" Voltando para Fortaleza. " Cap 45

Acordei sentindo um calor enorme e logo percebi que Luan está quase completamente em cima de mim. O braço em volta da minha cintura, cabeça em meus seios e a perna em cima das minhas. Passei a mão por seus cabelos levemente e sorri ao ver sua boca entreaberta, que sono profundo! É tão lindo ver ele assim.

- Luan. - decidi chamá-lo. - Luan! - Chamei mais alto já que ele não me ouviu. - Ô Luan! - O sacudi e ele acordou assustado mas logo se situou.

- Me acorda direito! - Reclamou me olhando com a testa franzida.

- Eu tentei, mas parecia que você tava surdo. - ele riu e passou a mão no rosto, ainda todo agarrado em mim. Voltando a pousar a cabeça em meus seios.

- Te convidei pra dar uns beijos e conversa, mas você dormiu. Sem graça. - Falou ainda com a voz rouca e eu gargalhei.

- Desculpa. Não era o assunto que tava chato, é que o sono falou mais alto.

- Você é muito dorminhoca? - perguntou acariciando minha cintura.

- Não, só nas férias. Mas quando tô estudando durmo poucas horas.

- Nossa, se me deixar eu durmo o dia todo depois de um show. - ri de sua confissão.

- Acho que eu tenho que ir. - Acariciei seus cabelos e ele gemeu em protesto.

- Espera.

- Não, Luan. Eu tenho que ir. Facilita, vai.

- Só cinco minutinhos, nesse tempo eu te vou te convencer a ficar. - Me olhou sorrindo sapeca e ficou com o rosto na altura do meu apoiando seu peso nos cotovelos. Sua boca se aproximou da minha e antes que me beijasse ouvimos o toque do celular.

- É o seu ou o meu? - perguntei.

- Não sei. - disse olhando minha boca e se aproximando mais, quando ele encostou eu o afastei sorrindo.

- Se for o meu tenho que atender. - ele soltou um grunhido e se jogou ao meu lado. Engatinhei na cama ficando com a bunda quase na cara dele e senti ele abaixar mais meu vestido, me estiquei toda e peguei meu celular.

- Oi, pai. - suspirei deitando na cama novamente.

- Onde você tá?

- É... Eu tô com um amigo. - olhei Luan e vi ele me observar.

- Que amigo, Thaila?

- Pai, um amigo. O que o senhor quer? - Passei a mão por minha testa.

- Você não acha que já pode vir pra casa? Quero passar um tempo com você, seu irmão e sua mãe.

- Tá, eu já tô indo. - Falei compreendendo que realmente preciso estar com eles, já que amanhã vou embora.

- Pensei que ainda estivesse com as meninas, mas eu liguei e elas disseram que não. - Sei que ele ainda está curioso para saber com quem eu estou.

- É, eu tive outro compromisso.

- Com esse amigo?

- É, pai. - revirei os olhos.

- Eu conheço?

- Pai, eu não vou falar com quem estou. Sou maior de idade e responsável por minha integridade física e mental.

- Tá. Tá bom! - bufou. - Não vou discutir. Vem logo.

- Eu tô indo. Tchau. - ele desligou sem dizer mais nenhuma palavra e eu suspirei. Sei que ele quer passar um tempo comigo, mas juntou o útil ao agradável. Vai ficar aproveitando minha companhia e também me deixar em casa, debaixo de suas asas. Longe de qualquer " amigo ".

- Porque foi tão rude com seu pai? - Luan me olhou franzindo a testa.

- Rude? Deixa você ouvir o jeito que ele fala. - Ri sem humor. - Só quem conhece seu Humberto me entende. - falei levantei. - Tenho que ir.

- Ele é bravo?

- Ele é muito protetor, acho que já te disse isso.

- Ciumento?!

- Sim. - Falei já me olhando no espelho arrumando meu cabelo e meu vestido.

- Quando a gente vai se ver de novo?

- Isso é uma pergunta sem resposta. - Falei sorrindo o olhando.

- Fala sério, Thaila.

