou ajudar também. - Bruna levantou e os homens foram para a sala.

(...)

Lavamos e secamos tudo entre conversas animadas, quando começamos a guardar, Luan apareceu.

- Bruna, vem cá. - A chamou sem me olhar. Sua irmã foi até ele, enquanto Marizete continua a falar comigo. Os dois falam baixinho, logo ele se foi e ela voltou.

- Mãe, você se importa se eu levar a Thaila um pouco pra conversar no quarto?

- Não, filha. Eu posso guardar sozinha. Vocês já ajudaram bastante. -  franzi a testa para minha amiga. Já conversamos tanto no salão! Será que aconteceu alguma coisa?

- Vamos, amiga.

- Tem certeza que faz isso sozinha, Marizete?

- Claro, meu amor. Não se preocupe. - sorriu pra mim, sorri de volta e acabei indo com Bruna. Subimos as escadas e eu perguntei.

- Aconteceu alguma coisa? - a olhei preocupada.

- Não, o Luan que me pediu pra inventar isso. Ele é que tá te esperando no quarto. - Falou naturalmente e eu senti meu coração acelerar e meu corpo todo vibrar com ansiedade e animação. Que não seja para brigar, que não seja para brigar. Repeti em pensamento. Ele está tão lindo com uma bermuda de moletom e camiseta preta. Quero beijar aquela boca e não ficar discutindo.

- O Luan é maluco! Não precisava mentir assim. - Falei e ela riu.

- Vou ficar no meu quarto enquanto vocês conversam. - Me olhou com um sorriso sapeca, enquanto nós já caminhamos no corredor.

- Tá. - Ri de leve, toda sem graça.

- É aqui. - paramos em frente a uma porta. Tomara que ele não queira discutir ou insistir com sua proposta. Respirei fundo e bati na porta ouvindo ele dizer:

- Entra.








Luanzinho tratou a Thaila com certa indiferença no início, depois a discussão e a proposta. Mais um fora! Ela não é fácil né? Quem acha que ela está certa? A família dele gostou muito dela heeein?! 🙆 Ele pediu ajuda da irmã e agora vai ter Thaila e ele mo quarto. Será que vem mais discussão? Pegação? Ou hot? 
PS: não postei ontem, pois estava no show do lindo. 
Ps2: postei mais cedo hoje heeein?! 
Comentários respondidooosss! 😍
Bjs, Jéssica. 💜