- É sério, Luan. - voltei a me olhar no espelho.

- Cê vai demorar muito a vir aqui de novo?

- Não sei.

- Não sabe de nada! - resmungou e eu me permiti rir indo até ele, me inclinei e lhe beijei, que beijo gostoso esse homem tem. Suas mãos entre meus cabelos carinhosamente, sua língua acariciando a minha. Que vontade de beijá-lo até sem parar. Chupei forte seu lábio inferior encerrando o beijo.

- Tchau. - sussurrei.

- Espera. - fez menção de me beijar novamente e eu levantei sorrindo.

- Eu tenho que ir. Amei passar esse tempo com você viu?! - ele sorriu e levantou ficando de frente pra mim.

- Eu também. - beijou o canto da minha boca. - Quando cê vier em São Paulo, me diz? A gente pode se encontrar.

- Tá. - Sorri de lado, sentindo pela primeira vez um medo de me envolver demais e depois quebrar a cara. Segurou meu rosto e me beijou, mas não prolongou tanto.

- Vai com Deus viu?! Boa viagem.

- Obrigada, pra você também. - selei nossos lábios e me afastei. - Cê vai embora logo depois que eu for?

- Vou esperar uns cinco minutinhos.

- Tá. Tchau.

- Beijo. - ele disse fazendo um biquinho e me dando um selinho. Sorri e depois de pegar minha bolsa e minha sacola, ele abriu a porta pra mim. Trocamos um sorriso.

- A gente vai se falando.

- Tudo bem. - beijei sua bochecha e fui embora me sentindo feliz. É, bem feliz e em um estado de paz de espírito maravilhoso. Fui o caminho todo pensando nos momentos. Desde ontem até a tarde de hoje com ele. O cara é incrível! Fiquei refletindo também se realmente tenho que continuar encontrando ele, o medo de ficar profundamente envolvida, ou melhor, iludida, grudou em mim. Mas eu não consigo negar, se ele marcar eu não vou conseguir dizer não. Será que devo tentar um afastamento? Inventar umas desculpas quando ele quiser me ver, umas mentirinhas. Soltei um grunhido, está tão bom ficando com ele! Ele poderia ser menos maravilhoso, poderia ser menos cheiroso, poderia não beijar muito bem, ser menos lindo, poderia ser menos atencioso também e poderia não foder tão bem, mas não. Ele faz tudo maravilhosmente bem! Suspirei e aumentei o som do carro na tentativa de me distrair.

Cheguei em casa e encontrei todos na sala, inclusive Diego. Cumprimentei todos e meu pai está com sua cara de poucos amigos. Sei que é por conta do meu sumiço a tarde toda, mas preferi fingir não perceber.

- Qual o programinha? - Perguntei sorrindo, enquanto o sol já se ponhe lá fora.

- Estamos querendo jantar em algum restaurante. - minha mãe disse.

- Maravilhoso! - disse minha palavrinha e automaticamente lembrei de Bruna. Lembrei também que não nos falamos desde o jantar.

- Enquanto isso, vamos ficar em silêncio pra gente assistir o restante do filme. - Meu irmão falou e eu sorri ao perceber seu incomodo por eu estar atrapalhando seu filme.

- Com quem você tava? - minha mãe perguntou, ignorando o pedido do meu irmão.

- Com um amigo. - Meu pai disse cheio de ironia.

- É, com um amigo. - Falei ignorando o tom do seu Humberto.

- Entendi. - minha mãe disse e logo percebi que quis dar o assunto por encerrado, evitando uma possível discussão entre meu pai e eu.

- Vou subir e guardar essas compras.

- Xiiiiu! - Diego reclamou me olhando, ri e subi pensando no Luan novamente e nos seus beijos. De repente lembrei do vídeo que ele gravou. Nossa, eu esqueci de pedir para que ele apagasse aquilo! Deve está uma ridícula palhaçada. Neguei com a cabeça sorrindo e entrei no meu quarto. Decidi experimentar cada peça que comprei e isso me tomou alguns longos minutos, quando tirei a última blusa, minha mãe bateu na porta e entrou em seguida.

- Oi. - sorriu e eu sorri de volta. - Comprou muito né?!

- Me empolguei. Tinham umas roupas pra ir à academia lindas, acabei comprando uns shorts também.

- Passou a tarde com ele? - Foi direta e eu assenti. - Essa relação de vocês tá cada vez mais firme né?!

- Não, mãe. - Neguei imediatamente. - A gente só fica, ele fica com várias outras.

- E você queria que fosse só com você?

- Ele que quer. - ri de leve.

- Sério? Me conta! - pediu toda curiosa, já deitando na cama em cima das roupas e sacolas. Lhe falei sobre o pedido dele e ela ficou eufórica. - Eu shippo. - disse por fim e eu gargalhei. Mãe mais atualizada que essa eu tô pra ver!

- Você é uma figura, Ângela.

- Seu pai ta todo mordido.

- Eu percebi.

- Ele chegou a palpitar que você estivesse com o Luan.

- Sério? - me espantei.

- Sério. Ele tem um sexto sentido de mulher. - Riu despreocupada.

- Ele é um caso sério. Qual o restaurante que vamos jantar? - mudei de assunto.

- Ai, não sei. Não quer chamar as meninas também?

- Pode ser.

- Só vim tirar a dúvida e tô saindo. - disse na maior cara de pau. Encolhi os olhos e ela gargalhou levantando e saindo em seguida. Essa minha mãe... Peguei meu celular e fui olhas as mensagens no whatsapp, tinha umas do Vini querendo saber a hora que vou voltar e disse que vai me buscar no aeroporto, outra da Vivi, o grupo da minha turma da faculdade está a todo vapor, fui até o grupo das minhas melhores amigas e convidei as três para irem jantar conosco, aceitaram imediatamente.
Mais embaixo vi a mensagem de Bruna, ainda hoje pela manhã.
" Gostou mesmo do jantar? " Sorri e respondi.

" Gostei demaaais! Seus pais são incríveis! " Logo ela começou a digitar.

" Eles disseram o mesmo de você. Até que enfim mataram a curiosidade de te conhecer. " 

" São muito gentis! 😍 " 

" Haha, são uns lindos mesmo! Vai embora quando? "

" Amanhã. :( "

" Nossa, a gente nem marcou uma saída. "

" Prometo que dá próxima vez nós vamos sair. Vai ser meu primeiro compromisso quando chegar aqui. "

" Vou cobrar! Boa viagem, maravilhosa! "

" Obrigada, Bru! ❤ " Encerramos a conversa e eu decidi ir tomar banho, pois já é noite. Vesti um vestido levinho e quando desci, os homens estavam jogando video game e xingando sem parar. Fui até a cozinha e encontrei Maria.

- Aonde tá minha mãe, Marizoca?

- Ela disse que estava indo tomar banho e apressou os meninos, mas não adiantou. Continuam aí.

- Quero ver quando ela descer. - Ri de leve e Maria concordou. - Vou ver meus filhos. - Me referi aos nossos cachorros que ficam enorme quintal. São muitos e não tem como todos ficarem dentro de casa. Assim que cheguei no quintal, vi alguns próximos a piscina, outros deitados no gramado. Quando me viram correram e os latidos e o balanço dos rabos começaram. Passei bons minutos com eles, eu sinto falta deles quando estou lá e sinto falta de Julieta quando estou aqui. Ainda bem que meus amigos sempre se dispõem a ficar com ela. Desta vez, Vini foi buscá-la, deixei sua entrada liberada e a chave  reserva com o porteiro. Voltei para dentro de casa ao ouvir minha mãe me chamar.

- Nossa, esses homens são piores que nós. - Ouvi ela reclamar com Maria.

- O que foi? - perguntei sorrindo.

- Seu pai, seu irmão e o Diego. Que demora pra irem se arrumar! Terminei e eles ainda estavam jogando.

- Ela fez um escândalo? - perguntei a Maria e ela afirmou sorrindo. Ri de leve.

- Não tenho paciência. - suspirou e eu gargalhei alto, até que ela se contagiou também e começou a rir. Ficamos conversando até que os homens voltassem e em seguida saímos para jantar ouvindo minha mãe tagarelar por conta do " atraso " de Diego, meu pai e Gustavo.

Chegamos no restaurante escolhido e com cerca de 5 a 10 minutos minhas amigas chegaram e então pedimos nosso jantar. Comemos entre conversas animadas, sempre é assim quando todos se reúnem. Meu pai não tocou em nenhum assunto desagradável tornando a noite totalmente agradável.
Voltei para casa bem tarde e fui para meu quarto arrumar tudo que é necessário, depois de alguns minutos gastos com a arrumação, eu deitei e decidi postar uma foto com Luísa:

       " Só amor por você, Lulu ❤ "

Logo começou os likes na foto e eu decidi ir para o whatsapp, entre algumas a mensagem do Luan.

" Mais uma vez boa viagem tá?! Beijo, coisa linda! " Sorri imaginando ele me chamando de coisa linda.

" Obrigada! 😚 " Tenho que me proteger ao máximo, esse homem sabe o que falar, o que fazer e sabe exatamente o momento certo de falar e fazer. Posso acabar encantada demais... Suspirei e deitei. É melhor eu ir tomar banho e ir dormir, amanhã eu vou acordar cedo.

(...)

Pela manhã, vi minha mãe rapidamente. Se despediu de mim e saiu as pressas para comprar algumas peças de moveis para a loja.

- Eu vou te deixar tá? O Gustavo tá descendo e já vai treinar. - Meu pai disse ao sentar em uma das cadeiras da mesa.

- Tudo bem. - falei já arrumada. - Não vai te atrapalhar?

- Não, posso chegar no escritório uma horinha atrasado.

- Tudo bem. - Voltamos a ficar em silêncio enquanto Maria estava limpando o quintal. Voltamos a comer em silêncio. - Vou pegar minhas malas. - disse ao levantar.

- Veio com uma e vai voltando com duas. - Ele sorriu negando e eu apenas sorri. Fui até meu quarto, peguei as malas, passei no quarto do meu irmão e lhe dei um abraço, me despedindo. Voltei para sala e sentei no sofá esperando que meu pai termine seu café da manhã, falei com Vinícius por mensagem.

" Tô saindo de casa, baby. 😚 "

" Beleza, na hora marcada estarei no aeroporto com Julieta. " sorri.

" ❤❤❤ " Encerramos a conversa e então meu pai apareceu.

- Vamos?

- Claro. - guardou minhas malas no carro e então partimos, acabei nem me despedindo da Maria.
Durante o trajeto ele foi falando da faculdade, quer meu total empenho e toda a pegação no meu pé novamente. Apenas fui assentindo e de repente ele mudou de assunto bruscamente.

- Ontem você passou a tarde com aquele cantor né? - O olhei surpresa.

- Pai, não quero discutir a essa hora da manhã.

- Eu sabia. - Ele afirmou. - Você tá apaixonada, algo assim?

- Não. - passei a mão por meus cabelos.

- Não adianta conselho pra você né?! Já te disse várias vezes pra tomar cuidado, mas continua vendo esse cara.

- Fica tranquilo, pai. - falei olhando para frente.

- Impossível. - decidi ficar calada e ele acabou se calando também.

Já no aeroporto me disse para tomar cuidado com minha vida, entendi que foi em relação ao Luan e a faculdade. Me abraçou e beijou minha testa, desejando uma boa viagem. Depois que ele se foi fiquei esperando meu vôo ser chamado.







Aconteceu mais uma despedida dos lindos, preciso saber o que acharam dessa possível ideia da Thaila de " afastamento " Será que ela vai fazer isso mesmo? E esse pai já voltou a pegar no pé...
Ameeeeeeiiii cada comentários, vocês são lieeeendas! ❤❤❤ 
Bjs, Jéssica. ❤